No dia 28 de novembro, uma noite musical integrou as diversas comemorações do jubileu de 50 anos de ordenação sacerdotal do arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta.
No Centro Cultural Social Pastoral, que leva o seu nome, em Irajá, na zona norte da cidade, corais de toda a arquidiocese uniram suas vozes em uma emocionante homenagem à missão do arcebispo, que dedica sua vida ao anúncio do Evangelho da paz, do diálogo e da unidade.
Na abertura do evento, o padre Bruno Citelli, diretor do Centro Pastoral, destacou que a música desempenha um papel social imprescindível, resgata a beleza, inspira a esperança e promove a união.
Cinco corais sensibilizaram o público ao dedicar seus repertórios ao fecundo ministério de Dom Orani. O espetáculo musical teve início com o Coral Projeto Nova Geração. Em seguida, foi a vez do Coral Nossa Senhora do Loreto, e a programação seguiu com apresentações marcantes da Schola Cantorum, pertencente ao Seminário Arquidiocesano de São José, do Coral Arquidiocesano e do Coral Santa Cruz, de Copacabana.
O grande destaque da noite foi a união de todos os corais para interpretar “Eu Quero Apenas”, de Roberto Carlos, uma performance que traduziu com perfeição o lema de Dom Orani: “Para que todos sejam um”.
Ao final, Dom Orani entregou flores aos maestros e expressou palavras de gratidão.
Unidade dos corais
Após o final das apresentações dos corais, Dom Orani disse: “Muito obrigado a todos. Agradeço especialmente aos cônegos Cláudio dos Santos e Marcos Willian Bernardo, e aos padres Bruno e José Augusto Pedroza da Silva, que, junto com os cinco maestros e maestrinas, organizaram essa noite tão bonita.
O grande presente de hoje é o encontro de corais. No Rio de Janeiro, há muitos corais. Percorrendo as paróquias encontro muitos músicos que também cantam com grande beleza. Sempre foi meu desejo que realizássemos encontros de corais, e hoje, poder vê-los aqui é uma grande alegria. Ver os maestros conduzindo a última música e a unidade nesse trabalho de servir à oração é, sem dúvida, algo muito especial.
Penso que podemos encarar um novo desafio: como, fazer esse encontro de corais em cada vicariato ou região da arquidiocese, durante a Semana de Santa Cecília, por exemplo, reunir todos os corais para se apresentarem, e depois, realizar uma grande final na Catedral. Seriam ações que valorizariam o trabalho de todos vocês que diuturnamente se dedicam a usar suas vozes para ajudar na oração.
É, de fato, um presente ver essa união e comunhão entre aqueles que se apresentaram aqui. Agradeço imensamente aos maestros e maestrinas por este belo trabalho. No entanto, gostaria de refletir sobre duas questões: cantar, além de exigir preparação e treinamento, também exige unidade. É preciso ouvir o outro, perceber o momento certo de entrar, de dar espaço para o músico ou coralista ao lado.
A harmonia no canto só é possível quando todos estão sintonizados, no tom certo, no tempo certo. Se cada um cantasse como quisesse, quando quisesse, o que aconteceria? Mas, ao cantar juntos, no mesmo tom, na mesma direção, conseguimos criar uma comunhão. E é isso que precisamos aprender na vida.
O padre Bruno mencionou meu empenho pela unidade: ‘Pai, que todos sejam um para que o mundo creia’, como pede Jesus. O canto coral é a expressão dessa unidade. Da mesma forma, a Igreja, em suas pastorais, movimentos, comunidades e irmandades, deve cantar unida. Não há nada pior na Igreja do que a divisão, a separação, a incompreensão. Quando alguém canta desafinado, no meio do coral, isso afeta o grupo. Por isso, nosso convite é para que possamos olhar para os nossos corais e aprender com eles para que nossa vida também seja marcada pela harmonia e unidade.
Uma segunda reflexão: o cônego Marcos já mencionou, mas gostaria de ressaltar a beleza da música que ajuda a rezar. O belo nos eleva e nos aproxima de Deus. Na Igreja, temos muitos recursos que nos auxiliam na oração, e a música coral é, sem dúvida, um dos mais poderosos. Tenho certeza de que quem nos assistiu pela WebTV, ou ouviu pela rádio, ou está presente aqui no Centro Cultural Pastoral Social, em Irajá, teve o coração elevado e cheio da graça de Deus, com vontade de fazer o bem. Acredito que nossa cidade precisa demais disso: espalhar o belo, a beleza, a alegria de cantar unidos e caminhar juntos.
Agradeço a todos os corais, a Schola Cantorum e aos outros corais que se apresentaram, desde as crianças até os adultos, todos que se esforçaram para estar aqui, mesmo com a chuva e o trânsito do Rio de Janeiro. Muito obrigado pelo carinho e pelo esforço. Que Deus abençoe essa missão de cada um de vocês, os maestros, maestrinas e todos que participaram. Que Ele conduza sempre mais as nossas vidas para que possamos evangelizar através da música, através da beleza que todos vocês tão bem apresentaram nesta noite. Que Deus abençoe a todos, e muito obrigado.
Ana Carla Machado e Rita Vasconcelos