Novos bispos auxiliares eleitos conhecem a realidade da arquidiocese

“Bendizemos a Deus pelo ‘sim’ que nossos irmãos deram para servir a Igreja no Rio de Janeiro. Mesmo conhecendo pouco ou quase nada desta cidade, deram um ‘sim’ com o coração aberto e disponível para servir”, disse o arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, na missa de acolhida dos três novos bispos auxiliares eleitos, realizada na capela do Edifício São João Paulo II, na Glória, no dia 10 de março, às 18h10.

Nomeados pelo Papa Francisco no dia 13 de fevereiro, são eles: monsenhor Hiansen Vieira Franco, do clero de Guaxupé (MG), titular de “Tigava”, monsenhor Joselito Ramalho Nogueira, do clero de Cachoeiro de Itapemirim (ES), titular de “Tino”, e monsenhor José Maria Pereira, do clero de Petrópolis (RJ), titular de “Sigo”.

Na manhã do dia 11 de março, a primeira atividade dos bispos auxiliares eleitos foi participar da reunião do Conselho Arquiepiscopal, onde tiveram a oportunidade de conhecer, por meio de Dom Orani, dos bispos auxiliares e dos vigários episcopais, a realidade pastoral da arquidiocese. No mesmo dia, visitaram no centro da cidade a Catedral de São Sebastião, o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e as igrejas da Candelária, Santana e Antiga Sé. No Rio Comprido, conheceram a Casa do Padre, e no Seminário Arquidiocesano São José se reuniram e celebraram com os formadores e seminaristas menores, propedêuticos, missionários e maiores.

No dia 12 de março, os bispos auxiliares eleitos conheceram e se reuniram com vigários episcopais e padres forâneos dos vicariatos Barra, Jacarepaguá, Santa Cruz, Campo Grande, Oeste, Leopoldina, Anchieta e Cascadura. Nestes vicariatos visitaram as paróquias Nossa Senhora Aparecida, na Rocinha, São Marcos, na Barra da Tijuca, São Sebastião, em Nova Sepetiba, Nossa Senhora da Conceição, em Santa Cruz, Cristo Operário e Santo Cura Arn’s, na Vila Keneddy, Nossa Senhora da Apresentação, em Irajá, e na Basílica Santuário Nossa Senhora da Penha, na Penha.

Na manhã do dia 13 de março, os bispos auxiliares eleitos participaram da reunião com Dom Orani e os bispos auxiliares, que acontece às quintas-feiras no Palácio São Joaquim. À tarde, visitaram as instalações do Edifício São João Paulo II, sede da arquidiocese, como o setor administrativo, o Tribunal Eclesiástico, a Cúria e Rádio Catedral, na qual foram entrevistados, em programa especial, pela jornalista Leanna Scal. O dia foi concluído com missa na Basílica Nossa Senhora de Lourdes, em Vila Isabel, e reunião com os vigários episcopais e padres forâneos dos vicariatos Norte e Madureira.

No dia 14 de março, os bispos auxiliares eleitos visitaram o Santuário Cristo Redentor, e concelebraram com Dom Orani na Capela Nossa Senhora Aparecida. Após reunião com vigários episcopais e padres forâneos dos Vicariato Sul e Urbano retornaram para suas dioceses de origem.

Em entrevista ao Sistema de Comunicação da Arquidiocese (SCA), os bispos auxiliares eleitos destacam a acolhida de Dom Orani e do clero, a visita que realizaram para conhecer a realidade da arquidiocese e as expectativas da nova missão.

 

Monsenhor Hiansen Vieira Franco


SCA – Qual é a expectativa do senhor com a nova missão?

Monsenhor Hiansen – Venho de Minas Gerais, da Diocese de Guaxupé, e moro atualmente em Pousa Alegre, onde era reitor de seminário até a nomeação. Também, professor na Faculdade Católica de Pousa Alegre, e atuava no final de semana em uma paróquia na minha diocese. São muitas experiências em 21 anos de sacerdócio. Espero que possa ajudar a arquidiocese, embora a realidade seja bastante diferente, é uma metrópole. Minha diocese é bastante interior, mas a Igreja de Jesus Cristo é sempre a mesma. Estar entre irmãos vai ser muito bom.

Como está sendo a acolhida do povo carioca?

Monsenhor Hiansen – A experiência está sendo o melhor possível. Estou vivendo uma experiência de estar entre irmãos, mais experientes, que acolhem irmãos menos experientes. Estou me sentindo em casa, em família. Estou muito feliz por estar no Rio de Janeiro. A excelente acolhida começa por Dom Orani, que tem sido verdadeiramente um pai para todos nós. Desde o dia em que fomos anunciados como bispos auxiliares do Rio de Janeiro, ele tem tratado cada um com muito carinho e ternura. Tivemos uma experiência de inserção na comunidade da Rocinha, onde visitamos a comunidade, o pároco, e depois estendemos essa vivência a diversos outros locais da cidade, concluindo nosso percurso aos pés de Nossa Senhora da Penha, com a Santa Missa presidida pelo arcebispo. Essas duas palavras resumem nossos dias aqui no Rio: alegria e acolhida. Isso nos faz muito bem, pois, se por um lado a cidade apresenta desafios pastorais significativos, por outro, acreditamos que eles poderão ser superados justamente por meio da fraternidade que temos experimentado intensamente nesses dias.

