A missa em ação de graças pelo jubileu de 50 anos de ordenação sacerdotal do arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, foi realizada na Igreja Sagrado Coração de Jesus, que fica no complexo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio, no dia 6 de novembro.
A missa foi concelebrada pelo secretário-geral da CNBB, Dom Ricardo Hoepers, por bispos auxiliares do Rio de Janeiro e diversos sacerdotes. Entre os presentes, professores e alunos da PUC-Rio, e as comunidades dos seminários da arquidiocese. As músicas da celebração foram cantadas pela Schola Cantorum, do Seminário Arquidiocesano de São José.
Homilia
Na homilia, Dom Orani, que presidiu a celebração, disse: “Hoje, com o coração repleto de gratidão e alegria, eu me coloco diante de Deus e de todos vocês para celebrar este marco: 50 anos de ministério sacerdotal. É um momento de profunda reflexão e de ação de graças por tudo o que o Senhor me permitiu viver e realizar ao longo deste meio século de caminhada.
Olhando para trás, vejo que o sacerdócio é, de fato, um mistério de amor. Quando fui chamado, com todas as minhas limitações, eu disse ‘sim’ ao Senhor sem saber exatamente aonde esse caminho me levaria. Mas uma coisa eu sabia: como sacerdote, seria servo, chamado a seguir os passos de Cristo, aqu’Ele que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20,28). E, desde então, este ‘sim’ tem sido renovado a cada dia, em cada celebração, em cada confissão, em cada momento de acolhida e audiência como um eco do próprio amor de Deus.
Nesses 50 anos, vivi inúmeras alegrias e também muitos desafios. Houve noites insones, momentos de oração silenciosa e, sim, tempos de cruz, mas também de profunda graça. Quantas vezes vi o Senhor agindo no coração das pessoas, quantas vezes experimentei a alegria de ser instrumento d’Ele, quantas mãos eu pude segurar, quantos corações acolher! Cada sorriso, cada lágrima partilhada, cada celebração eucarística me fez ver, mais e mais, a beleza e a profundidade do chamado sacerdotal.
Neste caminho, encontrei em Cristo minha força e meu exemplo. Ser sacerdote é ser, acima de tudo, sinal de esperança, unidade e compaixão. Na nossa cidade do Rio de Janeiro, onde tantas vezes enfrentamos dificuldades e incertezas, procurei ser uma voz que clamasse pela paz, pela justiça e pela dignidade de cada pessoa. Reconheço que não sou um homem perfeito, mas procuro constantemente ser moldado por Deus. Ser sacerdote não me isenta das minhas próprias limitações; pelo contrário, me convida a viver minha humanidade com humildade, sempre buscando a graça que vem d’Ele. E é justamente nesta simplicidade, nesta transparência, que espero ter refletido um pouco da face de Cristo para vocês.
Hoje, olhando para cada um de vocês, agradeço de todo o coração pelo apoio, pela amizade e pelas orações. Sem o carinho e a confiança do povo de Deus, eu não teria chegado até aqui. A vocês, irmãos e irmãs, e a toda a comunidade da PUC-Rio, eu expresso minha gratidão pelo apoio e pelo companheirismo ao longo desses anos.
Peço que Deus continue a me abençoar, a renovar minhas forças, e que o Espírito Santo me conduza sempre. Que Nossa Senhora, a quem tanto confio, continue a interceder por mim e por todos nós, e que São Sebastião, padroeiro desta cidade, nos proteja e nos inspire a cada dia.
Que este jubileu seja um novo começo, um impulso para que eu continue a servir a todos com amor e dedicação. Que Deus seja louvado por este grande dom do sacerdócio e por cada um de vocês, que fazem parte desta minha jornada”.
Carlos Moioli