Paróquia ambientalmente sustentável

Sabemos o quanto é importante, nos dias atuais, o testemunho institucional com a sustentabilidade socioambiental, sobretudo num cenário onde as questões do meio ambiente exigem compromissos concretos com algo essencial para enfrentar os desafios planetários.

Além dos chamados Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, certamente é na Encíclica Laudato Si’, do saudoso Papa Francisco, que vamos encontrar uma inspiração para colocar em prática as ações que exemplificam os esforços que podemos fazer para testemunhar os nossos compromissos socioambientais.

Criado para fortalecer, apoiar e motivar as práticas ambientalmente sustentáveis, o Vicariato para o Meio Ambiente e Sustentabilidade da Arquidiocese do Rio de Janeiro tem procurado colocar em prática alguns projetos nesta área, tanto nas paróquias como em outras propriedades da Igreja local.

No que se refere às paróquias, são louváveis os esforços de alguns párocos em realizar e apoiar ações que possam minimizar os impactos das mudanças climáticas, mesmo com a carência de recursos e infraestrutura em diferentes regiões geográficas da Arquidiocese do Rio. Algumas ações vêm sendo desenvolvidas, como: reciclagem, plantio de espécies, construção de hortas comunitárias, reuso, energia solar, campanhas e cursos de educação ambiental etc. São práticas louváveis e que merecem ser apoiadas, pois estas pequenas ações testemunham o que podemos fazer para ajudar a minimizar e contribuir localmente diante do grande desafio global na área ambiental.

Para exemplificar o trabalho que uma comunidade paroquial, na linha da sustentabilidade, vem realizando, visitamos a Paróquia Santo Antônio de Pádua e Nossa Senhora da Boa Vista, criada no ano de 1983, localizada no bairro do Cachambi, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. O motivo da escolha se deve ao fato de que nela encontramos várias ações, como: energia solar, sistema de reciclagem, aproveitamento da água de chuva e cuidado com a biodiversidade do entorno.

O pároco atual, padre Flavio Vieira, vem dando continuidade aos trabalhos dos últimos padres predecessores, sobretudo o padre Wagner Toledo e o cônego Aldo de Souto Santos, além de criar iniciativas novas na linha da sustentabilidade. O recolhimento da água de chuva ajuda a manter os lindos jardins da igreja. A energia solar representa uma economia considerável nas despesas. A reciclagem permite que a coleta do lixo seja feita corretamente. As campanhas de aproveitamento dos óleos de cozinha da comunidade contribuem para a educação ambiental, evitando a contaminação do solo. O cuidado com as espécies que compõem os lindos e floridos jardins da igreja possibilita a contemplação, o louvor e a proximidade com a beleza da obra do Criador.

Ao concluir a visita que fizemos à paróquia, perguntamos ao Pe. Flávio: como o senhor se sente ao administrar apostolicamente uma igreja que procura testemunhar os apelos da Laudato Si’? Eis sua resposta:

“Para mim é motivo de alegria e compromisso com a Criação; é sentir que estamos no caminho certo e que é possível sairmos da teoria e partirmos para a prática concreta dos apelos do Papa Francisco na Encíclica Laudato Si’. Ademais, é dever e responsabilidade de todos cuidar da nossa Casa Comum. Portanto, tenho sentimento de cumprimento da missão cristã, cuidar da vida do nosso planeta a partir da realidade em que vivemos”.

Que o exemplo desta paróquia possa servir de motivação para outras, ajudando a Arquidiocese a caminhar sempre mais no cuidado com a Casa Comum, conforme nos exorta atualmente o Papa Leão XIV.

 

Padre Josafá Carlos de Siqueira SJ

Vigário Episcopal para o Meio Ambiente e Sustentabilidade da Arquidiocese do Rio de Janeiro

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