 

Monsenhor Joselito Ramalho Nogueira –

SCA – Como será a contribuição de bispo auxiliar com base na experiência sacerdotal na sua diocese?

Monsenhor Joselito – Venho de uma Igreja viva, comprometida no trabalho missionário, nas pastorais, na vida das comunidades. Espero que tudo isso possa contribuir de alguma forma para ajudar o povo de Deus aqui na Arquidiocese do Rio de Janeiro, sendo um peregrino na esperança com compromisso e alegria de fazer parte da comunidade dos discípulos de Jesus.

SCA – Qual é a avaliação da visita a arquidiocese?

Monsenhor Joselito – A acolhida de Dom Orani tem sido encantadora e também dos padres, e tem nos encorajado em assumir o ministério, com uma alegria redobrada.

Nas visitas, tomamos pé da realidade, conhecendo um pouco a estrutura administrativa da arquidiocese, as diversas pastorais, as pessoas que estão à frente desses ministérios, e, em breve, vamos assumir alguns desses serviços.

A agenda foi planejada para que possamos conhecer melhor a dinâmica da caminhada de fé da arquidiocese, sua estrutura administrativa e de como funciona. Embora haja aspectos comuns entre as dioceses, cada uma tem suas particularidades. Justamente para entender como está estabelecido o processo de organização da vida eclesial aqui, viemos fazer esse percurso, que tem sido muito inspirador, desafiador, provocador. Além disso, a amizade, a acolhida e a forma como estamos sendo recebidos são uma grande fonte de estímulo. Estamos nos inserindo de maneira muito suave e positiva.


SCA – Como é ser ordenado em um período importante, o Ano Santo, e viverem essa nova experiência como peregrinos de esperança?

Monsenhor Joselito – Este é um momento no qual nós, padres, e o povo de Deus em geral podemos fortalecer nossa inspiração discipular no caminho de fé, em nossa inserção na vida da Igreja e na participação nos diversos ministérios e serviços disponíveis para todos nesta Igreja que deseja ser sinodal, de comunhão e participação. O tema da esperança, de semear a esperança e de criar laços com outras pessoas que também caminham na esperança, é algo que nos fortalece enquanto comunidade de fé, enquanto sociedade e comunidade humana. Isso nos leva a olhar para Deus, que nos acolhe com misericórdia, sempre pronto a nos receber com toda a Sua bondade, nos indicando o caminho.

Então, viver este momento, no início de uma nova etapa em nosso caminhar vocacional como bispo, sabendo das responsabilidades, exigências e novas tarefas que teremos de assumir, é uma oportunidade para peregrinarmos na esperança, como Peregrinos de Esperança. Isso nos dá alento e traz a mística própria dessa nova missão que começamos a assumir como bispos recém-nomeados.

Monsenhor José Maria Pereira

 

SCA – Qual é a expectativa do senhor para um novo tempo na caminhada como servidor do Evangelho?

Monsenhor José Maria – Quando o núncio apostólico no Brasil me chamou para me comunicar sobre a eleição para bispo, eu realmente fiquei assustado. Mas, quando ele mencionou que seria para o Rio de Janeiro, senti um alívio. Respirei fundo, pois já conheço Dom Orani há alguns anos. Em várias reuniões diocesanas tive a oportunidade de estar com ele, conhecendo o trabalho que ele realiza na arquidiocese, que é incansável. Sua acolhida é sempre muito fraterna. A última vez que nos encontramos foi em janeiro deste ano, no Curso dos Bispos, no Sumaré. O que me impressiona é que ele observa os detalhes, tem um carinho especial e nos dedica uma atenção total. Essa acolhida e atenção nos proporcionam uma grande segurança e alegria. Saber que chegaremos a um lugar onde seremos bem acolhidos e acompanhados nos dá uma base sólida para nossa missão. Eu venho com essa expectativa. Tudo aqui no Rio é muito grande para mim. Sou de uma cidade pequeníssima no interior de Minas Gerais e venho de uma diocese bem pequena, comparada à grandeza do Rio de Janeiro. Além disso, a arquidiocese é muito antiga. Então, venho para aprender muito e, na medida em que Deus me chamar, estarei aqui para ensinar também. Meu lema episcopal é “Eu vim para servir”, e desejo servir onde quer que me chamem.

 

SCA – Qual foi o motivo de escolher o lema episcopal?

Monsenhor José Maria – Depois de 38 anos de sacerdócio, venho para uma realidade maior, que vai me exigir muito mais, mas venho com muita alegria. Estou muito feliz por ter sido escolhido. Minha alegria é saber que Dom Orani é um pai muito acolhedor, paterno e atencioso. Me sinto à vontade aqui, e quero me consumir, colocar todas as minhas forças, que Deus me der, para trabalhar para levar a esperança as pessoas, como já estamos vivendo neste ano jubilar. Há tantas pessoas que não têm esperança, e essa esperança é Jesus Cristo. Quero ser anunciador de Jesus Cristo a todos aqueles que Ele colocou no meu caminho, enquanto estiver aqui.

 

Carlos Moioli

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