A Solenidade de Corpus Christi no centro do Rio de Janeiro – na quinta-feira, 19 de junho – foi uma manifestação de fé e unidade, marcada pela participação expressiva do clero, religiosas, seminaristas e povo de Deus e por diversas iniciativas que reforçaram o sentido da celebração, conforme detalhou o cônego Cláudio dos Santos, vigário episcopal do Vicariato de Pastoral.
Logo de manhã, centenas de representantes de paróquias, pastorais, seminários, movimentos eclesiais e também de instituições culturais, militares e inter-religiosas confeccionaram os tradicionais tapetes de Corpus Christi na Avenida Chile.
Entre os tapetes estavam das escolas de samba Acadêmicos do Salgueiro e Imperatriz Leopoldinense, também do Corpo de Bombeiros, Prefeitura Municipal e Instituto Inter Religião Religare. Também houve tapetes de conscientização social, motivando a convivência respeitosa e a inclusão de pessoas com necessidades especiais, como as surdas e as que apresentam condição de espectro autista.
A procissão de Corpus Christi, que para o cônego Cláudio “é uma manifestação pública da fé em Jesus presente na Eucaristia”, teve início, às 16h, após as vésperas realizadas na Igreja da Candelária, na Praça Pio X, presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta.
O carro-andor com o Santíssimo Sacramento partiu da Candelária em procissão, seguiu pela Avenida Presidente Vargas e percorreu boa parte da Avenida Chile. “Durante o percurso, foi bonito ver o povo de Deus aclamando o Santíssimo Sacramento por onde passava, com orações, cantos e muita devoção”, disse cônego Cláudio, e observou: “desde crianças até os mais idosos”.
Quando chegou em frente à Catedral, Dom Orani caminhou com o Santíssimo pelos tapetes até um palco montado na Avenida Chile. O arcebispo conduziu momento de adoração, oração, dirigiu mensagem aos cariocas e deu a bênção à cidade com o Santíssimo Sacramento, cujo ostensório é o mesmo que foi utilizado no Congresso Eucarístico Internacional, no Rio de Janeiro, há 70 anos.
A procissão pelas ruas do Centro atraiu multidão. O cônego Cláudio estima que “foram cerca de cem mil fiéis”. A participação não se limitou somente aos fiéis que residem nas paróquias dos vicariatos Sul, Urbano e Norte, mas dos demais vicariatos afastados da arquidiocese, como Santa Cruz, Campo Grande e Oeste, que se deslocaram para a celebração no centro da cidade, para “celebrar a festa da Eucaristia junto ao pastor, Dom Orani”.
Também no palco, na Avenida República do Chile, houve o Auto de Corpus Christi que proporcionou, segundo o cônego Cláudio, “momento cultural e trouxe aos fiéis uma experiência da força da Eucaristia”. A apresentação, que emocionou muitos, incluiu as histórias de São Pio e São João Paulo II. Houve também o encontro de Isabel com Maria, interpretada pela cantora Ghislene Cantini, que, de acordo com o cônego Cláudio, “tocou a todos nós”, e uma pequena procissão que destacou a devoção mariana a Mãe Aparecida.
O “dia grandioso”, ressaltou o cônego Cláudio, culminou com solene celebração na Catedral, presidida por Dom Orani. Uma boa parte dos fiéis participou em torno da mesa da palavra e da Eucaristia. Para o cônego Cláudio, a solenidade, em seus vários momentos, manifesta a profunda fé do povo carioca. A procissão e a presença de Jesus na Eucaristia, conforme cônego Cláudio, convidam à “prática do bem, especialmente em um tempo de necessidade de tolerância, diálogo e paz”, concluiu.
Carlos Moioli