‘Santa Rita procurou agradar a Deus acreditando que pela força da oração tudo podia ser mudado’

A Igreja de Santa Rita, situada no Centro Histórico, é uma das mais antigas da cidade e do Estado do Rio de Janeiro, tem a particularidade de venerar a padroeira ainda como beata e, após três séculos de existência, continua a acolher e fazer com que as pessoas possam viver na intimidade com Deus como boas cristãs.

Segundo o pároco, padre Wagner Toledo Moreira, a paróquia tem 302 anos de construção, e apesar de sua antiguidade, ela não é um museu. “É uma paróquia completamente atípica dentro da realidade do Centro Histórico do Rio de Janeiro, inserida no Vicariato Urbano”.

“Suas portas são abertas diariamente, às 6h30, e só fechadas, às 19h. Ao longo do dia são celebradas de sete a oito missas, sendo que a primeira do dia, às 7h, é transmitida pela Rádio Catedral. Atendemos fiéis de toda Região Metropolitana que vêm trabalhar, fazer compras, se consultar, passear ou realizar alguma outra atividade no centro da cidade, e que sabem que a igreja está aberta e com missas. Quando as pessoas saem ou chegam em suas casas, as paróquias ainda estão fechadas. No final de semana, têm três missas dominicais para os fiéis que escolheram Santa Rita como a sua paróquia”, explicou o pároco.

“Além das celebrações eucarísticas, o atendimento de confissões e orientação espiritual, a paróquia oferece catequese e preparação para o Sacramento do Crisma. Também funcionam as pastorais do Batismo, do Dízimo e da Caridade Social”, explicou padre Wagner Toledo.

 

Caridade Social

É a pastoral responsável pela preparação e distribuição das cestas básicas destinadas às famílias carentes que são assistidas pela paróquia. O critério de seleção estabelece o cadastramento para pessoas idosas (com mais de 60 anos) e problemas de saúde que não tenham fonte de renda e residam nos locais próximos à paróquia. O trabalho de preparação acontece sempre nas segundas sextas-feiras do mês e a entrega ocorre no segundo sábado. São beneficiadas 150 famílias.

O grande diferencial da pastoral é ir além das necessidades de gêneros alimentícios, identificando oportunidades de doações extras que possam oferecer aos beneficiados um maior bem-estar, tais como: roupa de cama, banho, de uso diário em bom estado, materiais escolares e outros objetos.

 

Devoção

Segundo padre Wagner Toledo, a devoção a Santa Rita tem sua origem em 1710, quando a família de Manuel e dona Maria Antônia Nascentes Pinto trouxe um quadro – uma pintura a óleo da Beata Rita de Cássia da Itália. Neste local, onde hoje está construída a igreja, os fiéis das terras das Quintas, atualmente região da Praça Mauá, se reuniam para louvar a Deus pelas graças operadas através de Santa Rita de Cássia.

“O tempo foi passando e de uma maneira muito rápida a igreja foi edificada e logo chegou a primeira imagem de Santa Rita para as Américas, de onde se difundiu a devoção para todo o Brasil”.

A devoção a Santa Rita – acrescentou padre Wagner Toledo – é muito grande por seus exemplos de vida cristã.

“Ela, que deixou ser guiada pelo Espírito Santo de Deus, viveu com sabedoria como filha, esposa, mãe, viúva, religiosa e também passou por enfermidade. Em tudo procurou agradar a Deus, acreditando que pela força da oração tudo podia ser mudado. Os exemplos de Santa Rita certamente provocam no coração dos seus fiéis o desejo de cada vez mais uma fé ardente, e de acreditar que o impossível se torna possível para Deus”, disse.

Os devotos de Santa Rita de Cássia, observou padre Wagner Toledo, enfrentam dificuldades ao longo da vida, mas tem a certeza inabalável de que há um Deus que cuida e guia os passos de cada um.

“Diante de nossas dores, provações e dificuldades sempre somos socorridos pelo Espírito Santo de Deus e assim os milagres acontecem. Quando se vive no amor de Deus tudo se transforma, porque o amor, de fato, é o próprio Senhor que permanece entre nós e que modifica tudo ao nosso redor”, concluiu o pároco.

 

Texto e fotos: Carlos Moioli

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