Eminência Revma. Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist.,
Reverendíssimo sr. Dom Emanuel Messias de Oliveira,
Reverendíssimos senhores bispos auxiliares e sacerdotes,
Prezados consagrados e seminaristas,
Querido povo de Deus,
A todos que nos ouvem e nos assistem pelas mídias sociais,
A Palavra de Deus nos ensina que “a fé é a garantia dos bens que se esperam, a prova das realidades que não se veem. Foi ela que valeu aos antigos seu belo testemunho. É pela fé que compreendemos que os mundos foram organizados por uma palavra de Deus. Por isso que o mundo visível não tem sua origem em coisas manifestas” (cf. Hb 11, 1-3).
A Carta aos Hebreus enumera Abraão, Moisés e tantos outros personagens bíblicos que pela fé acolheram o chamado de Deus na sua vida (cf. Hb 1, 4-40).
“Portanto, também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor, rejeitando todo fardo e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é proposto, com os olhos fixos no Senhor, que é o iniciador e consumador da fé, Jesus Cristo” (cf. Hb 12, 1-2).
É com essa fé e com os olhos fixos no Senhor que eu quero, com a graça de Deus, abraçar a nova missão que Deus me confiou, com o seu chamado, de ser pastor, para servir a porção do povo de Deus que está na Diocese de Caratinga, na região Leste de Minas Gerais.
Antes de tudo, agradeço a Deus pelo seu chamado à vida e aos sacramentos que recebi na minha diocese de origem, Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo.
Agradeço à minha família, aos meus pais, irmãos e avós que me educaram na fé e que me ensinaram o caminho de Deus e da Igreja, a qual me concedeu os sacramentos do Batismo, da Eucaristia e do Crisma.
Nesta mesma diocese, fui acolhido no Seminário Bom Pastor e no Seminário Maior São João Maria Vianney onde fiz meu curso de propedêutico, filosofia e teologia. No ano 2000, fui ordenado diácono, e no dia 13 de março de 2001, fui ordenado presbítero pela imposição das mãos, na época, do então Bispo diocesano, Dom Luiz Mancilha Vilela (in memorian), o qual agradeço infinitamente pela sua confiança em minha pessoa e na minha vocação.
Após a ordenação, fui enviado para a Paróquia São Miguel Arcanjo, na cidade de Guaçuí, onde permaneci por mais ou menos oito anos, na qual fui muito feliz e realizado em meu ministério.
De volta à cidade de Cachoeiro de Itapemirim, trabalhei na Paróquia São Sebastião, no bairro Aquidabam, e, depois de uma ano e cinco meses, fui transferido para a Catedral São Pedro, no Centro, onde fiquei por oito anos.
Depois, pela fé, atendendo ao chamado da Igreja por meio do Papa Francisco, a quem sou imensamente grato tanto por esta nova missão a qual me foi confiada quanto a que fui nomeado, no dia 7 de junho de 2017, Bispo Auxiliar na querida Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Pelo seu Arcebispo Metropolitano, Sua Eminência, Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist., recebi três meses depois a ordenação episcopal, em Cachoeiro do Itapemirim, no dia 9 de setembro do mesmo ano, adotando o lema: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,9).
Desde o início, fui acolhido por Dom Orani, que me confiou muitas responsabilidades, e dele achei amparo nos momentos difíceis. Agradeço a compreensão e a liberdade que me concedeu de trabalhar na missão que Deus nos confiou através de seu ministério. Muitas vezes, para bem desempenhar meu oficio de Moderador da Cúria Metropolitana, escutou minhas alegrias e angústias, após os almoços em reuniões informais, além das reuniões do governo e dos bispos que são semanais, para tomar decisões mais acertadas em determinadas situações. Neste tempo, quanto aprendi com o seu testemunho de missão e dedicação ao povo de Deus e ao clero.
Aos Bispos Auxiliares, companheiros de caminhada, agradeço pela amizade, carinho e ajuda em nossa Cúria Metropolitana. Muito obrigado pela partilha de nossa convivência e vida comunitária junto com Dom Orani. Como diz um cachoeirense: ‘são tantas emoções’. Sou grato por conhecer tantas pessoas que nos ajudam a ser feliz em nossa vocação.
