A Arquidiocese do Rio de Janeiro esteve representada no Jubileu do Mundo Educativo, realizado em Roma entre os dias 27 de outubro e 2 de novembro, como parte do Ano Santo de 2025. O encontro reuniu mais de 20 mil educadores e estudantes para refletir sobre o papel da educação na construção de um mundo mais humano e fraterno. O vigário episcopal para a Educação, padre Thiago Azevedo, participou da programação e compartilhou sua experiência, marcada por momentos de profunda comunhão com a missão educativa da Igreja.
Padre Thiago esteve acompanhado por um grupo de paroquianas da Paróquia Santos Anjos, no Leblon, algumas delas professoras. Os peregrinos cariocas passaram pela Porta Santa das Basílicas Papais, participaram da Audiência Geral com o Papa no dia 29 de outubro e da celebração eucarística do dia 1º de novembro. Também visitaram o Dicastério para a Cultura e Educação e os locais de grandes santos que inspiraram a educação católica: São Bento, Santo Agostinho e Santo Inácio de Loyola
O vigário episcopal para a Educação levou consigo a realidade das instituições católicas fluminenses. “Trouxe para Roma muitas pessoas no meu coração, de um modo muito especial, todo o mundo da educação católica do Rio de Janeiro: as escolas católicas, pastoral da educação, estudantes, famílias, todos aqueles que trabalham com a educação católica em nossa cidade”, afirmou, recordando que somente na capital são 75 escolas católicas.
O Jubileu foi marcado por celebrações especiais, incluindo o encontro do Papa Leão XIV com estudantes e educadores, na Solenidade de Todos os Santos, quando inscreveu São John Henry Newman entre os Doutores da Igreja e, por ocasião do Jubileu do Mundo Educativo, o nomeou co-padroeiro, com Santo Tomás de Aquino, de todos os agentes que participam no processo educativo.
Para padre Thiago, a presença do Santo Padre deu ainda mais sentido ao evento. “Nós temos um Papa educador”, destacou. “Ele próprio deu dois testemunhos: ‘Eu fui professor de matemática e de física’ e ‘fui professor formador nas instituições agostinianas’. Nós temos alguém que trabalhou não só na teoria, mas na prática da educação, agora sentado na Cátedra de Pedro.”
Durante seus discursos, o Papa sublinhou a essência da missão educativa. “O educador também é um educador do amor. A educação é amor”, relatou o sacerdote. Segundo o vigário episcopal, o pontífice ressaltou que educar vai muito além da transmissão de conteúdos técnicos: “Quem educa tem que estar imbuído de um espírito de amor, de caridade.” Padre Thiago também enfatizou o que o Papa disse aos educadores: “Podemos afirmar que a educação, na perspectiva cristã, ajuda todos a tornarem-se santos. Nada menos do que isso.”
Outro ponto enfatizado pelo Papa Leão XIV foi a necessidade de maior reconhecimento social aos educadores. “Se queremos realmente formar uma sociedade, esse caminho não pode prescindir do caminho da educação”, disse padre Thiago, destacando a reação emocionada dos profissionais presentes. “Os educadores aplaudiram quando o Papa falou disso, sentindo, naturalmente, a sua dor… muitas vezes, não perceber o devido valor.”
O Jubileu também apresentou o tema “Constelação de Esperança”, proposto pelo Dicastério para a Educação e Cultura. A metáfora, explicou o sacerdote, expressa o papel coletivo da missão educadora: “Uma estrela já tem muita luz, mas quando ela forma uma constelação é capaz de iluminar todo o céu.” Para ele, a proposta anima professores e instituições a reconhecerem sua força transformadora quando atuam de forma unida.
Padre Thiago avaliou que a experiência em Roma renovou a motivação do Vicariato para a Educação no Rio de Janeiro, diante dos muitos desafios que marcam a realidade urbana. “Queremos uma cidade melhor, a cultura da paz”, afirmou. Ele recordou ainda que o Papa acrescentou três prioridades ao Pacto Educativo Global: “Formar para a vida interior, formar nessa cultura do digital e, sobretudo, formar para a paz. A cultura e a educação são instrumentos de paz. A educação forma paz.”
O Jubileu do Mundo Educativo, segundo o sacerdote, reforçou o compromisso da Igreja com a formação integral da pessoa humana, destacando o valor dos professores e a centralidade da esperança no processo educativo. A mensagem deixada em Roma agora retorna ao Rio de Janeiro como impulso para fortalecer a missão evangelizadora das escolas católicas na construção de uma sociedade justa, fraterna e pacífica.
Carlos Moioli, com informações do Vatican News
