O Museu Arquidiocesano de Arte Sacra (MAAS), localizado no subsolo da Catedral de São Sebastião, situado na Avenida República do Chile, no Centro do Rio, inaugura no dia 25 de novembro, às 16h, a I Exposição Arquidiocesana de Presépios. O período de visitação se estende de 26 de novembro a 11 de janeiro. A solenidade de abertura inclui a inauguração do presépio, uma bênção no Laboratório Monsenhor Ivo Calliari e a visita ao acervo permanente do museu, que apresenta novas obras. O evento conta com o apoio da Arquidiocese do Rio de Janeiro, da Catedral Metropolitana e da Rádio Catedral FM 106,7.
O diretor artístico do MAAS, padre Fernandes Elias Junior, revelou que a exposição nasceu de uma solicitação do arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta. O pedido ocorreu no ano passado, após a inauguração de outra mostra. O padre Elias relembra as palavras do arcebispo: “Padre Elias, é… faltou só uma exposição de presépios, eu acho que o ano que vem poderia ter”. A partir desse incentivo, iniciou-se o trabalho de busca por obras em coleções privadas para montar a mostra temporária.
Evangelização e espiritualidade
A proposta central do evento é ressaltar o papel evangelizador do presépio. Para o diretor artístico, a exposição busca mostrar como é possível evangelizar através das coleções e dos presépios, pois este tema é “muito familiar”, sobre a espiritualidade da unidade, da esperança e do amor através do nascimento do Menino Jesus. A mostra carrega uma característica “muito bonita” de espiritualidade da união, da partilha e da esperança.
Padre Fernandes Elias Junior destacou a importância do presépio para a fé e para a sociedade. Ele explica que a representação do nascimento de Cristo não só remonta à tradição, mas também “traz essa fragilidade que é o nascimento do menino, mas traz a questão da força, da esperança, de que tudo é possível”. O presépio é visto como um elemento que traz a magia do Natal: tranquilidade, paz, amor e fraternidade.
Segundo o padre Elias, a arte sacra contribui para aprofundar o sentido do Natal através do presépio. O museu busca inspirar os visitantes, fazendo com que se sintam “tocados e falar: ‘Vou montar um presépio em casa’”. Ao montar o presépio, a pessoa consegue ter uma proximidade e uma relação mais íntima com Deus.
Diversidade e obras em destaque
A exposição conta com mais de 30 obras expostas, provenientes de artistas do Brasil e também de outros países. Ao todo, são cerca de sete colecionadores (expositores) envolvidos. Os colecionadores são ligados à arte ou foram reunindo as obras ao longo da vida, por meio de compras ou presentes. A mostra apresenta presépios do Brasil e do mundo inteiro.
Entre os expositores, o diretor destaca o frei Roger, do Convento de Santo Antônio, que cedeu 18 presépios. Outro colaborador importante é o produtor cultural João Prata, de São Paulo, que emprestou 12 ou 13 obras de sua coleção. Parte da coleção deste também está em exposição no Museu de Arte Sacra de São Paulo.
A diversidade das peças é um ponto forte. Os materiais utilizados variam bastante, incluindo papel machê, barro cozido, borracha, resina e até mesmo um presépio feito com palito de fósforo, considerado muito bonito. Há peças de diversas nacionalidades, como bolivianas, polonesas, italianas e brasileiras, com destaque para a característica nordestina.
Algumas obras merecem destaque, como os presépios italianos expostos em vitrine e a peça de Caruaru, além do presépio moderno da professora Beatriz, de Belo Horizonte, que se destaca por ser composto por três peças: “Totalmente moderno. São três peças, não têm rosto, mas é muito bonito, significativo, que dá para perceber que tem a característica, né, de um presépio”.
Uma peça inédita na exposição é o presépio emprestado pelas irmãs Carmelitas do Morro de Santa Teresa. É a primeira vez que as irmãs cedem o presépio para uma exposição, o que ajuda a “abrilhantar mais a exposição”.
Carlos Moioli
