Jubileu dos Jovens e Vocacionados reúne juventude da arquidiocese no Santuário da Penha

Em comunhão com o Jubileu da Juventude celebrado em Roma, com a presença do Papa Leão XIV, a Arquidiocese do Rio de Janeiro promoveu, na tarde de 2 de agosto, o Jubileu dos Jovens e dos Vocacionados, na Basílica Santuário Nossa Senhora da Penha, na Zona Norte da cidade.

A missa solene, realizada na Concha Acústica, foi presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, e contou com a presença dos bispos auxiliares Dom Paulo Alves Romão, referencial para a juventude, e Dom Hiansen Vieira Franco, referencial pelos seminários arquidiocesanos, e diversos sacerdotes, entre eles os promotores vocacionais dos vicariatos da arquidiocese.

A celebração, inserida no contexto do Ano Santo do Jubileu da Esperança, teve como tema vocacional “Peregrinos porque chamados”, e reuniu jovens de toda a arquidiocese, além de vocacionados em discernimento para a vida sacerdotal e consagrada.

O reitor do Santuário, padre Thiago Sardinha, acolheu os participantes, que também ouviram o testemunho do padre Franklin Cavalcante de Lima, ordenado presbítero no último dia 12 de julho. A animação ficou por conta dos padres Jorge dos Santos Carreira e Marcelo Henrique Freitas da Silva, que conduziram os momentos de pregação e louvor.

 

“Vocês fazem a diferença”

Durante a homilia, Dom Orani destacou a graça de viver este tempo jubilar como oportunidade de renovação espiritual. “É uma alegria encontrar os jovens da arquidiocese junto com os sacerdotes que vieram em peregrinação até esta igreja jubilar dedicada à Nossa Senhora da Penha”, afirmou. Ele recordou também que, por Providência Divina, o evento coincidiu com o Dia do Perdão de Assis, no qual os fiéis podem obter a Indulgência Plenária, prática ligada à tradição franciscana da Porciúncula.

A liturgia do dia, centrada na carta de São Paulo aos Colossenses (Cl 3,1-5.9-11), inspirou a reflexão do arcebispo sobre o chamado à santidade em meio aos desafios da vida moderna. “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto. Essa é a vocação do jovem cristão: viver no mundo sem se moldar à sua lógica”, declarou. E completou: “Somos chamados a nos despojar do homem velho e nos revestir do homem novo, renovado segundo a imagem do Criador.”

Dom Orani encorajou os jovens a viverem com autenticidade sua fé cristã, mesmo diante das dificuldades da sociedade atual. “É possível ser um jovem católico no mundo de hoje e testemunhar que o centro da sua vida é Cristo”, afirmou. Ele também ressaltou o papel transformador da juventude: “Confiamos que os jovens cristãos católicos podem fazer a diferença na sociedade como fermento no meio da massa.”

O arcebispo fez ainda um forte apelo às vocações: “Entre vocês há jovens que sentem o chamado à vida sacerdotal ou religiosa. Não tenham medo de dar esse passo. O Senhor proverá tudo aquilo de que precisam para viver com coerência essa entrega.” Ele lembrou que o mês de agosto é tradicionalmente dedicado à oração pelas vocações na Igreja do Brasil, e que a arquidiocese está mobilizada nesse sentido: “Sempre é tempo de rezar pelas vocações.”

Ao final da homilia, Dom Orani destacou a dimensão missionária do jubileu: “Viemos a este santuário jubilar para voltar às nossas casas reavivados e fortalecidos na fé.” E completou com uma mensagem de esperança: “O mundo será melhor quanto mais os cristãos viverem o Evangelho no dia a dia. Não porque somos melhores, mas porque a graça de Deus realiza maravilhas em nós, como realizou em Maria.”

