Instalada a Paróquia Jesus Eucaristia, no Engenho de Dentro

A Arquidiocese do Rio de Janeiro passa a ter 296 paróquias com a criação da Paróquia Jesus Eucaristia, situada na Rua Teixeira Bastos, 38, no Engenho de Dentro, pertencente à 5ª Forania do Vicariato Episcopal Norte. Desmembrada das paróquias Nossa Senhora da Conceição e São José, no Engenho de Dentro e Imaculado Coração de Maria, no Méier, a nova paróquia foi instalada no dia 8 de março, durante missa presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta. É a paróquia de número 45 criada pelo seu governo. O decreto de criação da nova paróquia foi lida pelo bispo auxiliar Dom Roque Costa Souza.

Na mesma celebração foi dada posse ao primeiro pároco, padre Charles Fernando Gomes, até então, pároco da Paróquia São Miguel Arcanjo, no Mandela, em Benfica. A provisão do novo pároco foi lida pelo vigário episcopal do Vicariato Norte, cônego Aldo de Souto Santos. Conforme o rito de posse, padre Charles fez a profissão de fé e o juramento de fidelidade, e após receber o Evangeliário, proclamou o Evangelho pela primeira vez aos paroquianos a ele confiado.

Entre os concelebrantes, o bispo auxiliar Dom Antonio Luiz Catelan Ferreira, que durante o dia de criação da paróquia, coordenou ação missionária no bairro, junto com o padre Marcelo da Silva Lessa, coordenador arquidiocesano do Conselho Missionário Arquidiocesano (Comidi).

 

Acolher e evangelizar

No início da celebração, monsenhor Gustavo José Cruz Auler, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e São José, no Engenho de Dentro, lembrou que há quase 20 anos, quando assumiu a paróquia em substituição ao antigo pároco, monsenhor Antônio Montenegro Aguiar, começou a dar assistência à Capela Jesus Eucaristia. Na época, o terreno era pequeno, e o prédio existente da capela comportava apenas 90 pessoas.

“Desde o início, incentivei os fiéis a caminhar, formar comunidade e ser uma Igreja viva. Foram surgindo grupos e pastorais que, fortalecidos na fé e na missão, começaram a priorizar a evangelização. Com a chegada de novos fiéis, frutos de ações missionárias, o espaço da capela ficou pequeno e não dava mais para acolher as pessoas nas celebrações eucarísticas e sacramentais. Ao celebrar na quadra do terreno da comunidade, se viu a necessidade de um espaço maior para atender o número cada vez mais crescente de fiéis”, disse.

A compra de novos terrenos, enfatizou monsenhor Gustavo Auler, foi o caminho para aumentar o território paroquial. “Aos poucos, fomos adquirindo novos terrenos. Eram três lotes e compramos mais três e, com um espaço adequado, foi possível substituir o primeiro templo e iniciar no local as obras da nova igreja”, disse.

Na perspectiva de lançar redes em águas mais profundas, em vista do aumento do número de moradores na região com o lançamento de novos condomínios, monsenhor Auler solicitou ao arcebispo a criação de uma nova paróquia. “Vi a necessidade de criar uma nova paróquia, de ter a presença de um pároco para se dedicar integralmente à comunidade.”

 

Presença cristã

Na homilia, Dom Orani lembrou que a Palavra de Deus, proclamada através das leituras do dia, do 1º Domingo da Quaresma, era um programa de vida para a nascente paróquia.

“A comunidade paroquial, já com 40 anos de caminhada, deve ser um povo que reconhece e agradece os dons que recebeu do Senhor, e agora, em nova configuração, tem a missão de conduzir o povo para sair da escravidão rumo à terra prometida, onde corre leite e mel, isto é, de viver na presença e na graça de Deus”, disse o arcebispo, referindo-se ao texto de Dt 26,4-10.

Dom Orani enfatizou que a criação de uma paróquia não é separar, mas multiplicar a presença da igreja no seu território paroquial, e neste sentido, a missão da paróquia, do pároco, do povo de Deus é professar a fé em Jesus Cristo como Senhor da vida e fonte de esperança, de acordo com a exortação de Paulo Apóstolo (Rm 10,8-13).

“Ao seguir e testemunhar que Jesus Cristo é o centro de nossa vida, somos chamados a ser uma comunidade unida, viva, que vive a fé, que caminha no Senhor de maneira alegre e animada. Nossa evangelização, quer pelas pastorais, Círculos Bíblicos e ações missionárias, devem proporcionar para que o Evangelho seja uma presença nos corações e na vida das pessoas”, disse o arcebispo.

 

Conduzir o povo de Deus

Durante a celebração, o novo pároco, padre Charles Fernando Gomes, recebeu das mãos de Dom Orani, dando continuidade ao rito de posse, os sinais de sua missão de pastor: as chaves da igreja, a pia batismal, o confessionário (e estola) e a chave do sacrário.

No momento de ação de graças, padre Charles leu o decreto de transferência do diácono Hélio Pereira Machado Júnior para a Paróquia Jesus Eucaristia, permanecendo, assim, na comunidade por onde vinha atuando, desde a sua ordenação. No final, recebeu a cadeira presidencial onde irá, em nome do arcebispo, conduzir o povo de Deus, e concluiu a missa dando a bênção aos seus paroquianos.

Na sua mensagem, padre Charles fez memória ao monsenhor Antônio Montenegro, que iniciou e deu nome à capela há 40 anos, e o trabalho realizado pelo sucessor, monsenhor Gustavo Auler, que empreendeu a construção da igreja, hoje com a estrutura pronta, faltando os acabamentos.

Como ‘primeiro pai’, agradeço a Deus pela missão que me foi dada, e sei que temos um trabalho pela frente. Agradeço ao monsenhor Gustavo Auler pelo seu empenho, que tão bem conduziu a comunidade. Agradeço a Dom Orani pela confiança e pelo desafio, na certeza que, junto com o povo aqui presente, sei que posso, com a graça de Deus, realizar essa missão a mim confiada”, disse o pároco.

Padre Charles agradeceu a todas as pessoas que participaram da missa de posse, de modo especial, duas paroquianas, Teresinha e Cecília, que estavam presentes no início da comunidade, há 40 anos, e fizeram parte de toda a caminhada.

“Jesus Eucaristia é uma paróquia que traz um nome muito forte, um convite a voltar para a Eucaristia, em adoração, ter intimidade com Jesus. Que Deus nos abençoe nessa missão que abraçamos com amor”, disse padre Charles.

 

Gratidão

Na sua mensagem, o vigário episcopal do Vicariato Norte, cônego Aldo de Souto Santos, pontuou que três verbos devem ser impressos no coração de um pastor: ver, sentir e cuidar. Referindo-se ao monsenhor Gustavo, disse:

“A verdadeira nobreza de um cristão é a gratidão. É o desejo que todos os fiéis têm por monsenhor Gustavo. Sim, carregue no coração do senhor a certeza que o rebanho carrega no coração a gratidão por tudo o que semeou nesta comunidade. A parábola do semeador diz que ele saiu para semear, mas não diz que ele voltou para colher os frutos. Um planta, outro colhe. A missão do pastor é simplesmente semear”, disse padre Aldo.

 

Carlos Moioli

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