Seminário na PUC-Rio aprofunda pastoralidade universitária de instituições católicas

O Seminário Nacional de Pastoralidade Universitária das Instituições de Ensino Superior Católicas, que teve como tema: “Universidades Católicas e Evangelização: caminhos de esperança”, reuniu no dia 28 de março, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), educadores e agentes pastorais para um encontro de reflexões e trocas de experiências.

O encontro visa reafirmar o papel essencial da pastoralidade universitária para a construção de um espaço educacional comprometido com os valores do Evangelho, a promoção da dignidade humana e o cuidado com a Casa Comum.

A programação, marcada por momentos de espiritualidade e diálogos, teve como destaque a conferência inaugural, seguida de mesa-redonda, ministrada pelo reitor da universidade anfitriã, padre Anderson Antonio Pedroso, S.J., que abordou a temática “O que significa evangelizar em ambientes universitários?”.

Entre os participantes do encontro estavam o padre Paulo Veríssimo, S.J. coordenador da Pastoral Universitária Anchieta, padre Paulo Veríssimo, S.J., o vigário episcopal para a Educação da Arquidiocese do Rio de Janeiro, padre Thiago Azevedo, e a diretora do Setor de Animação Pastoral na Associação Nacional de Educação Católica no Brasil (ANEC), irmã Carolina Mureb.

Durante os dois dias do encontro, os participantes se dividiram em grupos de trabalho para discutir o Documento do Fórum, partilhar experiências e oficinas voltadas à pastoralidade no ambiente acadêmico. As mesas-redondas trouxeram relatos sobre ecologia integral e cuidado da vida, iniciativas de formação e gestão de projetos em pastoralidade universitária.

O evento foi encerrado com  celebração eucarística na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, situada no Campus da PUC-Rio, na Gávea, presidida pelo arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro e grão chanceler da PUC-Rio, Cardeal Orani João Tempesta, que reafirmou o compromisso com a evangelização no contexto universitário.

Na mesma celebração foi aberta a agenda da Campanha da Fraternidade, marcando o início do ano letivo da universidade, ocorrido no dia 10 de março. O tema da CF deste ano, escolhido pela CNBB, é “Fraternidade e Ecologia Integral”, e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom”, inspirado no livro do Gênesis (Gn 1,31).

Para o Cardeal Tempesta, o processo de conversão passa pela consciência do impacto que cada um tem sobre o meio em que vive.

“A Campanha da Fraternidade, realizada no tempo da Quaresma, é uma oportunidade que a Igreja nos oferece em preparação à Páscoa do Senhor. A cada ano, é colocado para reflexão um tema de cunho social que nos ajudam a viver bem as práticas espirituais desse tempo quaresmal:   penitência, oração e caridade. Neste ano, a CF quer nos despertar para uma ecologia integral, porque o cuidado com a Casa Comum está em todas as formas de existência, humanas e não humanas. Precisamos cuidar de toda a criação, porque tudo que Deus criou é um bem e é bom.

O tema da CF de 2005 é motivado pelos 800 anos da composição do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, pelos 10 anos de publicação da Carta Encíclica “Laudato Si’”, pela recente publicação da Exortação Apostólica “Laudate Deum”, pelos 10 anos de criação da Rede Eclesial PanAmazônica (Repam) e pela realização da COP 30, a ser realizada no mês de novembro, em Belém (PA).

“Deus quando criou o mundo, conforme está descrito no livro do Gênesis, nos diz exatamente que nós somos responsáveis por toda a criação. Pensar a ecologia somente em relação à natureza é pensar de forma muito limitada. É preciso pensar toda a realidade que circula o ser humano. Tanto a Enciclica “Laudato Si’” quanto a COP 30 vem nos chamar a atenção da nossa responsabilidade. Isso colabora com a dinâmica da Campanha da Fraternidade deste ano, um tema que é carinhoso para o Papa Francisco como para toda a Humanidade. E também nossa responsabilidade, não só enquanto cristãos, mas enquanto ser humano. Por isso que o tema vem nos trazer esse alerta da nossa responsabilidade com a criação de Deus”, disse o reitor da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, padre Arnaldo Rodrigues, que também é assessor de imprensa da CNBB.

Como espaço de diálogo entre fé e ciência, a PUC-Rio já promove iniciativas voltadas à sustentabilidade. O compromisso da Igreja com a ecologia integral também reforça o papel das universidades católicas na formação de uma consciência ambiental e o cuidado com a Casa Comum.

“O comprometimento da Igreja com a ecologia integral traz para as universidades católicas a oportunidade de fazer uma aproximação entre a ciência e a população. Com a Enciclica “Laudato Si’”, o Papa Francisco consegue falar de questões complexas do ponto de vista acadêmico de uma forma muito repatável para um grande público, independentemente de uma formação. E é uma oportunidade que temos na universidade de exercitar a espiritualidade, independentemente de qualquer religião. Nós (os seres humanos) somos uma espécie importante, mas nós não somos a única, e o quanto precisamos ter de gratidão em relação às outras espécies, porque para estar aqui hoje consumimos uma série de recursos que são produzidos por outras espécies”, disse a diretora do Departamento de Biologia da PUC-Rio, Jakeline Prata de Assis Pires.

 

Ana Carla Machado, com informações da PUC-Rio

 

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