Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro

Breve histórico

Encaminhando-se para o jubileu dos seus 450 anos de existência, a Igreja particular de São Sebastião do Rio de Janeiro possui um legado eclesial histórico que se relaciona intimamente não só com a história da cidade do Rio de Janeiro mas também com a história do Brasil, pois, em razão da extensão territorial que possuiu e da atuação pastoral que exerceu ao longo dos séculos, a Igreja no Rio de Janeiro originou uma gama de paróquias e dioceses históricas que estão na gênese da solicitude pastoral da Igreja para com o que hoje compõe as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul brasileiras.  

As origens da atual Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro remontam ao então Vicariato ou Administração Eclesiástica do Rio de Janeiro, que por solicitação de Dom Sebastião, Rei de Portugal, foi criada pelo Papa Gregório XIII através da Bula In supereminenti militamtis Ecclesiae, de 19 de julho de 1575. A função da referida Circunscrição Eclesiástica era a de prover à jurisdição espiritual meridional do Brasil, de forma que seu território se estendia desde a então Capitania de Porto Seguro, no sul do atual Estado da Bahia, até aos limites das possessões portuguesas ao sul, na costa do atual Estado de Santa Catarina.

Aos 16 de novembro de 1676, em virtude de uma reorganização dos territórios eclesiásticos solicitada pelo Príncipe Dom Pedro, Regente de Portugal, a então Administração Eclesiástica foi transformada na Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro pelo Beato Papa Inocêncio XI através da Bula Romani Pontificis pastoralis sollicitudo. Mantendo o território canônico de então até 1745, coube por exemplo à Diocese fluminense a elevação de paróquias para acompanhar com solicitude pastoral a explosão demográfica mineradora que originou as povoações das Minas Gerais, de Goiás e do Mato Grosso na primeira metade do século XVIII.

Em 1745, a Diocese do Rio de Janeiro cedeu uma considerável porção territorial canônica para a criação das Dioceses de São Paulo e Mariana e as Prelazias de Goiás e Cuiabá, o que equivaleria atualmente a boa parte da região Sudeste e a toda a região Centro-Oeste aproximadamente. Contudo, em 1750, com a celebração do Tratado de Madri e a anexação ao território brasileiro do que hoje compõe a região Sul, os atuais Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul integraram o território canônico da Diocese, que se consolidou descontínuo e assim permaneceu até o final do século XIX. Contudo, em 1848 e 1854, por solicitação do Governo Imperial brasileiro, foram criadas pelo Beato Papa Pio IX as Dioceses do Rio Grande do Sul e de Diamantina respectivamente, com território canônico cedido pela Diocese do Rio.

Por fim, aos 27 de abril de 1892, em virtude de uma reorganização dos territórios eclesiásticos solicitada pelo episcopado brasileiro, a então Diocese foi transformada na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro pelo Papa Leão XIII através da Bula Ad universas orbis Ecclesias, tornando-se “sede metropolitana” da chamada “Província Eclesiástica Meridional do Brasil” à época. A partir de então, o território canônico da Arquidiocese do Rio se restringiria aos limites da Cidade do Rio de Janeiro, como se mantém atualmente.

Ao longo dos seus quase 450 anos de história, foram governaram pastoralmente a Igreja particular de São Sebastião do Rio de Janeiro os seguintes Ordinários:

Prelados administradores:

1º) Pe. Bartolomeu Simões Pereira (1578-1603).

2º) Pe. João da Costa (1603-1606).

3º) Pe. Mateus da Costa Aborim (1606-1629).

4º) Pe. Lourenço de Mendonça (1631-1643).

5º) Pe. Antônio de Mariz Loureiro (1643-1657).

6º) Pe. Manuel de Souza e Almada (1658-1673).

7º) Pe. Manuel Pessoa de Figueiredo (1673 – morreu antes de tomar posse).

8º) Pe. Francisco da Silveira Dias (1673-1681).

Bispos diocesanos:

1º) D. Frei Manoel Pereira, O.P. (não tomou posse).

2º) D. José de Barros Alarcão (1680-1700).

3º) D. Francisco de São Jeronymo (1701-1721).

4º) D. Antônio de Guadalupe (1725-1740).

5º) D. João da Cruz (1740-1745);

6º) D. Frei Antônio do Desterro (1745-1773).

7º) D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castello Branco (1773-1805).

8º) D. José Caetano da Silva Coutinho (1806-1838).

9º) D. Manoel do Monte Rodrigues de Araújo (1839-1863).

10º) D. Pedro Maria de Lacerda (1868-1890).

11º) D. José Pereira da Silva Barros (1891-1894).

Arcebispos metropolitanos

1º) D. João Esberard (1893-1897).

2º) Cardeal Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti (1897-1930).

3º) Cardeal Sebastião Leme da Silveira Cintra (1930-1942).

4º) Cardeal Jaime de Barros Câmara (1943-1971);

5º) Cardeal Eugenio de Araujo Sales (1971-2001).

6º) Cardeal Eusébio Oscar Scheid (2001-2009).

7º) Cardeal Orani João Tempesta (2009…)