Povo de Deus se reúne em congresso para renovar o ardor missionário

No dia 23 de agosto, memória de Santa Rosa de Lima, padroeira da América Latina, aconteceu o II Congresso Missionário Arquidiocesano, no Centro Cultural Social Pastoral Cardeal Orani Tempesta (CCSP) da Paróquia Nossa Senhora da Apresentação, em Irajá.

Organizado pelo Conselho Missionário Arquidiocesano (Comidi), sob a animação do bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Antonio Luiz Catelan Ferreira, o evento iniciou com a entrada das relíquias de São Francisco Xavier, Santa Teresa de Jesus e do Beato Carlo Acutis.

O II Congresso contou com a presença do secretário-geral da CNBB, Dom Ricardo Hoepers, que presidiu a Eucaristia e partilhou sobre a missionariedade, recordando que “a missão está no DNA de todo católico. E que o missionário é um caçador dos tesouros de Deus”.

Estava presente na celebração o padre Marcelo Lessa, que coordena o Comidi, e os padres que ajudam na assessoria dos vicariatos territoriais da arquidiocese.

O povo de Deus já se mostrava animado desde os preparativos. “Esse congresso é maravilhoso, edificante… Fui no ano passado e vim novamente”, dizia Marilda, incentivando o povo de Deus a não desanimar.

De fato, foi uma bênção para os missionários da arquidiocese, como disse Alceu Fortunato: foi “um dia cheio de graças, paz e alegria entre nós”.

Um momento de renovação do ânimo missionário e de partilha que, conduzidos pelo Espírito Santo, se tornou oportunidade de aprendizado para colocarmos em prática o mandato de Nosso Senhor.

 

Missionários de esperança

A primeira conferência foi conduzida sob a inspiração da mensagem do Papa Francisco para o Mês Missionário, que lança um forte apelo para que os cristãos se tornem “missionários de esperança entre os povos”.

Meditando no espírito do Ano Jubilar, cujo tema central é a esperança, Dom Ricardo recordou que a missão da Igreja nasce do próprio Cristo, “Divino Missionário da Esperança”, que em sua vida terrena enfrentou a cruz confiando no Pai.

“A Igreja não é estática, mas missionária”, destacou o secretário-geral, recordando que todos os batizados são chamados a irradiar esperança no mundo. “A pessoa que tem esperança é uma pessoa que reza”, disse, pedindo que a missão seja sempre renovada pela oração perseverante, pois a evangelização é um caminho que exige comunhão.

Discípulo missionário

A segunda conferência foi feita pela Irmã Solange Martinez e pela professora Silvia Vieira, ambas colaboradoras na articulação do Comidi. Elas partilharam sobre a vocação missionária dos cristãos, recordando que “todo batizado é chamado a ser discípulo missionário de Cristo, anunciando com alegria o Evangelho e tornando-se sinal de esperança no mundo”.

Elas ressaltaram que o missionário verdadeiro aponta para Jesus com humildade, preparando o caminho para o encontro pessoal com Cristo. Também destacaram que o método cristão permanece atual: alguém anuncia, outro ouve, aceita o convite “vem e vê”, experimenta a presença de Jesus e, depois, anuncia a outros. Essa experiência gera uma corrente missionária que renova a Igreja.

A mensagem final reforçou que “a esperança cristã não decepciona” (Rm 5,5). Em meio às tempestades da vida, os discípulos missionários são chamados a confiar em Cristo e a semear a Palavra de Deus, certos de que ela produzirá frutos abundantes.

 

Bênção da Manhã

Para o padre Carlos Ébano, referencial do Conselho Missionário do Vicariato Campo Grande, o encontro foi um momento privilegiado de contato com outros irmãos que partilham do ideal da missão. Ele contou sua experiência de conduzir a ‘Bênção da Manhã’, uma ação missionária de sua paróquia, a Salvador do Mundo, em Guaratiba, que tem gerado frutos.

“É muito bom ver a atuação dos agentes de pastorais da comunidade em levar um momento de esperança aos moradores de nossa região. Vivemos momentos de fé e crescimento. Cada pessoa que se aproxima recebe um simples café, mas, junto com ele, um renovar da esperança, logo no início das manhãs. Desejo que se realizem cada vez mais iniciativas missionárias inovadoras e frutuosas”, disse padre Carlos Ébano.

 

Visitação de casa em casa

O padre Antônio Cleidivan, pároco da Paróquia São João Batista, em Campo Grande, também partilhou a experiência missionária de visitação permanente na sua paróquia com a imagem do padroeiro.

Ele explicou que ações missionárias acontecem desde 2019, na semana em que se celebra a natividade do padroeiro. Para realizar a Semana Missionária, é realizada uma formação e uma missa de envio.

“Cada missionário é convidado a realizar cada um dos cinco encontros com uma família diferente, preferencialmente constituída por pessoas que estejam afastadas da Igreja. Na impossibilidade de encontrar tais casos, o missionário pode realizar a missão em sua própria família”, contou.

Para os encontros, é preparado um kit contendo um livrinho norteador da missão e algum objeto religioso, como imagem, cruz missionária, terço e programação paroquial.

“Ao final, é celebrada a ‘missa de retorno da missão’, para a qual são convidados todos os que realizaram os encontros, missionários e famílias que receberam as visitas, com um lanche partilhado ao final. Paralelamente às visitas realizadas pelos missionários, o pároco ou o vigário paroquial realizam visitas com a imagem de São João Batista criança nos comércios e estabelecimentos de ensino da região”, destacou padre Antônio Cleidivan.

 

Peregrinação

O Congresso terminou com uma peregrinação missionária que foi até a Paróquia Nossa Senhora da Apresentação, uma das igrejas jubilares da arquidiocese, onde foi encerrado com a bênção e o envio dos missionários.

 

Padre Matheus da Silva Santos

 

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