Foi aberta no dia 3 de dezembro a exposição “50 Anos de Unidade” em homenagem à trajetória de 50 anos de vida sacerdotal do Cardeal Orani João Tempesta. Reúne arte, música e histórias que refletem a dedicação e missão do arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro.
A mostra vai até o dia 14 de fevereiro no Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, localizado no subsolo da Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro do Rio de Janeiro. Está aberta ao público de terça a sexta-feira, das 9h às 16h, aos sábados, de 9h às 12h, e aos domingos, das 10h às 13h. A entrada custa R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia-entrada para religiosos, escolas e idosos).
O vigário episcopal para a Cultura, cônego Marcos Willian Bernardo, deu início à solenidade, destacando a importância do evento e apresentando o novo diretor artístico do museu, padre Fernandes Elias.
A cantora Ghislaine Cantini emocionou o público ao interpretar sua canção autoral, “Deixa a tua rede”, e outras músicas que marcam o ministério do arcebispo.
Um dos destaques da cerimônia foi o lançamento do cordel “Vocacionado ao Cristo”, do poeta Zé Salvador, idealizado por Erinaldo Santos, que narra em versos a trajetória de fé e serviço de Dom Orani.
O momento foi celebrado por acadêmicos, como Sérgio Fonta, presidente da Academia Carioca de Letras, e os representantes da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Almir Gusmão e Erinaldo Santos, que também destacaram a relevância cultural do cordel.
Entre os presentes estavam o bispo emérito de Iguatu (CE), Dom Edson de Castro Homem, o pároco da Catedral e diretor administrativo do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, cônego Cláudio dos Santos, e o assessor da cultura da CNBB, padre Luciano Silva.
A museóloga Mary Assis apresentou os detalhes da exposição, que reúne registros e obras inspirados no lema episcopal de Dom Orani: “Que todos sejam um”.
‘Minha missão é evangelizar’
No final, antes da abertura da exposição, Dom Orani agradeceu a homenagem, relembrou momentos marcantes de sua trajetória e reafirmou sua missão de promover a unidade na Igreja e na sociedade:
“Quem me conhece sabe que não sou de falar muito sobre minha história, a não ser em momentos mais descontraídos. Temos sempre muito trabalho no dia a dia para serem vencidos, com a finalidade de bendizer o Senhor e construir o Reino de Deus.
Agradeço ao Vicariato de Pastoral, sob a direção do cônego Cláudio dos Santos, que organizou um tempo especial durante o ano do meu jubileu de 50 anos de ordenação sacerdotal com celebrações a cada mês nos vicariatos, a recitação do Terço Mariano na Rádio Catedral e outros eventos, como o Encontro de Corais, em Irajá, a exposição temporária no Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e o Concerto no Theatro Municipal.
Não estava previsto nas celebrações do Quinquênio Arquidiocesano o meu jubileu sacerdotal, nem imaginei que um dia houvesse uma exposição em minha homenagem. Agradeço a oportunidade, e gostaria que os holofotes sempre estejam voltados para aqu’Ele por quem eu vivo e faço tudo, que é Jesus Cristo. Como consequência, desejo do meu coração que meu jubileu seja dedicado às vocações. Devemos sempre mais rezar pelas vocações sacerdotais em nossa arquidiocese.
Agradeço ao cônego Marcos Willian Bernardo e seus adjuntos pelo trabalho que realizam no campo da cultura, a equipe do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra que organizou a exposição, a Gislaine, que apresentou lindas canções, que conheço desde quando fui bispo em São José do Rio Preto, aos acadêmicos da Academia Carioca de Letras e da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, e por todas as pessoas que valorizam a arte e a cultura na Igreja, o belo, a beleza.
De maneira especial, agradeço aos poetas que contaram minha história na literatura de cordel, “Dom Orani, um vocacionado de Cristo”, na qual encantam as pessoas pela beleza na sua forma popular. São poetas que têm dons especiais e merecem nosso respeito. Aliás, a cultura está presente em cada canto do Rio de Janeiro.
Presente na cidade há mais de 15 anos, fico feliz de ver a presença do belo na cultura através do cordel, das músicas, das danças e de tantas manifestações artísticas, assim como essa exposição temporária, que levam a cidade a viver em fraternidade e na paz.
Às vezes, me pergunto: numa cidade tão bonita com tantas belezas naturais, não podia existir tanta violência, divisão e dificuldades. O belo deveria converter as pessoas só de olhar, mas é necessário que alguém transmita e traduza tudo isso. Por isso, precisamos de pessoas que, por meio da cultura, possam ajudar a tocar os corações.
Esperamos que a exposição temporária no Museu Arquidiocesano seja para maior glória de Deus. O foco da homenagem não deve ser a minha pessoa, mas o que Deus faz na minha vida, também, pela intervenção de muitas pessoas. Que cada vez mais possamos continuar a fazer o bem.
Agradeço a Deus pela minha madrinha de ordenação presbiteral, Lourdinha Fontão, e pelo bispo que me ordenou presbítero, Dom Tomás Vaquero, ambos Servos de Deus. Também por causa deles, tenho obrigação de me converter a cada dia, de fazer o bem, de anunciar a boa notícia às pessoas.
A minha intenção e busca foi ser padre, trabalhar pelo bem das pessoas. Depois, a Igreja, com sua intervenção, me chamou para outros ofícios. Se aqui estou no Rio de Janeiro é para servir até quando me for permitido. Minha missão é evangelizar, levar as pessoas para caminhar com o Senhor, e tudo que faço é para a maior glória de Deus.”
Ana Carla Machado e Carlos Moioli