A gastroenteronastomose guiada por ecoendoscopia é um procedimento inovador e minimamente invasivo utilizado no tratamento de obstruções gastrointestinais, especialmente em casos de câncer avançado que afetam o estômago e o intestino.
De acordo com Márcia Costa, médica endoscopista do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, a técnica foi desenvolvida para substituir as cirurgias tradicionais e por laparoscopia.
“Nossa equipe foi a primeira a realizar este procedimento no Rio de Janeiro. Esta é uma técnica relativamente recente e depende de equipes médicas com treinamento especializado e centros médicos que disponham de equipamentos modernos e adequados, como o ecoendoscópio e as próteses utilizadas no procedimento”, adiantou ela.
A especialista destacou que o procedimento tem a mesma taxa de sucesso do tratamento cirúrgico convencional, com algumas vantagens: “redução do tempo de procedimento e de hospitalização, menor taxa de complicações e possibilidade de tratar pacientes em piores condições clínicas”, citou.
A gastroenteronastomose ecoguiada é realizada por meio de um endoscópio flexível introduzido pela boca e elimina a necessidade de incisões abdominais, o que permite uma recuperação mais rápida.
“O exame oferece uma visualização detalhada das estruturas internas, o que facilita a criação de uma nova comunicação, que chamamos de anastomose, com a colocação de uma prótese metálica que faz a ligação entre o estômago e o intestino. É uma alternativa à abordagem cirúrgica, que é mais invasiva e pode estar associada a um maior tempo de internação e custos”, complementou a médica.
Além de outras indicações terapêuticas, a ecoendoscopia também auxilia na detecção e diagnóstico de doenças do esôfago, estômago, duodeno, pâncreas, vesícula e vias biliares, nódulos linfáticos e massas tumorais suspeitas de neoplasia nas regiões do mediastino e abdome superior.
Alessandra Eckstein, jornalista