Dom Tiago Stanislaw: ‘Todos nós estamos nas mãos de Deus’

Quando chegou ao Rio de Janeiro vindo do Equador, no dia 21 de março, o ícone de Nossa Senhora de Czestochowa, a venerada Virgem Negra, padroeira da Polônia, foi acolhido pelo bispo auxiliar Dom Tiago Stanislaw. A primeira celebração eucarística que marcou o início da peregrinação da chamada “De Oceano a Oceano” pela arquidiocese foi realizada na Capela Nossa Senhora da Conceição, no Edifício São João Paulo II, na Glória, sede da Mitra Arquiepiscopal.

Na homilia, Dom Tiago Stanislaw lembrou que o ícone da Virgem Negra chegou na arquidiocese como ‘peregrina de esperança’, em sintonia com o Jubileu do Ano Santo convocado pelo Papa Francisco, na perspectiva de olhar a esperança como parte importante da experiência de fé.

“Precisamos confiar nos planos de Deus para toda a Humanidade e para cada um de nós. Em nosso coração, devemos ter a referência que não podemos olhar apenas aquilo que está acontecendo hoje em minha vida, quando as experiências não são favoráveis, sem lembrar também das promessas que Deus dirige a cada um de nós. Todos somos convidados à eternidade, a viver em comunhão com Deus. Como peregrinos, estamos indo nesta direção”, disse.

Na reflexão da primeira leitura, extraída do livro de Genesis (Gn 37,3-28, o bispo auxiliar lembrou que o jovem José foi vendido aos mercadores por seus irmãos, mas que Deus utilizou desta horrível ação para favorecer o seu povo.

“Muitas vezes, nossos problemas não são tão grandes, nem assustadores e nem tão deprimentes como parecem. As promessas de Deus, ao seu tempo, se realizam. Por causa de José, que se tornou a mão direita do próprio rei do Egito, a sua família e também o povo eleito sobreviveram à fome que surgiu naquele país”, disse.

No seu tempo, Jesus também foi rejeitado pelo mundo, como o Messias, o filho de Deus, assim como José foi pelos seus irmãos, explicou o bispo auxiliar, enfatizando que Jesus é a pedra angular que os construtores rejeitaram, como diz o Evangelho (Mt 21,33-46), sem imaginar que Ele é o Salvador. De nada adiantou a rejeição, porque ela se transformou num bem maior para todos nós.

“Vivemos em um mundo onde a cultura da morte está em vigor, e podemos até pensar em desistir, por nos sentirmos pequenos perante tudo que parece ser muito mais forte e maior do que todos nós juntos. Mas, quando lembramos que estamos nesta batalha ao lado do próprio Deus, entendemos que a batalha já está vencida. Deus já fez a vitória final”, disse.

Contra a cultura da morte que ameaça a vida, Dom Tiago acrescentou:

“Podemos ficar tristes e abalados com as batalhas, mas é preciso olhar a nossa vida com esperança, ou seja, numa dimensão maior, entendendo que todos nós estamos nas mãos de Deus. Com Deus estamos seguros, pois Ele nos garante um fim feliz”.

Na conclusão da homilia, Dom Tiago convidou a todos para olhar para Maria com confiança. “Ao venerar o ícone de Nossa Senhora, presente entre nós, peçamos o auxílio de sua graça da esperança nos momentos em que nossa fé esteja abalada. Por mais que, humanamente, algumas coisas nos assustem ou nos deprimam, e nos fazem perder até a alegria da vida, que possamos lembrar exatamente das promessas de Deus. Abracemos, com muita fé e confiança, na certeza que o próprio Deus realiza suas promessas de salvação na história de nossas vidas”, disse Dom Tiago.

 

Carlos Moioli

 

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