Ao celebrarmos a festa de todos os Santos e Santas, não podemos esquecer que suas memórias estão presentes no coração dos fiéis e nos nomes de inúmeros municípios de nosso país. A presença da Igreja Católica nas grandes, medias e pequenas cidades do Brasil, influenciou não apenas na formação de um ethos cristão na cultura nacional, mas, também, na escolha de nomes de santos e santas para os municípios, distritos e diversos lugarejos. A força do catolicismo popular, incentivado e alimentado pela hierarquia da Igreja e as Ordens e Congregações religiosas, foram fundamentais nas escolhas dos nomes de homens e mulheres que foram canonizados pela Igreja.
Dados do IBGE e da Federação Nacional dos Municípios nos mostram que cerca de 700 cidades no Brasil conservam nomes religiosos, homenageando ao Cristo, ao Espirito Santo, a Nossa Senhora, os Santos e Santas e aos clérigos e religiosos. Os três Estados com maior número de cidades com nomes religiosos são: Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Se olharmos por região, o Nordeste se destaca, com cerca de 189 municípios, seguidos das regiões Sudeste (167), Sul (129), Centro Oeste (44) e Norte (42), respectivamente.
Analisando apenas o número de cidades, com maiores nomes de santos e santas, excluindo os nomes atribuídos ao Cristo, ao Espirito Santo e os 341 municípios com nomes marianos, temos os seguintes resultados: São José (60 cidades), São Sebastião (56 cidades), São João, Batista e Evangelista (54 cidades), Santa Ana ou Santana (49 cidades), São Pedro (47 cidades), Santo Antônio (38 cidades), São Francisco (34 cidades), Santa Rita (31 cidades), São Domingos (27 cidades), São Miguel (26 cidades), Santa Luzia (19 cidades), Santa Bárbara (17 cidades), São Joaquim (16 cidades), Santa Teresinha (16 cidades), Santa Isabel (15 cidades), São Luís, Rei de França ou Gonzaga (13 cidades) e Santa Tereza (12 cidades). Se forem computados, os nomes das cidades e os santos e santas padroeiros, certamente os números serão bem maiores.
Existem também algumas cidades com nomes de santas pouco veneradas no catolicismo brasileiro como: Santa Eudóxia (SP), Santa Ernestina (SP), Santa Felicidades (PR), Santa Leopoldina (ES), Santa Silvana (RS), Santa Zélia (PR), Santa Elvira (MT), Santa Amélia (PR), Santa Carmem (MT), Santa Brígida (BA), entre outras.
Além dos Santos e Santas, temos que lembrar das cidades que levam o nome de 3 papas: Pio IX (PI), Pio X (CE, PB), Pio XII (MA); de 2 cardeais: Da Silva (BA) e Mota (MG); das 18 cidades com nomes de bispos; das 7 com nomes de monsenhores; de 2 com nomes de cônegos; das 14 com nomes de frades; das 19 com nomes de padres; e, finalmente, de 2 cidades com nomes de ordens religiosas: Jesuítas (PR) e Beneditinos (PI).
No momento em que existe uma preocupação com o crescimento das seitas no Brasil, é bom que os católicos possam conhecer e divulgar a importância que a Igreja Católica exerceu e continua exercendo na história de nosso país, sem esquecer da enorme contribuição na área pastoral, catequética e assistencial, através das inúmeras obras e ações caritativas em favor dos mais pobres. Tudo isso constitui uma grande contribuição da Igreja Católica ao Estado Brasileiro, sobretudo nas áreas sociais, educacionais e de saúde, deixando marcas históricas nas territorialidades da maior nação católica do mundo. Ad maiorem Dei gloriam!
Padre Josafá Carlos de Siqueira SJ – Vigário Episcopal para o Meio Ambiente e Sustentabilidade da Arquidiocese do Rio de Janeiro