Cardeal Tempesta investe novos agentes do Ministério da Consolação e Esperança

“É uma alegria acolher e conferir o ministério para cada um de vocês. São quase 550 ministros da Consolação e Esperança em nossa arquidiocese. Vocês serão a presença da Igreja Católica nos cemitérios, ossuários e cinzeiros, para anunciar, através do Evangelho, uma mensagem de fé e esperança às famílias que perderam seus entes queridos”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, ao instituir novos agentes do Ministério da Consolação e Esperança, durante missa na Catedral de São Sebastião, no Centro, no dia 26 de outubro.

De acordo com o rito de investidura, os candidatos, depois de interrogados pelo arcebispo, fizeram o firme propósito para bem desempenhar o ministério. Impondo as mãos sobre eles, o arcebispo fez a oração de confirmação, e após a bênção, entregou de forma simbólica as insígnias aos novos ministros. Junto com os novos ministros, os já investidos renovaram os mesmos compromissos.

 

Edificação do Corpo de Cristo

Na homilia, Dom Orani lembrou que o Apóstolo Paulo, em sua carta ao Efésios, explicou que cada um tem um ministério: “Assim capacitou os santos para o ministério, para edificar o corpo de Cristo. Instituiu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas e outros como pastores e mestres. Ele capacitou para esse ministério para edificar o Corpo de Cristo” (cf. Ef 4,7-16).

“Os sacerdotes têm a missão de prestar assistência aos paroquianos que falecem e a seus familiares, os diáconos também têm suas responsabilidades. Já os leigos e leigas recebem o ministério para exercer a função nos cemitérios de nossa cidade, para levar uma palavra de esperança e de confiança em Deus. Por isso que Paulo disse: ‘Capacitou para esse ministério para edificar o Corpo de Cristo’. Nós temos a grande missão de ser presença de consolação e de esperança para as famílias que choram por seus entes queridos”, disse.

O arcebispo observou que a cidade tem muitos cemitérios e muitas pessoas morrem a cada dia, e que a presença dos ministros nos cemitérios é importante para atender aqueles que pedem, de maneira especial os católicos, mas também a todos que necessitam de consolação e de esperança no momento dos sepultamentos dos entes queridos.

“Bendizemos a Deus por esse ministério. Ele nos capacita para, através do nosso trabalho, edificar o Corpo de Cristo, até que cheguemos juntos à unidade da fé e do conhecimento do filho de Deus e do estado do homem perfeito, a estatura de Cristo na sua plenitude. É a missão a que fomos chamados e enviados, de ser um instrumento de consolação e esperança diante do sofrimento das pessoas”, disse.

Dom Orani agradeceu aos sacerdotes e formadores que têm a responsabilidade de organizar, animar e preparar os cursos para capacitar novos membros e serem instituídos como ministros da Consolação e Esperança.

Ao refletir sobre o Evangelho (Lc 13,1-9), o arcebispo lembrou que o Senhor sempre coloca adubo e terra na figueira para que possa dar frutos.

“Nós que nos defrontamos, a cada dia, com aqueles que partem, somos chamados a pedir ao Senhor que nos dê tempo de conversão. Ao servir os irmãos e irmãs enlutados, sejamos os primeiros a nos converter. Que o Senhor nos dê sempre o adubo necessário para que nós possamos ser testemunhas de Jesus Cristo hoje. O trabalho que vocês fazem é missionário, evangelizador e cheio de esperança, que leva paz aos corações e também a esta nossa grande cidade”, disse.

 

Ser presença da Igreja

No final da celebração, o bispo auxiliar Dom Tiago Stanislaw, referencial do Ministério da Consolação e Esperança, transmitiu mensagem aos ministros:

“Queridos ministros, tanto novos como antigos e já experientes, eu exorto duas palavras para vocês: obrigado e parabéns. Obrigado porque vocês responderam ao convite da Igreja para representá-la em uma missão tão importante, cuidando dos nossos irmãos que estão partindo deste mundo rumo à eternidade, no momento crucial das suas mortes, passagem para a nova realidade, e que vocês também cuidem das famílias e de todas as pessoas enlutadas que, naquele momento, precisam de consolo e da esperança. Muito obrigado, por vocês abraçarem este convite para ser o braço, a presença da Igreja nesses lugares tão diferentes, porque cemitérios não são os lugares comuns onde nós vivemos, onde nós temos nossa presença maior, mas são lugares que fazem parte da nossa história humana. Parabéns por vocês responderem ao chamado de Deus que, através da Igreja, convidou a cada um de vocês para que possam ser a materialização do amor d’Ele por cada ser humano. Por isso, eu peço sempre: vão com amor para cumprir a missão, para que Deus saiba que, tudo que vocês fazem, seja feito por amor a Ele, amando seu próximo naquele momento no qual precisa da nossa presença e também da nossa oração. Então, que o bom Deus abençoe a cada um de vocês nesta história tão especial que é a história de um ministro da Consolação e Esperança da nossa Igreja Católica. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.”

 

Fidelidade à Igreja

Na sua mensagem, o assistente eclesiástico do Ministério da Consolação e Esperança, padre Pedro Paulo Alves dos Santos, disse: “Fui investido e permaneço civilmente voluntário. No entanto, este modo ganha o mais alto grau quando deixa de fazer pastoral, por mais que o ministério tenha a função pastoral, para serem vinculados através da investidura. O bispo nos investiu com a autoridade dele para que dignamente possam, de fato, ser essa nuvem branca da esperança, da consolação. Não canso de dizer que a nossa presença no cemitério permite que o óbito, no seu horror, ganhe dignidade. Tudo porque cada ministro aqui hoje recebeu das mãos do arcebispo algo da sua autoridade, do seu serviço, já que nós, padres e diáconos, somos ministros ordinários desse ministério, mas recebestes a cruz. Nunca se esqueçam, recebestes a cruz. Abraçastes e a carregareis convosco. De modo que ministros, homens e mulheres assíduos, não estão lá quando querem, estão lá porque se dispuseram e, portanto, devem. Não fogem do trabalho, não desistem diante das dificuldades, ao contrário, se precisam, eles se tornam também mártires. Sofrendo para que a família cristã receba a nossa presença. Por isso é um dia importante, é um dia de gratidão a Deus, mas também um dia de fidelidade à Igreja. Eu fui instituído ministro extraordinário pelas mãos do senhor cardeal para esta missão que já cumpria e agora cumpro mais fielmente. Uma palavra aos antigos ministros, uns aqui estão doentes, outros morreram, a todos esses ministros que nesses 40 anos de caminho, entre pastoral e ministério, foram de fato semente, foram caminho para chegarmos até o dia de hoje. Que a Virgem Maria, que seguiu o caminho da cruz até o calvário, abençoe cada um de vós. Assim seja.”

 

Carlos Moioli e Rita Vasconcelos

 

 

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