Os sete anos do Vicariato Episcopal para a Educação da Arquidiocese do Rio de Janeiro foram celebrados no Palácio São Joaquim, na Glória, em dois momentos: a Santa Missa, na Capela Nossa Senhora da Conceição, presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, e a entrega do Prêmio Santa Teresa d’Ávila, na Sala do Trono.
O evento foi realizado no dia 15 de outubro, data em que o calendário civil homenageia os professores — e, para a Igreja, marca-se também o dia litúrgico de Santa Teresa d’Ávila, padroeira dos educadores. Essa coincidência não é por acaso: no Brasil, o Dia do Professor foi fixado oficialmente em 15 de outubro em referência ao decreto imperial de 1827, sancionado justamente no dia dedicado a Santa Teresa d’Ávila — expressão concreta de que fé e ensino caminham entrelaçados.
“Ao recordar com carinho nossos professores e professoras, pedimos a Deus para que eles possam cumprir bem a missão de educadores. Além de transmitir um conhecimento de excelência, também os valores que dignificam a pessoa humana e assim ajudar a cidade e o país a caminhar melhor”, disse o arcebispo.
A presença de educadores, gestores, representantes de instituições de ensino, autoridades civis e religiosas reflete a comunhão de propósitos entre a Igreja e aqueles que se dedicam à formação das novas gerações. É justamente essa missão que orienta o trabalho do Vicariato para a Educação, responsável por acompanhar e fortalecer a presença da Igreja no mundo da educação.
Na prática, o Vicariato apoia escolas católicas, orienta professores de ensino religioso, promove a formação espiritual e pedagógica dos educadores e aproxima fé e conhecimento — também em diálogo com universidades e redes públicas, difundindo valores humanos e cristãos no ambiente escolar.
“Quando o arcebispo me convidou para assumir o vicariato, eu perguntei: ‘Dom Orani, é melhor ver um padre professor que já tenha uma experiência em sala de aula’. Ele respondeu: ‘Não, as escolas têm professores, eu quero um padre que possa articular e animar a educação católica no Rio’. Já são sete anos de história. Muitos desafios e lutas, mas com certeza muitas alegrias e frutos. Papa Leão XIV recentemente resgatou uma frase do Papa Francisco que sintetiza bem a nossa missão: ‘Educar evangelizando, evangelizar educando’. É a nossa missão”, disse o vigário episcopal do Vicariato para a Educação, padre Thiago Azevedo.
Para o bispo auxiliar Dom José Maria Pereira, referencial para a educação na arquidiocese, o zelo dos professores ensina e encanta, porque fazem tudo com dedicação.
“Os professores procuram fazer o melhor, enfrentar os desafios que encontram nas escolas — de rejeição e, às vezes, de discriminação. Enfrentam com alegria porque acreditam que a educação é um fator de transformação”, disse Dom José Maria.
O primeiro Prêmio Santa Teresa d’Ávila foi concedido ao secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha, em reconhecimento ao trabalho realizado à frente da maior rede pública de ensino da América Latina.
Economista formado em Harvard e natural de São Gonçalo, ele ganhou projeção, entre outras iniciativas, por idealizar a Olimpíada Carioca de Matemática, que leva alunos premiados a experiências internacionais de aprendizado na NASA e na Disney.
O prêmio simboliza a parceria entre a prefeitura e a arquidiocese, presente em ações como o ensino religioso nas escolas e as creches conveniadas, mostrando que o diálogo entre educação e valores humanos pode transformar realidades. Mais que um reconhecimento, a homenagem reforça o compromisso de seguir construindo, juntos, uma educação capaz de formar corações e mentes para um futuro melhor.
“A responsabilidade é muito grande. Nosso empenho é que nossos educadores possam sempre avançar com valores adequados e uma educação de qualidade. Isso é fundamental para o futuro do nosso país”, disse Renan Ferreirinha.
Ana Carla Machado