Padre Gabriel Sobral, construtor de igrejas e zeloso pastor, foi para a eternidade aos 83 anos

Foi para a Casa do Pai, no dia 30 de dezembro, o padre Gabriel Sobral Filho, aos 83 anos. Filho de Gabriel Nascimento Sobral e de Tereza de Jesus Sobral, nasceu em 7 de fevereiro de 1941, no Rio de Janeiro, caçula de uma família de cinco irmãos. Foi ordenado sacerdote, no dia 2 de julho de 1966, pelo Cardeal Jaime de Barros Câmara.

Religioso da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, padre Gabriel foi incardinado na Arquidiocese do Rio de Janeiro no dia 21 de agosto de 1984, onde exerceu o ministério nas paróquias Bom Jesus da Penha, na Penha, Nossa Senhora do Divino Amor, em Irajá, Santa Luzia, em Honório Gurgel, e São Brás, em Madureira. Na Baixada Fluminense, atuou na Paróquia São Francisco de Assis, em Queimados.

O sacerdote era reconhecido por sua simplicidade e dedicação ao rebanho. O cônego Jerônimo Pessanha de Almeida, pároco da Paróquia Santo Antônio, no Tauá, destacou: “Trabalhei como seminarista quando padre Gabriel esteve à frente da Paróquia Santa Luzia, em Honório Gurgel. Homem simples, dedicado ao rebanho. Gratidão pelo seu exemplo e fidelidade ao sacerdócio de Cristo. Descanse em paz.”

Outro testemunho veio do padre Anderson Manoel dos Santos, vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Vila Isabel: “Deus dê à alma do padre Gabriel o descanso eterno. Se minha família é católica, agradeço ao apostolado desse sacerdote. Ele acolheu minha família na Paróquia Santa Luzia, batizou minha mãe já adulta e me deu a Primeira Eucaristia. Agradeço a Deus pelo seu ministério sacerdotal.”

Em 1996, padre Gabriel foi exercer o ministério em Teresópolis, na Diocese de Petrópolis (RJ), onde permaneceu até o fim de sua vida. Foi na cidade que deixou um legado marcante como construtor de igrejas e pastor zeloso.

Na Paróquia Santa Teresa d’Ávila, atuou como fiel vigário e contribuiu para a construção da Capela São Francisco de Assis, no Vale do Paraíso.

Observando o crescimento da população no bairro Tijuca, também em Teresópolis, idealizou e iniciou a construção da atual Igreja São João Batista. A antiga igreja, com uma escadaria alta e de difícil acesso, era pequena e incapaz de acomodar os fiéis. Com sua visão pastoral e determinação, mobilizou a comunidade católica para a construção de um novo templo, já preparado para abrigar uma futura paróquia.

Mesmo quando deixou de ser vigário na Paróquia Santa Teresa, padre Gabriel continuou celebrando diariamente missas na casa das irmãs Carmelitas da Divina Providência, que acolhem irmãs idosas e mantêm uma creche. Nos últimos anos, vivendo na casa de uma irmã, foi cuidado até o fim.

Em outubro de 2023, a Capela São Francisco de Assis homenageou padre Gabriel com uma placa em reconhecimento ao seu papel como idealizador e construtor, além do trabalho pastoral realizado na comunidade.

Após um longo período de enfermidade, culminando em sua internação no Hospital São José, em Teresópolis, padre Gabriel faleceu no mesmo dia em que foi sepultado, no Cemitério Carlinda Berlim. A missa de corpo presente foi celebrada na Igreja São João Batista, uma das igrejas que ele construiu, e presidida pelo bispo diocesano de Petrópolis, Dom Joel Portella Amado.

Dom Joel destacou em sua homilia: “O legado do padre Gabriel foi o de construtor de igrejas, tanto físicas quanto espirituais. Sua atuação pastoral e espiritual no cuidado com o povo evidenciou o impacto de seus 58 anos de sacerdócio.”

O padre Jorge Pacheco, pároco da Paróquia Santa Teresa, agradeceu em nome do clero pelo trabalho do sacerdote, enfatizando seu zelo pastoral e carinho pelas pessoas. Muitos fiéis presentes na celebração, incluindo amigos e familiares vindos do Rio de Janeiro, deram seu último adeus.

“Padre Gabriel Sobral configurou-se plenamente ao Cristo, Bom Pastor. Mesmo com o corpo marcado pelo sofrimento nos últimos anos, deixou um exemplo inestimável de fé e dedicação. Sua maior obra não foram apenas os templos que construiu, mas as igrejas vivas, compostas por fiéis tocados por sua missão. Que seu legado permaneça vivo na memória de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo”, disse padre Jorge Pacheco.

 

Carlos Moioli

Fontes: Diocese de Petrópolis e Cúria Arquidiocesana do Rio de Janeiro

 

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