A exemplo do Mestre, 12 diáconos permanentes são ordenados para ‘lavar os pés uns dos outros’

“Celebramos hoje a memória de Santo André Apóstolo, o primeiro a ser chamado por Jesus. André e seu irmão Pedro foram chamados à beira do lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galileia, para seguir o Senhor. Esse acontecimento nos lembra o número 12, que corresponde ao número de novos diáconos permanentes em nossa arquidiocese”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, ao iniciar sua homilia na missa que presidiu de ordenação de 12 diáconos permanentes, realizada na Catedral de São Sebastião, no Centro, no dia 30 de novembro.

“Para todos nós, representa um belo simbolismo de virtude e dinamismo apostólico, que se concretiza e se manifesta em nossa cidade por meio dos diversos ministérios, serviços e, sem dúvida, de modo especial, pelo trabalho dos diáconos permanentes”, acrescentou o arcebispo.

Entre os concelebrantes estavam os bispos auxiliares Dom Roque Costa Souza e Dom Célio Calixto, o emérito Dom Assis Lopes, e o pároco da Catedral de São Sebastião, cônego Cláudio dos Santos, e representando a Escola Diaconal Santo Efrém, o diretor, cônego Jorge André Pimentel, e o diretor-adjunto, padre Guilherme Freitas Silva Almeida.

Dando continuidade a homilia, Dom Orani fez saudação especial aos diáconos que trabalham nas paróquias e diversos ofícios na arquidiocese, aos diretores e formadores da Escola Diaconal Santo Efrém e às esposas, filhos e familiares dos novos diáconos permanentes.

“Para todos nós que costumamos celebrar a Festa da Unidade no último sábado do ano litúrgico – como é o caso de hoje –, esse momento também representa a unidade de toda a Igreja arquidiocesana, reunida aqui em nossa Catedral Metropolitana de São Sebastião. Com solenidade, celebramos este momento de alegria com os irmãos que estão sendo ordenados diáconos, seus familiares, com os quais pude conversar e ver a alegria das esposas e dos filhos, e também a presença dos sacerdotes que os acompanham”, disse o arcebispo.

Ao refletir a leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 6,1-7b), Dom Orani lembrou que a Igreja apostólica percebeu a necessidade de trabalhar com os pobres e os necessitados e, por isso, escolheu homens de bem, aos quais impuseram as mãos para o serviço das mesas. Serviço realizado em consonância com o Evangelho (Jo 15,9-17), em resposta ao mandamento do amor de Jesus: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.

“A Igreja, na sua grande preocupação em manifestar o amor de Deus aos irmãos e irmãs, percebe os diversos ministérios que se multiplicam, para que as pessoas experimentem o amor do Senhor e tenham a certeza de que foram salvas em Jesus Cristo, nosso Senhor. Aqueles que são chamados para o ministério são, na verdade, aqueles que estão próximos do Senhor. Como Ele mesmo disse: ‘Já não vos chamo servos, mas amigos, porque vos escolhi’. Esses que são chamados, manifestam a vontade do Pai”, disse.

“Damos graças a Deus pelos dons que recebemos em nossa Igreja do Rio de Janeiro, disse o arcebispo, na qual observou a trajetória dos que são chamados: “O Senhor passa pela família, toca o coração de nossos irmãos, e os chama para o serviço diaconal. Após discernir o caminho, ser considerado o filho de seu pároco, solicita ingresso na escola diaconal, faz os estudos, os estágios pastorais e chega o dia da ordenação”.

“É um dia solene”, destacou o arcebispo, e lembrou que antes da ordenação, os candidatos fizeram a profissão de fé, o juramento de fidelidade e o retiro espiritual. “Os diáconos são chamados a ser o sinal e o rosto da Igreja servidora. Eles têm a missão de levar, por meio do serviço, o anúncio do Senhor Jesus Cristo a todas as pessoas, na diversidade de ministérios e serviços. Sempre a mesma preocupação: evangelizar, testemunhar o Senhor e, por causa do Senhor e do Seu amor, também manifestar esse amor aos irmãos e irmãs”, disse.

Ainda na homilia, Dom Orani lembrou que os novos diáconos escolheram como tema de ordenação o serviço, com o lema: “Lavou os pés uns dos outros”, e escolheram Santa Dulce dos Pobres como padroeira, para que, assim como ela, possam manifestar o vigor do serviço aos necessitados e pobres, algo que faz parte da missão apostólica da Igreja. “A missão dos diáconos é evangelizar e testemunhar Jesus Cristo às pessoas, para que elas experimentem de maneira concreta o amor de Deus, por meio da partilha, da distribuição e da promoção da dignidade humana, neste mundo tão injusto e desigual em que vivemos”.

Na conclusão, Dom Orani lembrou que os diáconos têm a missão de representar a Igreja servidora e lembrar a toda a Igreja a missão de servidores do povo. “Louvamos e bendizemos ao Senhor pela vocação diaconal e pedimos que Ele continue conduzindo nossos irmãos para o serviço, com alegria, no diaconato que hoje recebem – o diaconato é o primeiro grau do Sacramento da Ordem. Ao mesmo tempo, que isso ajude, a cada um de nós aqui reunidos, a refletir sobre nossos próprios ministérios e dons recebidos do Senhor, para que possamos nos colocar a serviço dos irmãos e irmãs, atendendo à diversidade de necessidades em nossa cidade. Que, assim, resplandeça nesta cidade o rosto de Jesus Cristo, a quem seguimos, a quem anunciamos e a quem proclamamos como Senhor e Salvador. Amém”.

 

Carlos Moioli e Rita Vasconcelos

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