Livro do padre Paulo Hamurabi aborda a visão política de Santo Agostinho

“A visão política de Santo Agostinho: utopia ou realidade?” é o título da segunda edição do livro do padre Paulo Hamurabi Ferreira Moura, pároco da Paróquia São Domingos de Gusmão, na Tijuca, lançada pela Edições Lumen Christi, com 194 páginas. A obra pode ser encontrada nas livrarias Lumen Christi, Paulinas, Apostolado Litúrgico, no Amazon, e na secretaria da Paróquia São Domingo de Gusmão.

“Santo Agostinho, ele é um autor polivalente”, afirma o autor. “Fala sobre diversos assuntos, não só no nível teológico e filosófico, mas também sociológico e antropológico”, completou.

Padre Paulo Hamurabi explicou que o livro foi escrito com base na obra de Santo Agostinho chamada Cidade de Deus, um clássico da literatura, onde ele aborda a questão da administração e da política.

“A política como arte de trabalhar em favor do bem comum, pois naquela época já havia uma crise administrativa e política, em que as autoridades haviam também se desviado do fim da política”, afirmou. No livro, o autor procura mostrar a atualidade do pensamento da Igreja acerca do exercício da política “como a arte da verdadeira caridade”, ou seja, “servir aos irmãos, sobretudo os mais desfavorecidos”. Também aborda a questão de “uma ética em favor do bem comum, que vai contra essa ética individualista que hoje, infelizmente, estamos acompanhando na sociedade”.

Segundo observou padre Paulo Hamurabi o livro é destinado a todos, mas, sobretudo, às pessoas que sentem vocação para a vida política. “Creio que elas encontraram na obra, atualmente bem descritas, as linhas mestras que devem orientar alguém que deseja galgar o mundo da política”, resume ele.

 

A ciência de governar para o bem comum

“O momento histórico de mudança de época tem um paralelo com o tempo em que viveu Santo Agostinho”, afirmou o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, que fez o prefácio da obra. “Em situações de crise, quando crescem os medos e inseguranças, sociedades e pessoas tendem a se fechar em suas prerrogativas, e deixar de lado a preocupação com o bem comum, em torno do qual devem se unir todos os esforços”, disse o arcebispo.

Por meio de seu texto, padre Paulo Hamurabi “deixa que Santo Agostinho nos relembre a urgência da solidariedade, que o cristianismo elevou à grandeza da caridade fraterna”, disse Dom Orani, e destacou: “Acredito que evocar o pensamento do Bispo de Hipona possa contribuir para que a política faça memória de suas raízes como verdadeira ciência de governar, que deve ter em vista o bem comum”.

 

Promoção da Cidade de Deus

Segundo o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, “os quatro capítulos que compõem a obra oferecem uma apresentação sistemática da visão política de Santo Agostinho, simples na linguagem e profunda na argumentação”.

Dom Antonio Catelan observa ainda que, a partir das perspectivas sociológica e antropológica, o autor mostra a articulação da proposta agostiniana.

“Apesar de sociável por natureza, diferentemente dos outros seres gregários, a convivência dos seres humanos é mais complexa e dificultosa. Essa complexidade vem das paixões humanas. A sociedade é o campo principal onde os cristãos devem atuar para transformar a cidade humana, promovendo a paz”, ressalta.

“A proposta ética de Santo Agostinho”, continua Dom Antônio Catelan, “é apresentada como perspectiva para a superação de uma ética individualista por uma ética vivida em perspectiva cristã. Na perspectiva da cidade terrestre, os bens deste mundo são usados em beneficio individual de seus habitantes. Na perspectiva ética suscitada e vivificada pela experiência cristã, esses mesmos bens são usados como meios para se chegar a Deus, bem supremo.”

Ainda na sua apresentação, Dom Antônio Catelan afirma que a Arquidiocese do Rio do Janeiro se alegra por contar entre os membros de seu presbitério homens valorosos e bem preparados, capazes de contribuir em vários campos da vida civil para a promoção da cidade de Deus que cresce no mundo”, e evidencia: “Um desses homens é o padre Paulo Hamurabi”.

 

Da Redação

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