“Ao vosso nome, porém, seja a Glória” (Sl 113)
Celebramos no dia 3 de janeiro, dentro do tempo do Natal, a memória litúrgica do Santíssimo nome de Jesus. No dia 1º, Solenidade de Maria, mãe de Deus, já no Evangelho da circuncisão falava do nome que foi dado ao menino. Porém, a liturgia nos concede celebrar essa memória neste dia para aprofundarmos mais sobre esse anúncio. O nome de Jesus é santo primeiro por ser o Filho de Deus, e foi do desejo de Deus que seu Filho nascesse do ventre de uma mulher, tomasse a forma humana e recebesse o nome de Jesus. O Anjo Gabriel quando anuncia a Maria que Ela seria a Mãe do Salvador, diz a Ela que o Menino que nasceria de seu ventre seria santo e que deveria colocar o nome de Jesus.
Por causa dele que advém todos os outros santos, pois todos os santos escolheram seguir a Jesus e buscaram instaurar aqui na terra o Reino de Deus pregado por Jesus. Todos os santos que conhecemos morreram por serem seguidores de Jesus, por isso, todos aqueles que foram canonizados pela Igreja foram por causa do nome de Jesus.
Na verdade, todo aquele que é batizado é chamado a ser santo e passa a pertencer a Deus. Com o batismo somos regenerados nas águas e nossos pecados são perdoados. A partir do batismo, recebemos a identidade de cristãos, ou seja, seguidores de Jesus, e com isso temos que ser santos à semelhança d’Ele.
Celebrar o Santíssimo Nome de Jesus logo no início do ano e dentro do tempo do Natal nos recorda que o Menino que nasceu na manjedoura de Belém é santo e que a exemplo dos reis magos temos que nos curvar diante dele e adorá-Lo, e oferecer aquilo que temos de mais sagrado. Ao mesmo tempo somos convidados a voltar o nosso olhar para a Cruz de onde nos veio a salvação. Um mistério aponta para o outro, a manjedoura nos aponta para o madeiro da Cruz de onde nos veio a salvação.
Quando adoramos o Senhor no Santíssimo Sacramento, adoramos o santo dos santos, e reconhecemos o Santíssimo Nome de Jesus. Em toda celebração da missa recordamos aquilo que Jesus fez na última ceia, nos deixando como memorial o seu Corpo e Sangue. Todas as vezes que o pão e o vinho são consagrados e se tornam o Corpo e Sangue de Jesus, O reconhecemos como o santo dos santos.
O Santíssimo Nome de Jesus deve ser proclamado na Igreja e em nossas orações pessoais. Temos que, acima de tudo, respeitar aquilo que é sagrado.
O Santíssimo Nome de Jesus é o único nome ao qual tudo o que há nos céus, na terra, ou nos abismos se ajoelham para adorá-Lo. Somente a Ele devemos nos curvar e adorá-Lo, em nossas preces e orações devemos dirigir primeiramente o pedido a Jesus, e depois pedir a intercessão dos santos. Inclusive são eles que intercedem por nós junto a Jesus, o milagre quem faz é Deus por intermédio dos santos.
Jesus enquanto esteve entre nós era conhecido por Filho de Deus, Cristo e Jesus. É chamado Filho de Deus enquanto Deus gerado de Deus. Cristo enquanto homem, pessoa divina que adquiriu a natureza humana, Jesus enquanto Deus unido à Humanidade. Até iniciar a sua vida pública, era conhecido como Jesus de Nazaré, ao longo de sua vida pública, após o batismo, alguns o chamavam simplesmente de Jesus e outros de Jesus Cristo. O termo ‘Cristo’ significa ‘ungido’, e após a sua ressurreição aqueles que seguiam os ensinamentos deixados por ele eram chamados de “cristãos”, e assim segue até hoje.
O nome de Jesus foi escolhido por Deus por meio do Anjo Gabriel quando este visitou a Virgem Maria no episódio da Anunciação. Esse nome foi escolhido para Ele por toda a eternidade. Aguardamos a segunda vinda de Jesus Cristo, quando levará todos para o Reino eterno. Coube a São José, pai adotivo de Jesus, apresentar o menino com esse nome. José também foi previamente instruído pelo anjo. Jesus significa ‘salvador’. E Ele foi Salvador pelo poder de salvar, pelo hábito de salvar, pelo ato de salvar, até se entregar na Cruz.
Rezemos! “Jesus, no teu nome há poder. No Céu, na terra e nos infernos, sob todo o universo está teu santo nome. Clamando a Ti, queremos alcançar as graças necessárias para nossas vidas. Não o que queremos, mas a tua santa vontade. Que teu nome seja amado e adorado. Amém.”
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist., arcebispo metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
