Nos últimos tempos, a comunidade católica do Rio de Janeiro tem tido muito a celebrar: uma grande obra de acessibilidade está sendo realizada na histórica Igreja de Nossa Senhora do Carmo – antiga Catedral da cidade –, e o movimento nos templos barrocos da Praça XV tem aumentado seguidamente, com eventos culturais, reativação de sinos e muito mais. Neste mês de fevereiro, mais uma pérola histórica, arquitetônica e cultural foi devolvida aos devotos de Nossa Senhora e habitantes da Cidade Maravilhosa: trata-se do suntuoso consistório – salão nobre utilizado para reuniões – da Igreja da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária, na Avenida Presidente Vargas.
No dia 21 fevereiro, foi reinaugurado o consistório da Igreja de Nossa Senhora da Candelária, localizada na Praça Pio X, no centro do Rio de Janeiro. O salão, com as paredes rubras pintadas à mão e o teto repleto de afrescos, tem também uma importante galeria de grandes telas com retratos de cardeais e de beneméritos da histórica associação de fiéis.
O evento contou com a presença de diversas personalidades, e teve a liturgia presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta.
A placa comemorativa da obra, realizada no decorrer do ano passado, foi descerrada pelo provedor da Irmandade, Antônio Soares da Silva, e por Dom Orani, acompanhados da Mesa Diretora e de alunos do Educandário Gonçalves de Araújo, instituição de ensino mantida pela entidade dona do templo.
O provedor da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, Cláudio André de Castro, também esteve presente, representando entidades coirmãs. O badalar dos sinos do majestoso templo comemorou a reabertura do consistório, que compete pelo título de mais bonito da cidade apenas – segundo especialistas – com o da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.
A imponência da grande sala, ambientada na icônica igreja, levou a diretoria da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária a empenhar todos os esforços para recuperar a beleza do espaço, que, há anos não era mais utilizado como sala formal de reuniões da mesa administrativa, que funciona como um conselho da entidade. A pintura do teto já havia perdido suas cores, agora realçadas pelo trabalho dos especialistas em restauro.
O ambiente – que conta com um belo altar para celebrações particulares da própria entidade – havia sofrido degradações das mais variadas ao longo dos anos, mas agora, felizmente, sanadas pelos esforços da Irmandade, que contratou os serviços de uma empresa especializada em restauro para executar o minucioso trabalho.
Em seu discurso, Dom Orani parabenizou a Irmandade da Igreja da Candelária pelos esforços no cuidado com seu patrimônio sacro e incitou todas as Irmandades do Rio – que possuem templos belíssimos – a cuidarem da sua arte e da sua história.
A inauguração, momento de grande alegria e solenidade, contou com as presenças dos irmãos e irmãs da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária, representantes consulares, autoridades religiosas e civis, entre elas a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Patrícia Regina Correa Wanzeller, além de representantes de outras instituições culturais e do Clube de Engenharia.
Patricia Lima – “Jornal do Rio”