Agradeço aos membros do Governo Arquidiocesano, ao clero, padres e diáconos pela acolhida e por colaborar com meu ministério na Arquidiocese do Rio de Janeiro. Também minha gratidão aos religiosos, consagrados, seminaristas, aos colaboradores da Cúria Metropolitana e a todo o povo de Deus que tive a alegria de conhecer, conviver, celebrar e trabalhar juntos. Também as irmãs de Nossa Senhora do Bom Conselho, que servem o Palácio São Joaquim e o Centro de Estudos e Formação do Sumaré, pela amizade e carinho com que fazem as coisas tão simples e amáveis. Muito obrigado!
Ao exercer com fé a missão de Bispo Auxiliar no Rio de Janeiro, pude perceber como Deus me abriu caminhos. Quando recebi o comunicado do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro, que o Santo Padre tinha me confiado a missão de pastorear o povo de Deus na porção de terras da Diocese de Caratinga, entendi que havia chegado o tempo de dar novos passos. O Senhor me chamava para uma nova missão. Era preciso dar o passo da fé, conforme citada a Carta aos Hebreus.
Toda nova missão traz inquietudes e expectativas, mas, como sempre fiz na minha vida, coloco toda a minha confiança em Deus. “A vida do homem justo está nas mãos de Deus” (Sb 3, 1a). Também, vou me esforçar para entrar pela porta estreita que leva à plenitude da vida (cf. Mt 7,13-14).
De posse do número de telefone do Bispo de Caratinga, repassado pelo Núncio apostólico, logo após a reunião em que estava participando, liguei para Dom Emanuel Messias de Oliveira, para saber se era verdade (risos). Ele estava em viagem, de carro, mas me atendeu, e disse que era isso mesmo. No mesmo dia, às 18h, ele me enviou uma mensagem: “Boa tarde Dom Juarez, hoje começo a rezar para o nosso Bispo de Caratinga com endereço certo! Vai ser uma oração com início, mas sem fim. Agora é compromisso de todos os dias. Deus há de abençoá-lo muito!”. Depois à noite, às 22h14, ele me enviou outra mensagem: “Bom repouso para o senhor com um sono tranquilo e muita paz interior”. Claro que ele sabia (e aconteceu) que eu não iria dormir aquela noite e a paz interior era pura inquietação devido à tamanha responsabilidade que irei assumir.
Fiquei feliz e agradecido pela disponibilidade de Dom Emanuel em me acolher e por suas orações. Já combinamos, e ele irá me receber após o Natal, e iremos conversar sobre a minha nova missão na Diocese de Caratinga. Agradeço as orações pela minha missão, e o seu testemunho e entusiasmo pela Igreja. Conte também com minhas orações.
Aos clérigos da Diocese de Caratinga, que exercem a missão sob as bênçãos de São João Batista, estou desejoso de encontrá-los e conhecê-los. Já estão em minhas orações e no meu coração de pastor, que deseja ser manso e humilde como o coração de Jesus. Após a posse canônica, que irá acontecer no próximo dia 17 de fevereiro, iremos agendar as visitas, encontros, retiros e demais encaminhamentos que são necessários.
Também o nosso abraço a todos os seminaristas e vocacionados. A Igreja precisa do entusiasmo e da generosidade de cada um para continuar a proclamar o coração da mensagem de Jesus Cristo. Vocês, que são o futuro da Igreja, já estão no meu coração e nas minhas orações.
Aos irmãos e irmãs consagrados o meu abraço e minha proximidade. Os carismas enriquecem a missão, o anúncio do Evangelho. Agradeço a presença e o testemunho de todos na diocese, que colaboram com seus dons na edificação do Reino de Deus.
Ao querido povo de Deus, juntamente com todos os agentes pastorais e lideranças eclesiais, vocês são uma ‘raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo de particular propriedade do Senhor’ (cf. 1Pd 2, 9). Deus é bom, o nosso povo é bom. Estou feliz pela possibilidade de encontrá-los brevemente. Já estou rezando por vocês, e também peço orações para que possa exercer meu pastoreio com amor e dedicação.
Com a graça de Deus, quero fazer a Sua vontade. Que Ele me ilumine com seu Santo Espirito para a nova missão que estou abraçando pela minha fé em Deus meu Salvador, Jesus Cristo.
Que Deus abençoe a todos. Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém!
Rio de Janeiro, 13 de dezembro de 2023. Memória de Santa Luzia, Virgem e Mártir.
Dom Juarez Delorto Secco
Bispo Eleito de Caratinga – MG