Arquidiocese ganha novos agentes do Ministério da Consolação e Esperança

“Louvamos a Deus por todos os que serão investidos e por aqueles que já exercem o ministério nos 19 cemitérios de nossa cidade e também nos ossuários e cinzeiros paroquiais. Por ser uma presença da Igreja junto aos familiares que passam pela dor da separação de seus entes queridos, é um trabalho de evangelização e de missão, de anúncio de esperança e de confiança no Senhor”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, ao instituir 102 novos agentes do Ministério da Consolação e Esperança, durante missa na Catedral de São Sebastião, no Centro, no dia 28 de outubro.

Os candidatos foram apresentados pelo assistente eclesiástico do Ministério da Consolação e Esperança, padre Pedro Paulo Alves dos Santos. De acordo com o rito de investidura, após serem interrogados pelo arcebispo, os candidatos fizeram o firme propósito para bem desempenhar o ministério. Impondo as mãos sobre eles, o arcebispo fez a oração de confirmação, e após a bênção, entregou de forma simbólica as insígnias aos novos ministros. Junto com os novos ministros, os já investidos renovaram os mesmos compromissos. Agora, a arquidiocese passa a ter 525 agentes investidos, devidamente preparados à missão.

 

Povo de Deus a caminho

Na reflexão da liturgia do dia, Dom Orani reforçou a importância da missão dos ministros do Ministério da Consolação e Esperança de “rezar pelos falecidos e de consolar, de estar juntos, dos familiares que sofrem pela perda de seus entes queridos no momento de passagem desse mundo para a eternidade”.

“Somos cidadãos do Céu. Fomos escolhidos para fazer parte da família de Deus. Somos o povo de Deus a caminho, com uma direção, cujo fim último é Deus. Depois de viver na fé, dar passos de conversão, andar pelos caminhos do Senhor, teremos a visão da eternidade e a graça de contemplar a face de Deus”, disse o arcebispo.

Ao recordar as figuras dos apóstolos São Simão e São Judas Tadeu, cujas memórias foram celebradas no dia, Dom Orani evidenciou que Jesus envia seus discípulos para a missão. Entre os batizados, alguns são chamados para funções específicas, como é o caso do Ministério da Consolação e Esperança.

“Louvamos e bendizemos a Deus por aqueles que responderam e são chamados a dar o seu tempo e sua presença para evangelizar nas diversas situações da nossa cidade, com todos os seus desafios. Como os apóstolos, também iremos encontrar dificuldades e correr o risco de ser perseguidos e até martirizados, mas devemos anunciar o Evangelho pela palavra, vida e testemunho”, disse o arcebispo.

 

Consolar os que choram

No final da celebração, o bispo auxiliar e referencial do Ministério da Consolação e Esperança, Dom Tiago Stanislaw, agradeceu a disposição dos ministros que acolheram o chamado, pedindo as bênçãos de Deus para cada um desempenhar a missão que foi confiada pela Igreja.

Explicou que quando se pensa na morte, logo vem à mente a tragédia, a tristeza e tantos outros sentimentos negativos que envolvem este momento na vida do ser humano, principalmente quando a morte acontece de uma maneira trágica, inesperada.

“A missão da Igreja é dizer às pessoas envolvidas que, além dessas coisas, existe uma mais importante, que é a esperança da vida eterna. Por mais que estejamos tristes por causa da morte de alguém que partiu, precisamos pensar que as pessoas, os familiares, precisam do nosso apoio”, disse.

Dom Tiago observou que a Igreja se preocupa com as famílias enlutadas, que estão chorando a perda de seus entes queridos, e que a missão dos ministros é anunciar a esperança da vida eterna. “Convidar os que choram para a oração em sufrágio do falecido e consolar os familiares, anunciando a esperança e a olhar além da morte.”

 

Seguidores do Cordeiro

Na sua mensagem, o assistente eclesiástico do Ministério da Consolação e Esperança, padre Pedro Paulo Alves dos Santos, agradeceu, em nome dos ministros, ao arcebispo Dom Orani, pelo apoio que deu ao ministério desde o início de sua chegada, com atenção, cuidados e respostas. “Somos gratos por este ato do pastor da nossa arquidiocese.” Também agradeceu o apoio de Dom Tiago, por “reformular e estimular o ministério com suas capacidades”, e o trabalho de coordenação do diácono Rafael Souza.

Evidenciando a confidência do apóstolo São João, narrada no Capítulo 7 do Apocalipse, padre Pedro Paulo lembrou da multidão de branco que passara pela tribulação, mas que foi lavada pelo sangue do Cordeiro.

“Esta multidão de branco que todos os dias entra pelos cemitérios contrasta com a dor e a morte. O cristianismo não inventou, mas reinventou o cemitério. Os homens, há milênios, cultuam seus mortos, mas o cemitério nunca foi o mesmo depois do óbito de Cristo, que ficou enterrado por dois dias. Somos a multidão daqueles que levam ao olhar, ao coração e à mente daqueles que choram seus mortos. Uma luz que vem e aponta para o Cordeiro. Estamos no cemitério porque Cristo morreu e ressuscitou, é o querigma da salvação.”

Aos ministros, os novos e aos que já foram investidos, padre Pedro Paulo lembrou que o arcebispo conta com cada um para “ficar na fronteira da arquidiocese como um exército de missionários, em lugares e horas que a maioria não gostaria de estar”.

Cada ministro, a começar pelos mais antigos, acrescentou padre Pedro Paulo, “guarda memórias da gratidão das famílias que recebem gratuitamente o nosso serviço. Por isso, hoje é um dia de alegria, de comunhão e de certeza que somos de fato a Igreja, a multidão de branco que continuará seguindo o Cordeiro.”

Carlos Moioli

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