O Brasil é o segundo maior produtor de lixo eletrônico das Américas com 2,4 milhões de toneladas/ano, segundo o Monitor Global de e-Lixo da Organização das Nações Unidas (ONU). Porém, apenas 3% desse material é destinado à reciclagem.
“Ou seja, tem muito material guardado em instituições, empresas e residências ou sendo descartado erroneamente no país, e que poderia ter um destino adequado, especialmente se considerarmos que a indústria de TI estima que a vida útil de um equipamento eletrônico é de cerca de dois anos”, disse Alberto Blois, presidente do TI Rio.
A entidade representa as empresas de tecnologia da informação do Estado do Rio de Janeiro e acaba de firmar parceria com o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor para a realização de um projeto de coleta seletiva e logística reversa de e-lixo em todo o Estado.
A expectativa de que pessoas e empresas participem do projeto é grande, já que a venda de desktops domésticos e notebooks aumentou 3,4% no segundo trimestre de 2024, com 62,8 milhões de novas unidades no mercado durante o período, como aponta o levantamento do instituto de pesquisa Canalys. No total, há 480 milhões de dispositivos digitais (computador, notebook, tablet e smartphone) em uso corporativo e doméstico no Brasil, de acordo com a 35ª Pesquisa Anual do FGVcia-2024.
Tecnologia e sustentabilidade
Unir tecnologia e responsabilidade socioambiental em ações que integram desenvolvimento humano e sustentabilidade é o objetivo da parceria da TI Rio com o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor. A iniciativa compreende a coleta seletiva de lixo eletrônico na rede conectada ao Santuário, a realização de seminários, palestras, workshops, eventos institucionais e projetos de capacitação, em temas comuns de interesse das entidades voltadas para o terceiro setor.
Entre os pontos turísticos mais conhecidos no mundo, o Santuário Cristo Redentor promove, em conjunto com o Instituto Redemptor, inúmeras atividades sociais, campanhas humanitárias e de ajuda às vítimas de violência. Com o novo convênio, essas ações sustentáveis poderão ser levadas para um número maior de participantes.
O reitor do Santuário, padre Omar Raposo, comemorou a parceria, afirmando: “O avanço tecnológico deve estar a serviço do bem comum e esse convênio inédito também representa um passo importante para um futuro mais sustentável”.
Para o presidente do TI Rio, Alberto Blois, esse é o melhor momento para investir em sustentabilidade. “Em novembro, o Rio de Janeiro será palco do G20 e todos os olhares estarão voltados para esse evento global, cujo tema central é sustentabilidade e economia verde. Seremos ainda mais protagonistas desse assunto no Brasil e a questão do descarte correto do lixo eletrônico é uma parte fundamental desse contexto. Estamos buscando fomentar ainda mais as nossas ações alinhadas a esse cenário”, afirmou o gestor.
Como doar?
Qualquer empresa, instituição ou pessoa pode fazer sua doação de lixo eletrônico para ter uma destinação sustentável. São aceitos computadores e periféricos (gabinetes, CPU, mouse, teclado, caixas de som, estabilizador, nobreak, fontes, drivers, placas mãe, de vídeo, de som e de rede, cabos, memórias, processadores, fontes adaptadoras, impressoras), aparelhos de DVD e videocassete, centrais telefônicas, celulares, fax e máquinas fotográficas. Vale destacar que não são aceitos pilhas, toners, lâmpadas e equipamentos de linha branca, como geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupas etc.
Interessados devem entrar em contato com a TI Rio no e-mail diretoria@ti.rio, que enviará uma ficha para preenchimento com nome ou razão social, telefone e o material que está disponível para doação, entre outros. A TI Rio irá comunicar o dia que a empresa parceira irá retirar os equipamentos a serem doados.
Alessandra Eckstein