A celebração marcou também os 12 anos da Jornada Mundial da Juventude de 2013, realizada no Rio de Janeiro, um evento que, segundo o arcebispo, “transformou a vida da cidade e da juventude carioca”. Para ele, o espírito daquela jornada permanece vivo: “Esperamos que este Jubileu reacenda o ardor missionário nos corações dos nossos jovens.”

O Jubileu dos Jovens e Vocacionados no Santuário da Penha foi, segundo Dom Orani, uma ocasião especial para reforçar a esperança cristã no coração da juventude: “Vocês fazem a diferença e tornam o mundo melhor através das próprias vidas. Que o Senhor continue a fazer maravilhas na juventude do Rio de Janeiro.”

 

Apresentação da cantora Marcelle Rocha

A cantora Marcelle Rocha, presente no Jubileu dos Jovens, foi apresentada pelo reitor do santuário, padre Thiago Sardinha, que expressou o orgulho da comunidade pela conquista.

Integrante do ministério de música da Basílica Santuário de Nossa Senhora da Penha, ela foi destaque internacional ao ser premiada como melhor voz feminina de língua portuguesa no primeiro festival católico de música realizado em Roma, no último dia 27 de julho, com cerimônia no Vaticano.

“Marcelle, que sempre canta no Santuário da Penha nas missas de domingo, trouxe o troféu de melhor voz feminina de língua portuguesa”, destacou. “É muito orgulhoso para toda a Arquidiocese do Rio de Janeiro ouvir a sua voz, que sempre foi maravilhosa e que agora ressoou no Vaticano.”

Além do prêmio principal, Marcelle Rocha foi finalista em cinco categorias: melhor música mariana, melhor videoclipe, melhor canção de evangelização, melhor canção de língua portuguesa e melhor cantora feminina.

Padre Thiago fez questão de agradecer e parabenizar a artista. “Obrigado, Marcelle. Deus te abençoe e Nossa Senhora da Penha te acompanhe”, concluiu, reconhecendo o valor do testemunho e do talento da cantora, que agora leva o nome do santuário e da arquidiocese para além das fronteiras do país.

Antes de cantar para os jovens, a artista destacou a emoção da experiência e a importância da música católica no cenário cultural.

“Foi incrível, um momento único, inesquecível, em que a música católica ganha uma nova visibilidade”, declarou Marcelle. Segundo ela, o reconhecimento internacional fortalece a missão de evangelizar por meio da arte. “Isso para nós é muito bom, levar a palavra de Deus nas várias formas culturais”, disse.

Marcelle manifestou sua alegria pela “honra de representar a Arquidiocese do Rio de Janeiro e a Basílica Santuário de Nossa Senhora da Penha, meu chão de fé”. A cantora fez questão de agradecer o apoio da comunidade que a acompanhou espiritualmente durante o festival. “Meus irmãos estiveram comigo, unidos no coração, na oração. Eu jamais vou esquecer esse momento. Muito obrigada a todos. Deus abençoe.”

 

A beleza da fé no cotidiano

No final da celebração, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e referencial para a juventude, Dom Paulo Romão, que já havia feito uma pregação para os jovens, destacou a importância de viver e compartilhar a fé após experiências marcantes como o jubileu.

“Participar de um momento como o jubileu em que estamos vivendo enche nosso coração de alegria e gratidão”, afirmou o bispo, incentivando os jovens a levarem essa experiência para o dia a dia. “Quando falamos ou escutamos alguém falando de Jesus de verdade, o nosso coração arde.”

Dom Paulo lembrou que a juventude busca sentido para a vida e que os próprios jovens têm a missão de comunicar essa beleza onde estiverem. “Na universidade, no trabalho, nas amizades, nos bairros… a beleza do ser cristão se transmite. Vale a pena seguir o Senhor.”

Dom Paulo Romão reforçou sua devoção mariana e indicou um caminho para ser um discípulo missionário: “Nós temos uma Mãe no céu. Pede à Mãe que o Filho atende.” E completou: “Peça a ela para ajudar você a amar com todo o coração seu Filho e comunicá-lo através dos poros, porque o cristianismo se comunica por atração.”

