A Câmara Municipal do Rio de Janeiro realizou, no dia 8 de setembro — data em que a Igreja celebra a memória da Natividade de Maria Santíssima —, uma sessão solene para homenagear pessoas e instituições que atuam na defesa da vida e da família. O evento buscou reconhecer o compromisso de proteger “duas vidas: a da mãe e a do bebê”.
O Movimento Adoção Espiritual recebeu a Medalha Pedro Ernesto, a mais alta honraria concedida pelo Legislativo carioca. Já Dóris Hipólito foi agraciada com a Medalha de Reconhecimento Chiquinha Gonzaga, em reconhecimento à sua dedicação incansável à causa pró-vida.
Durante a solenidade, foram entregues Moções de Louvor a diversas pessoas e entidades que se destacam nesta missão: Claudia Vieira Ramos, vice-presidente da Rede Nacional em Defesa da Vida e da Família; Movimento Pró-Vida e Família; Comunidade Jesus Menino; Família Preciosa Vida; Comunidade Aliança de Misericórdia; e Comunidade Sementes do Verbo.
Segundo o vereador Diego Faro, as homenagens foram prestadas às “pessoas que se dedicam todos os dias para mostrar que a vida vale a pena. São duas vidas: a de quem está para nascer e a da mãe, que carrega a criança”. O parlamentar também destacou “a necessidade de cuidar e rezar pelas crianças que estão vindo ao mundo, que não sabemos quem são, mas que venham com muita saúde e possam fazer a diferença na nossa sociedade”.
Adoção Espiritual
O projeto “Adoção Espiritual” é uma iniciativa de oração na qual voluntários se comprometem a rezar durante nove meses por uma criança não nascida em risco de aborto, bem como por sua mãe e sua família. Os “pais” e “mães” espirituais rezam diariamente um mistério do Rosário, pedindo para que a mãe tenha calma e coragem, e para que o bebê receba consolo e alento, oferecendo apoio espiritual e incentivando a continuidade da vida.
“Estar aqui para receber o reconhecimento desta Casa pela obra em defesa da vida que represento é, com certeza, uma grande alegria para mim e para todos que fazem parte da iniciativa ‘Adoção Espiritual’. Agradeço a homenagem em nome de todos que cuidam e rezam pela vida”, afirmou o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Tiago Stanislaw, que iniciou a obra na arquidiocese.
Para o padre Wagner Toledo, pároco do Santuário Santa Rita, no Centro, e vigário episcopal do Vicariato Urbano, é necessário ampliar o debate sobre a defesa da vida. Ele destacou que essa responsabilidade deve ultrapassar fronteiras religiosas ou ideológicas. “O cuidado da vida não pode ser uma causa apenas dos cristãos católicos; todos devemos nos comprometer com a realidade da vida e, a partir do poder constituído, essa iniciativa é algo que esperamos que sensibilize e contagie ainda mais outros parlamentares e nosso Executivo, para que, de fato, a vida seja protegida”, disse.
Sementes do Verbo
A Comunidade Sementes do Verbo também foi agraciada com Moção de Louvor e Aplausos, em reconhecimento ao seu testemunho e contribuição em defesa da vida, da família e da promoção dos valores cristãos — especialmente por sua atuação na Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde mantém quatro casas de missão.
“Cada vida é um presente único de Deus. Assumir essa missão não é apenas uma ação social, mas uma vocação. Proclamar que todo ser humano é imagem e semelhança de Deus nos inspira na Palavra de Cristo: ‘Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância’ (Jo 10,10)”, declarou irmã Catarina, que representou a comunidade no evento.
Causa pró-vida
A cantora católica, orientadora familiar e fundadora da Rede Colaborativa Pró-Vida e da Rede Nacional em Defesa da Vida e da Família, Zezé Luz, também foi homenageada. Em seu discurso, ela destacou: “Fiz da dor um propósito de trabalhar todos os dias para salvar vidas, quantas forem necessárias”.
Zezé Luz, que enfrentou o trauma do estupro e do aborto, dedica sua vida à causa pró-vida, viajando pelo Brasil para defender a vida do nascituro e apoiar mães em situação de vulnerabilidade. Sua atuação se dá tanto no campo social quanto no político.
Medalha Chiquinha Gonzaga
Dóris Hipólito, pedagoga com especialização em bioética, fundadora do Movimento Pró-Vida e ex-presidente da Associação Nacional Mulheres pela Vida, foi homenageada com a Medalha Chiquinha Gonzaga por sua trajetória marcada pela defesa da vida.
Ela fundou, em 2007, a Casa da Gestante Pró-Vida, que atua há 34 anos na Baixada Fluminense acolhendo mulheres em situação de risco social, vítimas de violência doméstica ou abandonadas pelos pais de seus filhos — ação que já resultou no nascimento de mais de três mil bebês.
“É muito importante essa homenagem porque é um espaço que estamos conquistando para mostrar o nosso trabalho na Baixada Fluminense, acolhendo mulheres que querem ter seus filhos, mas que não têm condições”, declarou.
As homenagens reforçam o reconhecimento de décadas de trabalho em favor da vida e da família, realizado por pessoas, instituições e comunidades religiosas. O gesto do Legislativo carioca ressalta a importância de apoiar mães e filhos, independentemente de sua origem, e estende a causa pró-vida para além das convicções religiosas, como inspiração para todos os que desejam proteger e promover a dignidade humana.
Carlos Moioli