Juventudes com oportunidades: programa de aprendizagem da Pastoral do Menor forma e insere no mercado de trabalho

A Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, por meio da Pastoral do Menor, fortalece seu compromisso com a proteção integral das juventudes e com a inclusão profissional de adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. Atuando dentro da Lei da Aprendizagem (nº 10.097/2000) e do Estatuto da Criança e do Adolescente desde 2010, a instituição é credenciada pelo Ministério do Trabalho e Emprego para oferecer o curso de Auxiliar de Escritório em Geral, formando cidadãos preparados para o mercado de trabalho e para a vida em sociedade.

De acordo com a coordenadora do programa de aprendizagem profissional, Geovana Silva, a Pastoral tem como propósito unir oportunidade e transformação. “O nosso compromisso é oferecer aos adolescentes uma formação que desenvolva conhecimento, atitude e valores. Trabalhamos para que cada aprendiz reconheça sua capacidade e seja protagonista da própria história”, explica. Ela destaca que, além da qualificação técnica, há um investimento no desenvolvimento humano e nas competências socioemocionais.

A grade do curso contempla disciplinas como Auxiliar de Escritório, Empreendedorismo, Direitos Trabalhistas e Previdenciários, Saúde e Segurança no Trabalho, Matemática, Português e Informática. A carga horária total é de 1.282 horas, divididas entre atividades teóricas e práticas realizadas dentro das empresas parceiras. O curso inclui, ainda, visitas técnicas e atendimentos psicossociais.

“A aprendizagem profissional é uma porta de entrada protegida para o mundo do trabalho. É a oportunidade de vivenciar a rotina profissional com acompanhamento e garantia de direitos”, afirma a assistente social Verônica Araujo Lima.

Com o avanço das tecnologias, a Pastoral inaugurou uma nova sala de informática equipada com computadores modernos, doação da Receita Federal e da Marinha do Brasil. Essa estrutura fortalece a formação digital dos aprendizes para que estejam alinhados às exigências do mercado contemporâneo.

“Queremos que eles saibam utilizar a tecnologia como instrumento de crescimento e cidadania, com responsabilidade digital e pensamento crítico”, ressalta a psicóloga Maria das Graças Escossia de Oliveira. Além do ensino de ferramentas, o trabalho inclui orientações sobre segurança na internet e uso ético das redes sociais.

Os resultados demonstram o impacto social do programa. Até setembro de 2025, 812 adolescentes e jovens já haviam sido formados. Entre 2020 e 2025, 108 deles foram contratados após o término do contrato de aprendizagem. “Cada jovem inserido no mercado representa uma vitória contra as desigualdades e uma possibilidade real de mudança de vida”, complementa Geovana.

Atualmente, a Pastoral do Menor conta com 90 empresas parceiras, incluindo 76 paróquias da Arquidiocese e instituições de relevância social e educacional. São elas: Fundação Cultural e Educacional e de Rádio Difusão Catedral São Sebastião, A Pequena Cruzada de Santa Therezinha, Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, Seminário Arquidiocesano do Rio de Janeiro, Obra Social Cristo Redentor, Convento de Santa Teresinha, Diagnósticos da América S/A (DASA), Ímpar Serviços Hospitalares S/A, Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), Proecho  Diagnósticos, Protest Imóveis e Condomínios, Ação Social Padre Anchieta (ASPA), Pátios Paraná Logística e Gestão de Trânsito Ltda e  Clube Naval.

Outro diferencial é o acompanhamento integral oferecido aos aprendizes, que recebem apoio emocional e social durante toda a formação. “Não cuidamos apenas do futuro profissional, mas do ser humano em sua totalidade. Acolher as demandas familiares, fortalecer autoestima e autonomia faz parte da construção de um caminho de superação e dignidade”, enfatiza Verônica. Esse trabalho é fundamentado no Estatuto da Criança e do Adolescente, que reforça o direito ao desenvolvimento físico, mental, moral e social, com prioridade absoluta.

A psicóloga Maria das Graças destaca que o apoio da equipe técnica é essencial para evitar que dificuldades pessoais se tornem barreiras na permanência dos jovens no programa. “Quando eles percebem que não estão sozinhos, que há quem escute e torça por eles, o aprendizado ganha novo sentido. Eles começam a acreditar em si mesmos e a projetar futuros possíveis.”

Com essa atuação sólida e articulada, a Pastoral do Menor segue contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva, garantindo que adolescentes e jovens historicamente invisibilizados tenham acesso a direitos, protagonismo e novas perspectivas. Como sintetiza Geovana Silva: “Investir na juventude é transformar realidades e semear esperança onde muitos só enxergam limites.”

Segundo o assistente eclesiástico adjunto da Pastoral do Menor, padre Charles Fernando Gomes, a iniciativa fortalece a missão de preparar os aprendizes para o mercado de trabalho.

“A inauguração da sala de educação digital do Programa de Aprendizagem Profissional, para nós, da Pastoral do Menor, foi de grande valia e certamente nos ajudará a trazer uma especialização e também a melhor capacitar os adolescentes para o mercado de trabalho”, afirma.

O sacerdote destaca a contribuição e o apoio de diversas instâncias da Igreja e de autoridades civis para a concretização do projeto. “A Pastoral do Menor, junto com a Marinha do Brasil e a Receita Federal, essa parceria que deu certo, proporcionou essa sala e agradecemos à Arquidiocese do Rio, nosso arcebispo, Dom Orani João Tempesta, ao monsenhor Manuel Manangão, que é o vigário episcopal para a Caridade Social, Antônio Siqueira, presidente do Conselho da Pastoral do Menor, e todos os técnicos envolvidos da Pastoral”, reconhece.

Além de atender adolescentes inseridos no programa de aprendizagem, o novo espaço também beneficiará jovens que passaram pelo sistema socioeducativo, auxiliando em sua reintegração. Padre Charles reforça a importância social dessa ação.

“Como responsável pela atuação no Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), penso que nos ajudará muito também para os regressos poderem encontrar um espaço para a aprendizagem tecnológica, programação, internet e poderem também ser beneficiados para melhor entrar futuramente no mercado de trabalho.”

Padre Charles salienta ainda o potencial empreendedor que o domínio das tecnologias pode proporcionar a esses jovens. “Aprender a usar as mídias digitais também como uma forma de renda” é, segundo ele, um caminho que pode gerar autonomia, esperança e novas oportunidades de vida.

Com a sala de educação digital, a Pastoral do Menor reforça seu compromisso com uma formação integral que não apenas garante direitos, mas também abre portas para um futuro mais justo, digno e inclusivo para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.

Categorias
Categorias