Dom Ricardo Hoepers: ‘Tenho muita esperança que uma nova geração de seminaristas está trazendo um novo rosto para a Igreja’

“A celebração de abertura dos 40 anos dos Conselhos Missionários de Seminaristas (Comises) é um momento histórico, ainda mais com a presença de seminaristas de todo o Brasil”, disse o secretário-geral da CNBB, Dom Ricardo Hoepers, ao presidir celebração eucarística no Santuário Cristo Redentor, na noite do dia 10 de julho.

“Essa é a nossa alegria de ver o futuro da Igreja, nossos seminaristas, cheios de esperança e de missãos. Levar Jesus aos corações é o nosso propósito, que Ele nos faça instrumentos de justiça e de paz”, completou.

Dom Ricardo evidenciou: “Jesus chamou os doze apóstolos, hoje chamam vocês. Respondam isso com a maior fidelidade de corpo e de alma. E só a experiência de subir aqui no Corcovado, aos pés do Cristo Redentor, é a experiência do Tabor. E ninguém vai ficar aqui, nós vamos descer. Mas quando descermos, a experiência de Deus é exatamente o que nós temos que levar no coração”.

Em entrevista ao Sistema de Comunicação da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Ricardo disse que “o Formise incentiva o espírito missionário dos seminaristas exatamente com a mesma motivação que o próprio Papa Francisco concede: irmos às periferias geográficas e existenciais e, ali, compreendermos os dramas reais das pessoas. Porque é exatamente na dificuldade, na cruz, nos problemas que nós nos unimos, que nos tornamos mais fortes, que podemos colaborar e ser mais solidários”.

“Muitas vezes, o egoísmo nos prende para abrirmos aos problemas reais e concretos. Ao sair do egoísmo, nos tornamos irmãos e irmãs uns dos outros”, disse Dom Ricardo, e destacou: “O Papa Francisco tem nos ajudado, e a CNBB tem a obrigação, o dever moral, de trazer sempre à tona esta prioridade, a opção preferencial para os mais pobres e, agora, opção preferencial para os mais pobres nas periferias geográficas e existenciais da Humanidade”.

Para Dom Ricardo, o Sínodo dos Bispos para a Sinodalidade congrega a Igreja no mundo inteiro, com a disposição de ouvir o que o Espírito Santo tem a dizer. “Hoje, o Espírito Santo está nos impulsionando a ouvir uma Igreja que está precisando ser mais conhecida, ‘Ide pelo mundo, pregar o Evangelho a toda criatura’. No Comise, os seminaristas recebem esta motivação. Já desde a primeira formação humana espiritual, sentir-se missionário, sentir-se chamado a escutar o que o Espírito Santo tem a dizer, sentir-se chamado a fazer comunhão, sentir-se chamado a fazer participação, a fazer uma frente de trabalho e assumindo a vocação, não como algo longe e distante, até se formar padre, mas desde o momento que está ali dizendo o seu sim diário a Deus. Então todo seminarista se torna um grande missionário também”.

“Seminaristas bem preparados”. É a opinião do secretário-geral da CNBB. Segundo ele, se percebe, cada vez mais, uma maior consciência do que é o estudo, a vida espiritual, a vida de comunidade.

“Tenho muita esperança que uma nova geração de seminaristas está trazendo um novo rosto para a Igreja, para as comunidades. E esse novo rosto significa o quê? Significa amar a Igreja com toda a sua doutrina, mas também saber fazer o diálogo com a sociedade. Nós não somos fechados, egoístas em nós mesmos, mas a Igreja é esse serviço à Humanidade. Então, é uma geração do equilíbrio, que vai saber moldar a fé, a razão e o diálogo com a sociedade”, destacou.

Dom Ricardo lembrou que a sociedade vive uma crise de identidade, de dúvidas, e que a crise das instituições acaba sendo uma sociedade pessimista.

“O Jubileu da Esperança em 2025 quer encher os corações para dizer que Deus está no comando, à frente. Nós somos instrumentos deste Deus que é amor, que é misericórdia, que é paz, que é justiça. Essa é a esperança que tem de brotar no coração. Não é a esperança nos homens, não é a esperança na Humanidade, mas é a esperança no próprio Deus que diz: ‘Eu estarei convosco até o fim do mundo’. Significa que o nosso Deus cuida de nós. Então, que seja uma esperança que nos torna pessoas otimistas. Deus está à frente, e nós somos seus servidores, servidores do Reino de Deus”, concluiu.

 

Da Redação

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