Reabertura do Museu Histórico e Sacro marca os 402 anos da Irmandade de Santa Cruz dos Militares

O arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, presidiu missa na Igreja de Santa Cruz dos Militares, no Centro, em ação de graças pelos 402 anos da Irmandade do mesmo nome, no dia 15 de setembro.

Foram concelebrantes o capelão da Irmandade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Roque Costa Souza, também Dom Jeremias Antônio de Jesus e sacerdotes convidados.

O aniversário culminou com a reabertura do Museu Histórico e Sacro da Irmandade, um espaço de preservação cultural e religiosa para cariocas e visitantes, que fica ao lado da igreja.

Segundo Dom Orani, a Igreja de Santa Cruz dos Militares faz parte da história do Rio de Janeiro. Ele destacou que a reabertura do museu também “destaca a presença da Igreja no seu aspecto cultural que está espalhada pela cidade”.

O arcebispo ressaltou a relevância do local como um dos pontos históricos e a importância de reabrir o museu, descrevendo-o como uma parte interessante de “visitar e conhecer um pouco mais a Igreja presente na cidade”.

O Museu Histórico e Sacro da Irmandade é um espaço cultural e religioso com entrada gratuita, que oferece aos visitantes a oportunidade de mergulhar na história e no patrimônio sacro.

O museu estará aberto de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, localizado no coração do Centro da cidade, prometendo ser um novo ponto de visitação para quem busca conhecer as raízes culturais e religiosas do Rio de Janeiro.

 

 

Ressurgimento da vida na cidade

A reabertura do museu representa um momento de significativa importância para a cidade, especialmente no contexto cultural e religioso do Rio de Janeiro. De acordo com Dom Edney Gouvêa Mattoso, capelão da Irmandade, em meio a um ano de intensa atividade cultural da arquidiocese, com diversas reaberturas e lançamentos, a reinauguração do museu da Irmandade é considerada “muito propícia”.

Dom Edney ressalta que o período pandêmico atrapalhou muitas iniciativas e agora, com o “ressurgimento da vida na cidade”, a volta do museu ganha ainda mais relevância histórica.

O capelão enfatiza a missão da Irmandade não apenas na manutenção do patrimônio, mas como uma força motriz de diversas ações. Ele descreve a instituição como “a grande fomentadora dessas iniciativas, seja no campo religioso, seja no campo social e também no campo cultural”. Esses três pilares – religioso, social e cultural – são considerados “fundamentais na vida da Irmandade da Santa Cruz dos Militares” e têm sido desenvolvidos “de forma admirável”.

 

 

História sacra e militar do Rio

A Irmandade de Santa Cruz dos Militares, instituição que remonta a 1623 e cujo legado se estende por mais de quatro séculos, está sob a liderança do provedor Armando Pacheco dos Santos Júnior. Que assumiu o cargo em janeiro de 2024, a Irmandade busca resgatar e compartilhar a rica história sacra e militar do Rio de Janeiro com a comunidade.

A Irmandade é testemunha e parte integrante de momentos cruciais da história brasileira. Armando Pacheco destaca a profundidade dessa trajetória: “Durante, ao longo desses 402 anos, a Irmandade atravessou por vários momentos importantes aqui do Brasil e principalmente do Rio de Janeiro”.

Ao longo de sua existência, a instituição contou com a participação de figuras proeminentes, consolidando sua relevância social e histórica. “Diversas personalidades da nossa pátria, do nosso Brasil, passaram por aqui”, afirma o provedor. Entre os nomes de destaque que atuaram como provedores, ele menciona o Conde Dê e o Duque de Caxias, “pessoas que foram muito representativas da sociedade brasileira”.

Este acúmulo de história e influência gerou um valioso legado que a atual gestão se empenha em manter vivo. Pacheco dos Santos Júnior reitera esse compromisso: “Com isso a gente vem construindo todo um legado, um conjunto de trabalho que vem trazendo para o dia de hoje, com os seus atuais integrantes tentando, obviamente, repetir e prosseguir com o trabalho que foi feito pelos nossos antepassados”.

A reabertura do museu era uma prioridade para o atual provedor. Ele explica que, ao assumir, encontrou o espaço fechado por questões estruturais. “O museu é algo que, quando eu assumi a provedoria, ele estava fechado por questões estruturais e era algo que eu gostaria muito de ter feito a reabertura que nós estamos conseguindo hoje”, revela. Com a reativação do museu, a Irmandade abre suas portas para que o público tenha acesso a um acervo de grande valor cultural e histórico.

“O museu é um portal para o passado, exibindo peças e documentos da história sacra e da história militar do Rio de Janeiro a partir do século XVII”, conclui Armando Pacheco. A iniciativa não apenas resgata artefatos, mas também reconecta a comunidade com as raízes e as narrativas que moldaram a identidade da cidade e do país.

 

 

Carlos Moioli

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