A edição de número 12 da Festa da Unidade na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro foi celebrada com o jubileu de 50 anos de ordenação sacerdotal do arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, no dia 14 de dezembro.
Religioso da Ordem Cisterciense, Dom Orani foi ordenado sacerdote há 50 anos pelo bispo da Diocese de São João da Boa Vista (SP), Dom Tomás Vaquero, na Paróquia São Roque, em São José do Rio Pardo (SP), no dia 7 de dezembro de 1974. Seu jubileu, que deveria ser celebrado no dia 7 de dezembro, foi transferido para o dia 14 de dezembro, para participar do consistório que criou novos cardeais, no Vaticano, convocado pelo Papa Francisco.
Os sinos da Catedral de São Sebastião, no Centro, anunciaram a chegada de Dom Orani, às 7h45, onde foi recebido pelo pároco, cônego Cláudio dos Santos. Após a execução do Hino Pontifício pela Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros, o homenageado entrou acompanhado de irmãos bispos na Igreja Mãe da arquidiocese, abençoando os fiéis que já o aguardava.
A Santa Missa em ação de graças contou com a presença dos bispos auxiliares da arquidiocese, do Regional Leste 1 e de outras dioceses. Entre eles, o recém criado cardeal, Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS), presidente da CNBB e do Celam, Cardeal Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília (DF), e Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida (SP).
Também presentes na celebração o clero arquidiocesano, seminaristas, religiosas, religiosos, autoridades civis e militares, representantes de diferentes tradições religiosas e o povo de Deus de todos os cantos dos 12 vicariatos da arquidiocese. De São José do Rio Pardo (SP), terra natal de Dom Orani, veio uma caravana com membros do grupo Tucaf (Todos Unidos como Amigos Felizes), acompanhados pelo padre Paulo Celso Demartini, abade da Abadia de Nossa Senhora de São Bernardo.
A homilia foi feita por Dom Joel Portella Amado, bispo de Petrópolis (RJ), na qual destacou que a vida e o ministério de Dom Orani tem sua luz na espiritualidade de São Bernardo de Claraval, reformador da Ordem Cisterciense. “Amo porque amo, amo para amar. Grande coisa é o amor, contanto que vá ao seu princípio, volte à sua origem, mergulhe na sua fonte”, disse São Bernardo.
No final da celebração, houve diversas homenagens. O bispo auxiliar Dom Antonio Augusto Dias Duarte leu mensagem enviada pelo Papa Francisco: “Nós o felicitamos pela longa missão pastoral (…); bem como por sua preocupação com o clero, com a formação dos seminaristas e com os fiéis cristãos”.
Cantando as canções “Eu sou de lá” e “Nossa Senhora”, a cantora Fafá de Belém homenageou Dom Orani, representando o povo paraense: “Eu trago comigo o abraço, o carinho e o agradecimento do povo simples da minha terra, que ama Dom Orani”.
Em nome dos cariocas, o prefeito Eduardo Paes entregou a Dom Orani as chaves da cidade: “O Rio de Janeiro te ama”. O prefeito observou que o arcebispo é um “andarilho” que caminha pela cidade, especialmente pelas “áreas mais pobres, onde as pessoas mais precisam do Evangelho, do governo e de atenção”.
“O senhor é um homem de Deus”, apontou o bispo auxiliar do Rio de Janeiro Dom Antonio Luiz Catelan Ferreira, porta-voz dos bispos ordenados por Dom Orani. Na sua mensagem, destacou que o arcebispo vive seu ministério em comunhão, como parte de seu lema: “Ser um com toda a Igreja”.
Dois sacerdotes falaram em nome de todo o clero. O padre Alexandro Tarquino da Silva, que faz parte da primeira turma de padres ordenados por Dom Orani, há 15 anos, lembrou que o acolhimento, carinho e atenção são marcas da vocação do arcebispo. “O senhor nos atinge, como a sombra do Bom Pastor, pelo cuidado, pela amizade, por esse dom que o senhor é para conosco, os padres da nossa arquidiocese”, disse padre Tarquino.
O padre Ellber Márcio Bozegia Lima, um dos ordenados, em março deste ano, de uma turma de 18 sacerdotes, destacou que o pastoreio de Dom Orani é exemplo daquele que dá a vida pelas ovelhas de Cristo. “Somos provas vivas do seu ministério incansável sempre presente em nossas comunidades nas novenas, tríduos, festas de padroeiros, bênçãos, posses e demais celebrações”, disse padre Ellber Lima.
VOCAÇÃO
Pelo serviço prestado à população, de acolhimento e inclusão, combatendo, a intolerância e o racismo religioso, Dom Orani recebeu uma moção de agradecimento do Instituto Religare, composto por 34 religiões distintas. Ele é o fundador da comissão inter-religiosa denominada Diálogo e Paz. “Dom Orani sempre coloca a paz e o diálogo como prioridades, ajudando o próximo e, principalmente, mostrando que o diálogo é o caminho para a verdadeira harmonia e a paz”, disse Luzia Lacerda, presidente do Instituto Religare.
A homenagem da Iniciação à Vida Cristã fez memória do ministério de Dom Orani, o primeiro catequista da arquidiocese, apresentado por cerca de 330 crianças e adolescentes. A homenagem terminou com todos recitando juntos o lema do arcebispo: “Que todos sejam um”.
Em nome da caravana que veio de São José do Rio Pardo (SP), terra natal do homenageado, José Carlos Bini lembrou da assistência que o então padre Orani dava ao grupo de jovens Tucaf. Destacou sua ousadia em adquirir uma emissora de rádio na Diocese de São João da Boa Vista, para que a mensagem do Evangelho chegasse como bálsamo aos corações dos diocesanos”, e também de seu trabalho missionário, quando “seguia quase todas as noites nas estradas empoeiradas dos sítios e fazendas para levar a Palavra de Deus aos irmãos da zona rural”.
O Setor Juventude, na homenagem a Dom Orani, com encenação realizada pela Pastoral das Artes, da Matriz de Nossa Senhora da Glória, em Laranjeiras, ressaltou o sentimento de gratidão por ele ter presenteado os jovens do mundo inteiro com a realização da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em 2013, com a presença do Papa Francisco, na primeira viagem de seu pontificado.
No final da celebração, Dom Orani assinou mais uma Carta Pastoral, com o título: “Para que o mundo creia” (Jo 17, 21b), publicada por ocasião do jubileu de ouro presbiteral. Durante seu ministério como arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani já publicou 19 cartas pastorais.
Carlos Moioli