Hoje nos debruçaremos sobre o volume 32 da coleção Cadernos do Concílio Ecumênico Vaticano II, que tem como tema: “A política”. De certa forma, a política impacta a vida de todos nós e, mesmo sem querer, acabamos nos envolvendo. Mas é claro que tudo tem a medida certa e temos que perceber quando passamos do ponto. Estamos numa época em que esse assunto começa a dominar as disputas municipais.
Estamos em tempo de campanha eleitoral para prefeito e vereador. Temos de acompanhar a campanha eleitoral para conhecer as propostas de cada político, pesquisar sobre o partido pelo qual são candidatos e as ideias de ambos. Não podemos escolher candidatos que apoiem aquilo que vai contra o pensamento cristão, como por exemplo, escolher candidatos que sejam a favor do aborto. E analisar o partido também, pois se candidato está filiado ao partido, consequentemente vai compactuar com as mesmas ideias.
Um político precisa, em primeiro lugar, preocupar-se com o povo e buscar fornecer para a população saúde, emprego, saneamento básico e moradia. Um político precisa ser verdadeiro e se comprometer com a verdade. Podemos pensar que isso nos dias de hoje seja quase impossível, mas ainda é possível conhecer um político honesto. Para isso serve toda a campanha eleitoral, para poder analisar as propostas e ver quais delas mais se aproximam da verdade.
A Igreja se preocupa com a política, pois a Igreja está inserida na sociedade, e tem o dever de orientar os fiéis em como devem votar. A Igreja também não costuma declarar apoio oficial a nenhum candidato, por isso, é preciso tomar cuidado sobretudo agora, em época de campanha eleitoral. O papel da Igreja é orientar os fiéis para que escolham o melhor candidato, que estudem as propostas e votem sobretudo naqueles que defendam a família, os valores éticos e morais, e que sejam a favor da vida.
A política, de certa forma, está presente na vida de todos e a cada dois anos decidimos o futuro de nossa cidade e de nosso país. O voto aqui no nosso país é obrigatório, diferentemente de alguns países em que é facultativo. O fato de ir até a urna e votar é exercer a democracia, é um direito que todos os brasileiros conquistaram, por isso, não reclamemos de ir votar, mas possamos dar o exemplo de democracia para as futuras gerações.
Se não exercermos o nosso compromisso de cidadãos de ir até a urna votar no dia da eleição, não poderemos cobrar dos políticos, mais adiante, as propostas que deixaram de cumprir. A Igreja precisa ter um bom relacionamento com os políticos, sobretudo os vereadores e deputados, para que levem ao prefeito aquilo que a população do bairro reivindica. Ter bom relacionamento não significa se envolver, mas saber dialogar para ser atendido quando for preciso.
Infelizmente, temos visto cenas lamentáveis em nossa política, como corrupção, falta de conduta e ética por parte dos políticos. Tem ficado difícil votar a cada quatro anos. Mesmo assim temos que escolher os candidatos que, através de nossa análise, acharmos que seriam bons para governar nossa cidade ou país. Temos que escolher candidatos que, mesmo que não defenderão a Igreja, até porque não se pode misturar as coisas, mas defenderão os valores cristãos.
Nos dias de hoje, tem se falado muito de fake news, ou seja, notícias falsas sobre algo ou alguém. Isso acontece muito na política, quando um candidato quer atacar o outro. Sobretudo nos debates ou no horário eleitoral usam-se fake news. Por isso, quando ouvirmos algo sobre alguém, antes de acreditar naquilo que foi falado e sair julgando, procuremos saber se é verdade. Isso vale para a nossa vida também, nunca podemos falar nada de alguém sem ter certeza, pois uma coisa que falarmos pode acabar com a vida do outro.
Divulgar fake news é crime e, nesse período eleitoral, elas crescem mais ainda. Tomemos cuidado para não cometermos esse ‘crime’ contra alguém. A sociedade, de uns tempos para cá, tem passado por diversas transformações, e por isso, temos que dialogar com todos e indicar o caminho correto.
Convido a tomarem esse volume 32 da coleção Cadernos do Concílio Ecumênico Vaticano II – uma publicação das Edições CNBB – em mãos e ler um pouco mais sobre a política. Temos muitas publicações que as Dioceses emitem nestes tempos para ajudar no discernimento do povo sobre a escolha de seu candidato. A questão política sempre foi uma preocupação da Igreja, e por isso o tema foi tratado ao longo do Concílio Ecumênico Vaticano II. Este é o tempo oportuno para nos aprofundarmos sobre o tema da política, pois estamos nos aproximando das eleições. Tenhamos critério e escolhamos bem o candidato, pois ele governará nossa cidade nos próximos quatro anos.