Doze diáconos permanentes foram escolhidos para ser sinais de uma Igreja servidora

“Bendizemos a Deus pelos nossos irmãos que chamados respondem ‘sim’, e foram escolhidos pela Igreja para receberem o primeiro grau do Sacramento da Ordem”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, ao ordenar 12 novos diáconos permanentes, durante Santa Missa realizada na Catedral de São Sebastião, na véspera do segundo domingo do Advento, 9 de dezembro.

“Rezemos pelos ordinandos para que neste novo momento de suas vidas possam corresponder ao chamado do Senhor, de exercer a missão com mais entusiasmo, como já fazem na família, no trabalho, na paróquia, na sociedade. Para ser sinal de uma Igreja servidora, que se coloca a serviço das pessoas”, acrescentou o arcebispo.

Unidade e comunhão

A celebração contou com a presença dos bispos auxiliares do Rio de Janeiro e do bispo emérito da Diocese de Guanhães (MG), Dom Jeremias Antônio de Jesus, que orientou o retiro espiritual dos ordinandos. Entre os sacerdotes presentes, o diretor da Escola Diaconal Santo Efrém, cônego Jorge André Pimentel Gouvêa, que pediu a Dom Orani a ordenação dos novos diáconos, e do pároco da Catedral de São Sebastião, cônego Cláudio dos Santos.

Turma Santa Clara

A Turma Santa Clara, que adotou o lema: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi” (Jo 15,16), é integrada pelos candidatos e suas respectivas paróquias de origem:  Carlos Alexandre Souza de Aguiar, da Paróquia Bom Pastor e Nossa Senhora de Fátima, em Campo Grande, Cassios Cleiton Nery de Mesquita, da Paróquia São Geraldo, em Olaria, Celso das Chagas Costa, do Santuário Nossa Senhora de Loreto, na Freguesia, Dimas Ramos Cardoso, da Paróquia Santo Antônio de Pádua e Nossa Senhora da Boa Vista, no Cachambi, Eugênio Lopes Pereira Júnior, da Paróquia São Cosme e São Damião, no Andaraí, Fernando Farias Ferreira, da Paróquia de São Januário e Santo Agostinho, em São Cristóvão, Márcio Luis Curty Fernandes da Cunha, da Paróquia de Sant’Ana, em Campo Grande, Marcus Vinícius Coelho Chiavegatto, da Paróquia São Marcos, na Barra da Tijuca, Maurício Ferreira Lopes, da Paróquia Apóstolo São Pedro, em Cavalcante, Paulo Cesar de Andrade Santos, da Paróquia Sagrada Família, em Campo Grande, Ricardo Antonio Sabino de Figueiredo, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Santa Cruz, e Thiago Mariz Esteves de Souza, da Catedral de São Sebastião, no Centro.

Sinal de uma Igreja servidora

Na reflexão do Evangelho, Dom Orani lembrou que o lema escolhido pela Turma Santa Clara: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi” (Jo 15,16), evidencia que o “Senhor nos amou, nos escolheu, para ser aqueles que experimentam esse amor e anuncia aos irmãos. São amados por Deus, em Jesus Cristo. E por amar a Cristo, cada um se coloca disponível para o serviço e para a missão”.

O arcebispo disse que é bonito ver o entusiasmo dos diversos ministérios e carismas presentes nas paróquias, em toda a arquidiocese, e que os ordinandos se juntam aos demais diáconos que já caminham na arquidiocese, para exercer o serviço do Altar, da Palavra e da Caridade. Porém, lembrou que há necessidade de mais servidores, porque não se tem, em média, “um diácono para cada paróquia da arquidiocese”.

Aos diáconos permanentes e também aos candidatos que se preparam para a ordenação, o arcebispo lembrou que todos são chamados a viver em 2004, o Ano da Oração, junto com toda a Igreja, em preparação ao Jubileu de 2025. “Precisamos rezar e ajudar o povo a rezar, a implorar de Deus a conversão de coração, que vivamos a fraternidade e o entendimento entre nós, para que a paz possa reinar em todos os cantos da nossa cidade”.

Sobre o Segundo Sínodo Arquidiocesano sobre a Missões, em curso na arquidiocese, Dom Orani convidou os novos diáconos a se unirem com as preocupações da Igreja na seara missionária e social, porque as necessidades são grandes e urgentes.

