A Catedral Metropolitana de São Sebastião, no Centro do Rio, sediou, na manhã de 9 de agosto, a celebração do Jubileu dos Diáconos e a abertura da Semana Nacional da Família. A Santa Missa foi presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, e concelebrada pelo bispo auxiliar Dom Roque Costa Souza, referencial da Comissão Arquidiocesana para o Diaconato Permanente (Cadiperj), e pelo bispo auxiliar emérito Dom Antonio Augusto Dias Duarte, referencial da Pastoral Familiar.
Entre os sacerdotes presentes, estiveram o pároco da Catedral, cônego Cláudio dos Santos, o diretor da Cadiperj, cônego Jorge André Pimentel Gouvêa, e o diretor adjunto, padre Guilherme Freitas Silva Almeida. Durante a celebração, foi lida a provisão canônica da nova diretoria da Cadiperj para a gestão 2025-2027, composta pelo diácono Manuel Augusto da Silva Nunes (presidente), diácono Adahil Rodrigues de Morais (vice-presidente), Edson Luiz do Nascimento (secretário), Luis Carlos Neves Veloso (tesoureiro) e diácono Charles Eustáquio da Silva (relações públicas).
A Missa também recordou o Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos, celebrado em 6 de agosto, promovido pela ACN Brasil.
O Cardeal Orani destacou a importância da união entre o Jubileu dos Diáconos e a Semana da Família, especialmente no contexto do Mês Vocacional. “É uma alegria podermos ver esse belo momento em nossa Igreja mãe jubilar, tanto no Ano da Esperança como também no Ano Jubilar Arquidiocesano”, afirmou.
Em sua homilia, o arcebispo ressaltou o papel da oração como força transformadora diante dos desafios atuais: “A oração remove montanhas. Nós temos muitas situações que marcam a nossa vida pessoal, familiar e social, mas a fé nos leva a crer no poder da oração”. Ele também alertou para as ameaças às famílias, vindas de ideologias e narrativas distorcidas: “Hoje, com a inteligência artificial e a modernidade, muitas vezes não sabemos mais em quem acreditar. Por isso, precisamos viver a vida cristã em família e dar testemunho dos valores do Evangelho”.
O arcebispo incentivou a união entre diáconos e Pastoral Familiar, lembrando que a maioria dos diáconos é casada, com filhos e netos. “Seria interessante juntarmos sempre, na nossa Catedral, a escola diaconal, os diáconos permanentes e a Pastoral Familiar, para um grande encontro no encerramento da Semana dos Ministérios Ordenados e na abertura da Semana Nacional da Família”, sugeriu.
Encerrando a reflexão, Dom Orani chamou todos à perseverança na missão evangelizadora: “Mesmo enfrentando situações difíceis, somos chamados a transformar a sociedade com os valores cristãos e a ser testemunhas de Cristo, nossa esperança, paz e vida”.
Formação e comunhão fraterna
Na sua mensagem, no final da celebração, o diretor da Cadiperj, cônego Jorge André Pimentel Gouvêa, destacou a importância da unidade, da formação permanente e do fortalecimento da vocação diaconal.
“Hoje, na celebração unida à Pastoral da Família com os nossos diáconos, agradecemos a Deus o dom da vocação, os ministérios ordenados, o ministério de serviço, o ministério para conduzir a vida e a missão da Igreja”, afirmou. Ele ressaltou que a Cadiperj busca ser um auxílio junto à Cúria e ao arcebispo, unindo diáconos que atuam no mundo do trabalho e no convívio familiar.
O cônego Jorge André incentivou a participação nos encontros formativos e momentos de convivência: “Não desprezem este momento da convocação. Sei que são muitos os trabalhos pastorais, mas podemos nos programar. A Cadiperj divulga a programação anual para que possamos colocar como prioridade esse comparecimento”.
Reconhecendo as dificuldades de deslocamento e conciliação com compromissos profissionais, ele reforçou que o esforço é parte da missão: “O empenho é suscitado pelo Espírito Santo para que, em pequenas comunidades, possamos nos conhecer mais e aprofundar nossa vocação e nosso ministério para desempenhar o serviço da melhor forma possível”.
Ao recordar o tema do Mês Vocacional, “Peregrinos porque chamados”, o diretor da Cadiperj motivou os diáconos a perseverarem na escuta da voz de Deus. “O Senhor nos chama, nos motiva e nos impulsiona nesse caminho”, disse. Ele também felicitou os diáconos pela festa de São Lourenço, padroeiro do diaconato, celebrada em 10 de agosto: “Que seja celebrado com muita alegria e que o ministério frutifique na vida da família, da comunidade, no serviço e numa sociedade que necessita do anúncio da Palavra”.
A esperança como força para as famílias
“É tempo de júbilo em nossa vida”, lembrou o bispo referencial da Pastoral Familiar, Dom Antonio Augusto Dias Duarte, reconhecendo que a realidade atual pode parecer contraditória ao lema. “Temos tantos motivos para nos preocuparmos, para ficarmos tristes, para sentirmos quase atormentados por tantas tempestades que acontecem no mundo de hoje e que afetam muito a família”, afirmou. No entanto, ressaltou que o júbilo se mantém porque “vivemos da esperança, e a esperança não decepciona”.
Dom Antonio destacou que, mesmo diante de ameaças e desafios, muitas famílias perseveram na fé e no amor. “É um júbilo ver tantas famílias que, com seus desafios, mantêm a esperança”, disse. Ele também citou como motivo de alegria o número de jovens que buscam a Deus, recordando a recente participação de um milhão de jovens no Jubileu da Juventude em Roma e a memória da Jornada Mundial da Juventude realizada no Rio.
O bispo ressaltou ainda que a família é o berço de muitas vocações. “É um júbilo ver que da família saem vocações sacerdotais, religiosas e também diáconos permanentes. Mesmo tão ameaçada, a família é procurada e querida. Os jovens querem encontrar nos pais e nas famílias referências para constituírem as suas próprias”.
Encerrando sua mensagem, Dom Antonio citou uma frase popular que, segundo ele, reflete o trabalho silencioso das famílias na construção de um mundo melhor: “O bem não faz ruído e o ruído não faz bem”. Ele incentivou que, ao longo da Semana Nacional da Família, paróquias e vicariatos transmitam uma certeza que deve guiar a caminhada cristã: “A esperança não decepciona”.
Carlos Moioli e Rita Vasconcelos