6° Domingo do Tempo Comum

É feliz quem a Deus se confia! (Sl 01)

 

Celebramos neste domingo o sexto do Tempo Comum. Este ano, a primeira parte do Tempo Comum vai até a oitava semana, dia 2 de março, e, na quarta-feira, 5 de março, iniciaremos o tempo da Quaresma com a celebração da Quarta-Feira de Cinzas. O Tempo Comum retoma após a Solenidade de Pentecostes e permanece até o fim do ano.

Todo domingo é dia do Senhor, dia de fazer memória de sua Páscoa, paixão, morte e ressurreição. Por isso, é o dia em que a família deve participar da Santa Missa e ouvir o que o Senhor tem a nos dizer. O domingo é o dia por excelência, dia de preceito, em que devemos escolher um horário e participar da Santa Missa. Celebramos o Senhor vivo e ressuscitado, que está presente no meio de nós por meio do Espírito Santo.

Estamos no ano jubilar da esperança; confiemo-nos à misericórdia do Senhor e comecemos por participar da Santa Missa aos domingos. Sejamos também portadores da esperança, animando aqueles que estão tristes e convidando para a Igreja aqueles que estão afastados.

Que a liturgia de hoje nos ajude a refletir e a confiar sempre no Senhor. Ele tem o melhor para nós. Confiemos somente em Deus, pois é d’Ele que nos vem a salvação. Sejamos pobres de espírito para alcançarmos mais facilmente o Reino dos Céus. Partilhemos sempre aquilo que temos a mais com aqueles que pouco ou nada têm. Que possamos sempre preferir o caminho da humildade, pois os humildes herdarão o Reino dos Céus.

A primeira leitura da missa deste domingo é do livro do profeta Jeremias (Jr 17,5-8). O profeta usa até uma palavra forte para nos dizer que devemos confiar somente em Deus. É somente em Deus que está nossa vida e felicidade. N’Ele devemos colocar nossa segurança.

O profeta Jeremias diz que bendito é aquele homem que confia sua vida a Deus. Temos que acreditar e confiar que aquilo que queremos Deus vai nos conceder, sempre em seu tempo, não no nosso. Quem confia sempre no Senhor terá prosperidade, e a vida seguirá em abundância.

O Salmo responsorial é o (01), que diz em seu refrão: “É feliz quem a Deus se confia”. Esse salmo é, de fato, uma resposta ao que o profeta Jeremias diz na primeira leitura. Devemos confiar sempre em Deus e, dessa forma, seremos felizes. Escolhamos, pois, o caminho que agrada ao Senhor, que é o da justiça, paz, perdão e amor.

A segunda leitura é da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 15,12.16-20). Paulo explica à comunidade de Corinto que Cristo ressuscitou dos mortos e que todos precisam crer na ressurreição, pois, se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé. Ele ressuscitou como primícias, ou seja, venceu a morte e abriu o caminho para todos nós. A razão da nossa fé é a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, e, com certeza, o Pai do Céu tem uma morada preparada para nós.

O evangelho deste domingo é de Lucas (Lc 6,17.20-26). Esse trecho do Evangelho de Lucas inicia o conhecido texto sobre as bem-aventuranças. Em Mateus, esse texto é mais completo, e, em Lucas, mais sucinto. Bem-aventurado significa alguém que é feliz ou que foi alcançado pela graça de Deus. Nós todos seremos bem-aventurados quando estendermos a mão ao necessitado, quando visitarmos o doente e, ainda, quando praticarmos o Reino de Deus aqui na Terra. O Reino de Deus é paz, justiça, perdão e misericórdia. Somos convidados a viver o Reino de Deus aqui na Terra para depois contemplá-lo de maneira definitiva no Céu, pois, se o vivermos aqui, seremos bem-aventurados e poderemos adentrar mais facilmente no Reino dos Céus.

Neste evangelho, Jesus “condena” os ricos. Ele não condena a riqueza em si, mas condena aqueles que muito têm e não partilham nada com quem nada tem. Em primeiro lugar, independentemente da classe social, temos que amar nosso próximo; não devemos tratar o outro com indiferença por ter menos condições que nós. Quanto mais amarmos e servirmos o nosso próximo, mais Deus se alegrará conosco, e a nossa recompensa será eterna.

Estamos no ano jubilar da esperança, um ano propício para praticarmos atitudes de caridade, justiça e misericórdia. Dessa forma, nos tornaremos bem-aventurados e mais próximos do Reino dos Céus. A partir do nosso batismo, nos tornamos discípulos e missionários de Jesus e somos convidados a trilhar o caminho da santidade. Ou seja, desde o nosso batismo, somos chamados a ser bem-aventurados para que, ao final da nossa vida, sejamos merecedores do Reino dos Céus.

 

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

 

 

 

 

 

 

 

Categorias
Categorias