“Os avós e idosos são protagonistas da revolução da ternura”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, ao presidir a missa solene da padroeira da Paróquia de Sant’Ana, no Centro, onde também funciona o Santuário de Adoração Perpétua, na tarde do dia 26 de julho.
“Os avós e idosos são aqueles que trazem a sabedoria e ensinam aos seus filhos e netos o caminho da paz”, acrescentou o arcebispo, que fez a homilia com base na mensagem do Papa Francisco para o 2º Dia Mundial dos Avós e Idosos. A data, instituída pelo Santo Padre, deverá ser celebrada sempre no 4º domingo de julho, mais próxima da memória de São Joaquim e Santana, pais de Maria Santíssima e avós de Jesus, tradicionalmente festejados no dia 26 de julho.
A festa deste ano, organizada pelo pároco e reitor, padre José Laudares de Ávila, teve como tema: “A exemplo de Sant’Ana, vivamos em comunhão”, em unidade com o Ano da Comunhão em curso na arquidiocese. A Senhora Sant’Ana, como é conhecida pelos fiéis e devotos, é a segunda padroeira da Arquidiocese do Rio de Janeiro, juntamente com São Sebastião.
A Festa de Sant’Ana deste ano foi antecedida por novena. No dia 26 de julho, houve missa de hora em hora, com o apoio de padres da Congregação do Santíssimo Sacramento (Padres Sacrametinos). A missa das 10h foi dedicada aos netos, a das 15h aos avós e das 19h à cidade do Rio de Janeiro, sendo concluída com procissão.
O Papa Francisco, segundo explicou Dom Orani, iniciou sua mensagem com base no versículo 15 do Salmo 92 que diz: “Até na velhice darão frutos”. Conforme o arcebispo, “essa é uma grande verdade, pois infelizmente vivemos uma cultura do descarte, ou seja, as pessoas ficam idosas, se aposentam e a sociedade acha que não têm mais serventia. Os idosos transmitem a sabedoria dos longos anos e podem ensinar aos mais jovens, além de várias outras atividades que podem e devem realizar”.
De acordo com o arcebispo, “é preciso lembrar a quem é mais jovem hoje, que amanhã ficará idoso. Segundo o Papa, as pessoas têm medo da velhice e, consequentemente, medo de morrer. Em geral, as pessoas têm medo da cultura do descarte e de não servirem mais para nada. A velhice não deve ser encarada como uma doença, ou seja, deve se dar graças a Deus por ter chegado com saúde na velhice”.
“Os avós muitas vezes são pais duas vezes, porque acabam cuidando de seus netos enquanto os seus filhos trabalham. É bonito ver nas igrejas as famílias reunidas para participarem da celebração eucarística, pais, avós, filhos e netos”, disse o arcebispo.
Dom Orani evidenciou que, segundo o Papa Francisco, “a velhice é um estágio da vida e que nem sempre é fácil de entendê-lo. Cabe aos filhos e netos terem paciência com os mais velhos e compreendê-los em suas atitudes. Muitas vezes, a aposentadoria é muito pouca e esses idosos têm que depender dos filhos para pagar as suas contas. O mundo precisa criar ações que combatam a ‘cultura do descarte’”.
O arcebispo lembrou que “envelhecer não é apenas deterioração natural do corpo ou a passagem inevitável do tempo, mas deve-se encarar a velhice como o dom de uma vida longa. Segundo o Papa Francisco, envelhecer não é uma condenação, mas uma bênção”.
“A velhice não deve ser um tempo em que se fique trancado em casa somente vendo da janela o mundo passar. Pelo contrário, há uma missão que espera os idosos na Igreja e na sociedade, ajudando ao próximo, enfim. Algum serviço, por menor que seja e que não exija tanto esforço é bom, para que o idoso se sinta útil e tenha algo para fazer”, prosseguiu o arcebispo.
“Que Sant’Ana e São Joaquim, pais de Nossa Senhora e avós de Jesus, intercedam por todos os nossos idosos”, concluiu Dom Orani.
Da Redação