Arquidiocese recebe a visita das relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus

As relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, a “maior santa dos tempos modernos”, como a definiu Pio X, estará em peregrinação na Arquidiocese do Rio de Janeiro de 16 a 24 de julho. É a terceira vez que as relíquias estão no Brasil, desta vez no âmbito do Jubileu dos 150 anos de seu nascimento (2 de janeiro de 1873) e nos 100 anos da sua beatificação (29 de abril de 1923), comemorados no ano passado.

As relíquias, que são fragmentos dos ossos da Padroeira das Missões, a ‘Santa das Rosas’, poderão ser veneradas na Basílica de Santa Teresinha, na Tijuca, nas paróquias a ela dedicadas, em Botafogo e Campo Grande, na Catedral de São Sebastião, no Centro, no Carmelo Santa Teresa, em Santa Teresa, e no Carmelo São José, em Jacarepaguá.

O povo de Deus do Rio de Janeiro tem uma história de amor e devoção com a “Flor do Carmelo” de longa data, bem antes de sua canonização que ocorreu em 17 de maio de 1925.

A primeira igreja dedicada no Rio de Janeiro é a Basílica de Santa Teresinha do Menino Jesus, na Tijuca, que ganhou reconhecimento pontifício no dia 20 de julho de 1927, dois anos após sua canonização. Confiado aos religiosos da Ordem dos Carmelitas Descalços, o templo da Tijuca foi construído em estilo moderno à semelhança da igreja do Carmelo de Lisieux, na França, onde a santa viveu sua experiência de amor com Jesus Cristo, ‘o esposo celestial’.

Uma outra paróquia, erigida em 1938, foi construída por devoção à Paróquia Santa Teresinha, em Botafogo, que fica próxima à entrada do Túnel Novo. A sua localização foi escolhida no mapa da cidade do Rio de Janeiro pela própria irmã de Santa Teresinha, em Liseux, a pedido do então Cardeal Sebastião Leme. A promessa, em sinal de agradecimento por uma graça alcançada, de ter sentido a presença da santa durante cirurgia realizada na Suíça, em 1927.

No Rio de Janeiro, mais duas paróquias foram dedicadas a Santa Teresinha, uma no Conjunto Urucânia, em Santa Cruz, erigida em 1996, e outra no bairro Santa Teresinha, em Campo Grande, erigida em 1999.

 

Papa Francisco

Entre os devotos de Santa Teresinha, semelhante aos seus predecessores, está o Papa Francisco. No voo de volta de sua viagem ao Brasil em 2013, ao ser interpelado por jornalistas sobre o que carregava na pasta preta que costumava levar nas suas viagens apostólicas, revelou tratar-se de um livro sobre Santa Teresinha.

As relíquias de Santa Teresinha, acompanhadas das relíquias dos pais, os santos Luís e Zélia Martin, canonizados pelo próprio Papa Francisco, em 18 de outubro de 2015, estiveram no Vaticano, durante a Audiência Geral do dia 7 de junho de 2023. Na ocasião, o Santo Padre prometeu dedicar uma exortação apostólica por ocasião dos 150 anos do nascimento da Padroeira das Missões, publicada no dia 15 de outubro do mesmo ano, com o título “C’est la confiance”, ou seja, “Só a confiança e nada mais do que a confiança tem de conduzir-nos ao Amor”.

 

Doutora da Igreja

Santa Teresinha nasceu em Alençon, na França, no dia 2 de janeiro de 1873. Seus pais, Luis e Zélia, agora santos, tiveram oito filhos, antes da caçula Teresinha. Quatro de seus irmãos morreram com pouca idade, e ela perdeu a mãe quando tinha apenas quatros anos, vítima de câncer.

As irmãs se tornaram freiras (Maria, Paulina, Leônia e Celina), e Teresinha também sentiu forte desejo de abraçar a vida religiosa, e com apenas 15 anos obteve a autorização do Papa Leão XIII para entrar no mosteiro das carmelitas, em Lisieux.

Aos 10 anos, ela fez uma experiência forte com Nossa Senhora, o que mudou completamente a sua vida. Ela viu a imagem de Nossa Senhora como nunca havia visto antes. A alegria tomou conta de seu ser, e todas as suas penas foram entregues a Mãe de Deus. Após essa visão, Santa Teresinha disse: “A Santíssima Virgem sorriu para mim, foi por causa das orações que eu tive a graça do sorriso da Rainha do Céu” (“História de uma alma”).

No Natal de 1883, aos 13 anos, teve uma experiência com o Menino Jesus que transformou sua vida no âmbito espiritual, e adotou o nome de Teresinha do Menino Jesus.

O seu lema de vida, a partir do momento que entrou no carmelo, foi rezar pela conversão dos pecadores e por todos os sacerdotes. Porém, trazia em seu coração o grande desejo de ser missionária e anunciar aos quatro cantos do mundo a boa nova do Evangelho. Até que entendeu que deveria rezar no carmelo pela missão de toda a Igreja, devido à impossibilidade de sair em missão. Logo após a sua morte, o Papa Pio XI a declarou Padroeira das Missões.

As carmelitas de hoje seguem o mesmo carisma de Santa Teresinha do Menino Jesus e, no mosteiro, rezam pela conversão dos pecadores e por toda a Igreja. Elas rezam e trabalham pela salvação das almas. Elas são madrinhas de oração dos sacerdotes, religiosos e seminaristas, intercedem junto a Deus por todas as vocações.

Santa Teresinha faleceu no dia 30 de setembro de 1897, aos 24 anos de idade, e suas últimas palavras foram: “Oh, Amo-O. Deus meu… amo-Vos!”. Após sua morte, foram publicados os inúmeros escritos deixados por ela que se tornaram conhecidos mundialmente. Dessa forma, cumpriu-se o seu desejo de que se espalhe pelo mundo chuva de rosas, de milagres e graças por todo o mundo. Sua beatificação aconteceu em 1923, sendo canonizada pelo Papa Pio XI, em 1925, que a chamava de “uma palavra de Deus”. O Papa João Paulo II a proclamou doutora da Igreja, no dia 19 de outubro de 1997.

 

Programação – 16 a 24 de julho 

 

16 de julho

Manhã: Translado da Urna, pela Marinha do Brasil, do Seminário Diocesano de Niterói – RJ.

Santa Missa no Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Fortaleza de São José da Ilha das Cobras (acesso restrito) 

12h: Chegada da Urna das relíquias na Basílica de Santa Teresinha

 

17 de julho

Manhã: Dia de visitação às relíquias na Basílica Santa Teresinha e visita da Urna ao monumento e Santuário Cristo Redentor  

Manhã: Retorna para a Basílica de Santa Teresinha na Tijuca

 

18 e 19 de julho 

Mosteiro Santa Teresa na Lapa (chegada pela manhã do dia 18) 

 

20 de julho

Manhã: Carmelo São José em Jacarepaguá 

 

21 de julho

Manhã: Carmelo São José em Jacarepaguá 

Tarde: Paróquia de Santa Teresinha em Campo Grande 

 

22 de julho

Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro

Noite: Retorna para a Basílica de Santa Teresinha na Tijuca

 

23 de julho

Manhã: Visita da Urna ao Palácio Guanabara 

Manhã e tarde: Visita da Urna à Paróquia de Santa Teresinha em Botafogo

Tarde: Visita da Urna à Paróquia Nossa Senhora da Paz em Ipanema

Noite:  Retorna para a Basílica de Santa Teresinha na Tijuca

 

24 de julho

Manhã: Despedida e translado à Petrópolis

 

Carlos Moioli

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