A Coordenação Arquidiocesana de Pastoral da Arquidiocese do Rio de Janeiro comemorou 20 anos de criação no dia 23 de agosto, com missa em ação de graças presidida pelo bispo auxiliar Dom Antonio Luiz Catelan Ferreira.
Realizada na Capela do Edifício São João Paulo II, na Glória, a missa foi concelebrada pelo pároco na Catedral de São Sebastião e coordenador arquidiocesano de pastoral, cônego Cláudio dos Santos, e pelo administrador da Paróquia Santo André, em São Cristóvão, padre Pablo Walter Dawabe. Também estiveram presentes os diáconos Luiz Cezar Bahia, membro da primeira formação da Coordenação de Pastoral, e Rafael Souza da Silva, coordenador do Ministério da Consolação e Esperança.
Na acolhida, o cônego Cláudio dos Santos agradeceu o trabalho dos primeiros membros da coordenação.
“É uma alegria nos reunirmos, sob a presidência do nosso bispo referencial, Dom Antonio Catelan, nesta celebração dos 20 anos da nossa Coordenação de Pastoral. Estão presentes membros que foram da origem, como o diácono Luiz Cezar Bahia e a irmã Gabriela da Anunciação, da Congregação de Nossa Senhora de Belém. Também recordamos de Dom Joel Portella Amado, agora secretário-geral da CNBB, Helena Rios, para a qual rezamos por sua saúde, e Maria Alice, que foi secretária no início desta ação inspirada por Dom Eusébio Oscar Scheid. Agradecemos a Deus por tantos irmãos e irmãs que aqui estão, que já acompanhavam desde o Secretariado de Pastoral, que depois tornou-se Coordenação de Pastoral”, disse.
“Vamos levando nossa missão de fazer acontecer, junto ao povo de Deus, numa Igreja cada vez mais sinodal, essa experiência de comunhão, de participação e de missão. Que o Papa Francisco nos inspire neste tempo de Sínodo, que tenhamos por meio da intercessão de Santa Rosa de Lima, memória que comemoramos hoje, as riquezas e as bênçãos que o Senhor deseja para a nossa ação pastoral em nossa arquidiocese”, acrescentou o cônego Cláudio.
Na homilia, Dom Antonio Catelan deu graças a Deus pelos 20 anos de ação evangelizadora da Coordenação de Pastoral da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
“Ao rendermos graças a Deus por esse trabalho, por essa história, desejosos de dar continuidade a ela e de avançar ainda mais, como nos pede a Igreja, e estejamos fazendo isso na memória de Santa Rosa de Lima, a primeira santa da América Latina. São João Paulo II, o padroeiro desta casa onde estamos, gostava muito de recordar: ‘o horizonte para a qual caminha a ação pastoral da Igreja é a santidade’. Em vista da santidade tudo fazemos e às vezes até fatigamos. Não cansemos de buscar a santidade e também apontar caminhos para que as pessoas possam encontrá-la”, disse Dom Antonio Catelan.
À luz do Evangelho, escolhido pela Igreja para a Festa de Santa Rosa de Lima, Dom Catelan explicou que a Sagrada Escritura compara o Reino de Deus a dois termos poéticos, que é a ‘pérola de grande valor’ e o ‘tesouro escondido num campo’.
“Nós bem sabemos que o Reino de Deus é Jesus em pessoa. Ele é o Reino de Deus em plenitude. E é, a partir d’Ele, conforme as pessoas vão aderindo a Ele na fé, na esperança, no amor, é assim que o Reino de Deus vai se ampliando, se implantando neste mundo. Mas Ele é em pessoa o Reino de Deus. Porque Ele é aqu’Ele que cumpre com perfeição a vontade de Deus. Portanto, permite o reinado, a soberania, o cumprimento da vontade de Deus em Sua vida. E, desse modo, põe o Reino presente no mundo. Mas para nós, como é o Reino de Deus? É assim como Ele nos ensina hoje. É como uma pérola de grande valor, como um tesouro escondido num terreno, escondido num campo. Quem encontra considera que tudo o que possui passa para segundo lugar ou até desaparece. E em primeiro lugar está aquele tesouro, está aquela pérola. E para ter isso, vale a pena vender tudo. Tudo. Para estar na posse disso”, destacou o bispo auxiliar.
Ainda na homilia, Dom Antonio Catelan despertou no coração dos fiéis o desejo de amar mais a Cristo, e sob a inspiração de Santa Rosa de Lima, disse que, quem é tocado pelo desejo de adorar a Jesus faz a vida valer a pena.
“No Ofício das Leituras de hoje, da Liturgia da Igreja, tem um trecho de uma carta de Santa Rosa de Lima, escrita para um médico, doutor Castilho, onde ela fala algo que mostra a sequência do que acontece com quem se encontrou com Jesus. Ela conta uma experiência mística e espiritual muito profunda que ela vivenciou, e depois ela diz: ‘ouvindo estas palavras, penetrou-me um forte ímpeto como de me colocar no meio da praça, e bradar a todos, de qualquer idade, sexo, condição. Ouvi, povos; ouvi, gentes. A mandato de Cristo, repetindo as palavras saídas de seus lábios, eu quero-vos exortar: não podemos obter a graça, se não sofrermos aflições, se não estivermos dispostos a passar por provações, fazer escolhas corajosas, coerentes com a fé. Não podemos obter a graça, se não sofremos aflições; cumpre acumular trabalho sobre o trabalho, para alcançar a íntima participação na natureza divina, a glória dos filhos de Deus, a perfeita felicidade da alma’. Quem vive esse encontro com o Cristo, a experiência de ser amado por Ele, sente vontade de gritar para todos, de chamar a todos para fazer essa mesma experiência de encontro, de íntima participação da natureza d’Ele”, aconselhou o bispo auxiliar.
Dom Antonio Catelan concluiu a homilia impelindo os fiéis a viverem a amizade com Jesus como o maior tesouro da vida.
“Como diz Santa Rosa de Lima, peçamos a graça de considerar, como uma necessidade que nos impõem de anunciar aos outros e convidá-los também a fazer essa experiência, através dos nossos vários ministérios, trabalhos pastorais e serviços, representados nesta capela. E que Santa Rosa de Lima, como padroeira da América Latina ao lado de Nossa Senhora de Guadalupe, que ela interceda por nós e nos inspire esse amor e essa dedicação total a Cristo”, concluiu.
Rita Vasconcelos