No dia 3 de abril, o Pontifício Colégio Pio Brasileiro, em Roma, celebrou, na Capela Nossa Senhora Aparecida, os 91 anos de sua fundação, com missa em ação de graças, presidida pelo diretor de Estudos, padre Antonio Depizzoli, sendo concelebrantes o reitor, monsenhor Valdir Cândido de Morais, o diretor de Estudos, Dom Armando Bucciol, o coordenador-geral do Conselho de Presbíteros Estudantes, cônego Leandro de Souza Câmara, e o padre Emerson Lipinsk, aniversariante do dia, da Diocese de São José dos Pinhais (PR).
No final da celebração, o cônego Leandro de Souza Câmara, em nome de todos os presbíteros estudantes, fez discurso de agradecimento. Veja na íntegra:
“Caros irmãos e irmãs,
Hoje nos reunimos com o coração transbordando de gratidão para celebrar os 91 anos do Pontifício Colégio Pio Brasileiro. Este é um tempo de ação de graças, um momento oportuno para reconhecermos as bênçãos que Deus tem derramado sobre esta casa, que é muito mais do que um edifício: é uma comunidade viva de fé, um espaço de comunhão e de formação, onde sacerdotes são fortalecidos para melhor servirem ao povo de Deus.
Desde a sua fundação, o Pio Brasileiro tem sido um lugar de encontro e crescimento, onde os sacerdotes, chamados a serem cuidadores do rebanho do Senhor, também são cuidados. Aqui, aprofundamos o conhecimento nas ciências teológicas, filosóficas, da psicologia, entre outras, alimentando-nos não apenas do estudo, mas também da oração, da fraternidade e do testemunho mútuo. A formação permanente que se realiza entre estes muros não é apenas acadêmica, é um caminho de renovação espiritual e pastoral, para que cada um de nós presbíteros possamos exercer nossa missão com sabedoria, humildade e ardor missionário.
Mas nenhuma obra se sustenta sozinha. Por isso, queremos hoje reconhecer e agradecer a todos aqueles que, com sua dedicação e serviço, fazem deste colégio uma casa para tantos sacerdotes vindos do Brasil e Cabo Verde, inclusive. Nossa gratidão se dirige aos nossos bispos sem os quais não estaríamos aqui, à Presidência da CNBB e à direção nas pessoas do reitor do nosso colégio, Revmo. Mons. Valdir Cândido Moraes, Dom Armando Bucciol, e do padre Antonio Depizzoli, às consagradas na pessoa da Kely, aos funcionários e a todos os colaboradores que, com seu trabalho generoso e discreto, ajudam a edificar e a manter esta comunidade. São mediações humanas que Deus coloca em nosso caminho para fortalecer-nos na fé, na esperança e na caridade.
Que este aniversário seja, acima de tudo, um convite à fidelidade e à renovação do nosso compromisso com a missão da Igreja. Que o Pio Brasileiro continue sendo um espaço onde a luz do Evangelho ilumina mentes e corações, aprimorando os pastores segundo o coração de Cristo, sempre prontos a dar a vida pelo rebanho.
A Nossa Senhora Aparecida, Mãe da Igreja e padroeira do nosso amado Brasil, confiamos o futuro desta casa, para que ela continue sendo fecunda na formação de sacerdotes santos e sábios, servidores fiéis do Reino de Deus. Muito obrigado!”
Origem e missão
Destinado à formação permanente de presbíteros diocesanos do Brasil e de outros países que vão à Roma para realizar estudos de pós-graduação, o Colégio Pio Brasileiro foi construído por iniciativa do episcopado brasileiro, tendo à frente, na época, o arcebispo coadjutor do Rio de Janeiro, Cardeal Sebastião Leme.
O ambicioso projeto de um seminário próprio contou com a colaboração do clero e dos fiéis de todas as dioceses do Brasil. A pedra fundamental foi lançada em 1929, e cinco anos mais tarde, foi inaugurado, em 3 de abril de 1934, sob o pontificado do Pio XI. A turma fundadora, formada por 34 padres e seminaristas, saiu do Pio Latino, sob a direção dos jesuítas. A partir de 2014, o colégio passou a ser administrado pela CNBB.
O Papa São João Paulo II, quando visitou o colégio, em 17 de janeiro de 1982, assim se expressou: “O Colégio Pio Brasileiro é um pedacinho do Brasil em Roma”. O Santo Padre tinha razão. O colégio é uma referência para todos os brasileiros que residem em Roma ou aqui vêm em peregrinação ou a serviço. Nos seus 91 anos de existência, já passaram pela casa mais de dois mil estudantes, uns ainda seminaristas, outros já presbíteros, entre eles, cerca de 170 foram ordenados bispos.
Carlos Moioli