“Tu és a minha esperança” (Sl 71,5)
Desde que o Papa Francisco assumiu o pontificado, entre o terceiro e o quarto domingo da Quaresma, acontecem as 24 horas de oração para o Senhor. Neste Ano Santo, é a 12ª edição, e as igrejas de todo o mundo são convidadas a se unirem em oração, pedindo a paz mundial, pela saúde do Papa e por nosso planeta.
A ideia do Papa Francisco em promover as “24 horas para o Senhor” tem por fundamento que, ao longo do tempo quaresmal, devemos intensificar nossa vida de oração e ser solidários com o próximo, rezando uns pelos outros. Desde o início, todo o povo de Deus acolheu o pedido do Papa, e todas as dioceses realizam as “24 horas para o Senhor”. O mistério da nossa salvação se aproxima; neste domingo, celebraremos o domingo “Laetare”. Por isso, olhemos para a Cruz e agradeçamos ao Senhor por tão grande graça: ter morrido na Cruz para nos salvar e abrir para nós as portas da eternidade.
Neste ano de 2025, estamos em um ano especial, que é o Jubileu da Esperança, em que somos convidados a nos confiar à misericórdia do Senhor. Por isso, durante as “24 horas para o Senhor”, temos um momento oportuno para nos aproximarmos do Sacramento da Reconciliação. O ano jubilar é um ano de graça; coloquemos como intenção as vocações sacerdotais e religiosas, e rezemos ainda por aqueles que serão batizados nesta Páscoa, para que esses novos cristãos se revistam da força do alto e sejam perseverantes na fé.
As paróquias organizam as “24 horas para o Senhor” conforme acharem melhor. Ao longo das “24 horas para o Senhor”, pode haver: adoração eucarística, celebração da Santa Missa, atendimento de confissões e momentos de louvor. A iniciativa é uma forma de nos prepararmos melhor para a Páscoa.
O tema escolhido pelo Papa Francisco e divulgado pelo Dicastério para a Evangelização é: “Tu és a minha esperança” (Sl 71,5). O tema escolhido tem tudo a ver com o Ano Jubilar da Esperança que estamos celebrando. O Senhor é nossa esperança; Ele é amor, paciência e perdão, e nunca se esquece de nós. Ao contrário, somos nós que, por vezes, nos esquecemos d’Ele. Confiemos inteiramente no Senhor! Imaginemos o Senhor como o Pai do filho pródigo, que acolheu o filho rebelde de volta, de braços abertos. Assim o Senhor age conosco: quando nos sentimos perdidos, Ele fica esperando o nosso retorno.
Nessas “24 horas para o Senhor”, não reze somente por você, mas também por sua família, pela Igreja, pelas vocações e pela paz mundial. Todos nós sabemos que, no último domingo – dia 23 de março –, o Santo Padre, o Papa Francisco, teve alta hospitalar e retornou para a Casa Santa Marta. Acompanhemos o Papa Francisco com as nossas orações fervorosas para sua plena recuperação.
Caso não seja possível participar presencialmente das “24 horas para o Senhor”, é possível acompanhar pela internet ou pela televisão, que transmitirão vários momentos de oração. O importante é não deixar de rezar por você e por sua família, para que todos os católicos se unam em oração nesse dia e para que tempos melhores floresçam para todos nós. Devemos ser construtores da paz, e essa paz começará a ser construída a partir da nossa vida de oração, que nos dará uma paz interior e nos permitirá transmiti-la aos demais.
As “24 horas para o Senhor” são uma experiência muito rica e um momento oportuno para nos prepararmos melhor para a Páscoa. Ao longo dessas “24 horas para o Senhor”, façamos a experiência com o Deus misericordioso e experimentemos essa graça. Que a Virgem Maria, a Mãe das Dores, nos acompanhe e nos ajude nessa caminhada rumo à Páscoa de seu Filho.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist., arcebispo metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