“Nossa grande cidade é complexa. Por todos os lados, por exemplo, aumentam os condomínios, que necessitam de uma presença maior de evangelizadores. Também aumenta o número de pessoas necessitadas, muitas vezes vulneráveis, que precisam da atenção da Igreja. São preocupações da missão evangelizadora, de toda a Igreja, que tem que se fazer presente na grande cidade. A missão é de todos os batizados, mas dentro dos vários ministérios, os diáconos têm a sua responsabilidade, de ser um sinal de uma Igreja servidora que se preocupa com os pobres, os necessitados.”

Dom Orani convidou os novos diáconos a proclamar a Palavra de Deus com ardor e entusiasmo em todos os ambientes, “para testemunhar o Senhor no mundo diante da indiferença cristã e religiosa”, observando que “as pessoas hoje vivem como se Deus não existisse”.

Na conclusão da homilia, Dom Orani destacou: “que Deus multiplique seus dons no coração de cada um e assim possam contagiar as pessoas com a alegria do Evangelho. Cristo Jesus é o Senhor. Por causa do amor de Cristo, nós nos amamos uns aos outros. Ele nos escolheu por primeiro, na inteira gratuidade. Somos chamados a andar pelos seus caminhos e anunciá-Lo aos irmãos e irmãs. Sejam muito felizes na nova missão”.

Servir a Igreja

No final da celebração, o bispo auxiliar Dom Juarez Delorto Secco, representante dos diáconos, acolheu os ordinandos com “alegria e comunhão”, e lembrou sobre a importância da formação permanente e da participação nos retiros canônicos, a cada ano, que é dever de todos os membros do clero.

Destacou que ao receber as provisões, cada diácono deve exercer com alegria o ministério na paróquia ou no serviço  em que foi confiado.

“Desejamos que cada um abrace a vocação, o chamado, que é graça de Deus. Assim como fez Maria, que cada um se coloque a serviço para acolher e fazer a vontade de Deus. Fazer o que a Igreja pede, com amor e dedicação, sempre em comunhão com o arcebispo, com a arquidiocese”, desejou Dom Juarez.

Permanecer no amor de Cristo

O bispo referencial da Escola Diaconal Santo Efrém, Dom Célio da Silveira Calixto Filho, saudou os diáconos permanentes e suas famílias. Lembrou que os ordinandos foram ordenados no Advento, um tempo bonito, especial.

“Advento é o início do ano litúrgico. Todos os anos ao celebrar o aniversário de ordenação, terão a oportunidade de recomeçar, de renovar o ‘sim’ a Deus e a disponibilidade à Igreja”, disse.

O bispo auxiliar destacou que a turma escolheu Santa Clara como padroeira e intercessora, geralmente representada com a Eucaristia, sinal de presença na vida e no ministério. “Que assim como Santa Clara se distingue pela amizade e fraternidade, cada um possa cultivar o amor pela Eucaristia, aos irmãos e irmãs para bem servir à Igreja de Nosso Senhor”.

Dom Célio Calixto concluiu sua mensagem convidando os ordinandos a “permanecerem no amor de Jesus’, conforme o Evangelho do dia, e a “colocar a vida e o ministério sob a proteção de Santa Clara e também da Imaculada Rainha do Céu, mãe de todos os servidores do Evangelho”.

Exemplos que impulsionam

Na sua mensagem, o coordenador da Comissão Arquidiocesana para o Diaconato Permanente (Cadiperj), cônego Jorge André Pimentel Gouvêa, agradeceu à Dom Orani pela confiança de dirigir por 11 anos a Escola Diaconal Santo Efrém.

“Dom Orani, ao comemorar seus 49 anos de sacerdócio, agradecemos a Deus por se desdobrar por nós, por ser um exemplo de alegria na missão e pelo testemunho de viver a vocação, o que impulsiona nossa escola diaconal, cada um dos diáconos permanentes”, disse o diretor da Escola Diaconal Santo Efrém, que destacou: “estamos chegando a quase 300 diáconos na nossa arquidiocese, e isso é fruto do seu carinho, da sua amizade, do seu olhar.”

Cônego Jorge André parabenizou os novos diáconos e suas famílias pelos “laços e vínculos de amizade”, agradeceu o empenho dos formadores, de maneira especial, a Dom Célio Calixto, que sempre, “de olhar atento, sinaliza caminhos”, e colocou-se à disposição para acolher todos os homens para discernir a vocação ao ministério.

Carlos Moioli

 

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