 

“Não tenham medo”

O referencial para os seminários arquidiocesanos, Dom Hiansen Vieira Franco, também dirigiu uma mensagem de incentivo às vocações sacerdotais.

“Que alegria estarmos aqui, no final desta Santa Missa, aos pés do Santuário da Senhora da Penha, celebrando o Jubileu dos Jovens”, afirmou o bispo, lembrando que o evento acontece dentro do Ano Santo da Esperança. “Estamos no Ano Santo para aprendermos de Jesus o seu jeito de enxergar o mundo, de enxergar as pessoas.”

Falando diretamente aos jovens, Dom Hiansen reforçou o chamado vocacional: “Como bispo referencial para as vocações na nossa Arquidiocese do Rio de Janeiro, tenho a alegria de dizer a vocês sobre o sacerdócio: não tenham medo de dizer sim. Vale a pena.”

 

“O padre é o homem da esperança”

O reitor do Seminário Propedêutico Rainha dos Apóstolos, padre André Luiz Oliveira dos Santos, fez um apelo direto aos jovens, incentivando-os a refletirem sobre sua vocação e a se abrirem ao chamado de Deus.

“Eu quero saber se tem algum jovem rapaz corajoso para sair do seu lugar”, provocou, convidando os participantes a se aproximarem para uma foto com o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta. “Olha, é só falar para fazer uma foto com o senhor rápido. Esse é o segredo.”

Mais do que uma simples foto, o gesto serviu como ponto de partida para um momento de escuta e silêncio interior. “Deus os atraiu aqui nesta tarde e noite. Não foi à toa. Ele deseja falar ao coração de vocês”, afirmou o reitor. “Diante do sucessor dos apóstolos, tenha a coragem de perguntar: ‘Senhor, o que queres de mim? O que queres que eu faça?’”

Padre André citou o Papa Bento XVI ao destacar a missão do sacerdote como sinal de esperança: “O padre é o homem do futuro, porque o futuro da humanidade é a Eucaristia. Por isso o padre é o homem da esperança.”

Encerrando sua mensagem, o reitor convidou os jovens para os encontros vocacionais que acontecem todo mês no Seminário Arquidiocesano de São José. “Mesmo que você não venha a ser sacerdote, não tem problema. Mas todos precisamos fazer essa pergunta: ‘O que Deus quer de mim?’. Pensem nisso!”

 

Juventude viva e santa

No contexto do Mês Vocacional, celebrado em agosto, a irmã Noemi, acompanhada da irmã Anna, ambas da Congregação de Nossa Senhora de Belém, fez um apelo especial às jovens para que abram o coração ao chamado de Deus à vida consagrada.

Ela explicou que cada semana do mês é dedicada a uma vocação específica: “Na primeira semana, celebramos a vocação ao ministério ordenado, depois a vocação à vida em família, com o Dia dos Pais e a vida matrimonial. A terceira semana é dedicada à vida religiosa, na Festa da Assunção de Nossa Senhora”, lembrou. “Na quarta semana, celebramos os ministérios leigos, e este ano temos ainda o quinto domingo, que é o Dia do Catequista.”

Irmã Noemi destacou também a atuação do Setor Juventude da Arquidiocese do Rio de Janeiro, que reúne diversos carismas e expressões. “É um trabalho muito bonito, feito em conjunto. Os coordenadores dos vicariatos colaboraram para trazer os jovens. Mesmo com pequenas representações, todos estão presentes.”

Ao final, reforçou os próximos eventos: “Vamos ter o nosso DNJ (Dia Nacional da Juventude) no dia 1º de novembro e a JDJ (Jornada Diocesana da Juventude) no dia 22 de novembro. Marca na agenda para nos encontrarmos novamente e mostrarmos que a nossa arquidiocese tem uma juventude viva e santa.”

 

Carlos Moioli

 

Foto: Sheila Corpe

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