O conceito de turismo responsável surge em nossa sociedade como uma resposta necessária às crescentes preocupações ambientais e sociais associadas à indústria turística. Com o aumento da conscientização sobre as mudanças climáticas e os danos ambientais, torna-se imperativo repensar a maneira como nos envolvemos com o turismo. Este conceito promove práticas que minimizam os impactos negativos ao meio ambiente e às culturas locais, enquanto potencializa benefícios econômicos para as comunidades receptoras.
O turismo responsável implica escolhas conscientes e informadas, nas quais os viajantes optam por destinos que priorizam a sustentabilidade, respeitam a biodiversidade e fomentam o bem-estar das populações locais. Isso inclui, por exemplo, preferir hospedagens que adotam práticas ecológicas, participar de atividades turísticas que respeitam tradições culturais e incentivar o uso eficiente dos recursos naturais.
Por outro lado, a ecologia integral, tema da Campanha da Fraternidade de 2025, traz uma perspectiva holística ao nosso entendimento e interação com o planeta. Este conceito enfatiza a interconexão entre todos os elementos do meio ambiente e a humanidade, instigando-nos a perceber que nossas ações individuais e coletivas têm consequências diretas e indiretas sobre o equilíbrio ecológico.
A ideia de ecologia integral sugere que o bem-estar humano não pode ser desvinculado da saúde do meio ambiente. É um chamado para que integremos considerações ambientais, sociais, econômicas e culturais em todas as nossas decisões, garantindo que o desenvolvimento humano não ocorra à custa do esgotamento dos recursos naturais ou da deterioração do tecido social.
Neste contexto, o turismo responsável e a ecologia integral se entrelaçam em uma dança harmoniosa, promovendo um futuro sustentável. Ao adotarmos práticas de turismo que respeitam as diretrizes da ecologia integral, estamos contribuindo para um modelo de desenvolvimento em que todos — seres humanos e natureza — possam prosperar de forma equilibrada.
A Floresta da Tijuca, localizada no coração da cidade do Rio de Janeiro, é a maior floresta urbana do mundo e abriga o grande símbolo do nosso país, o Cristo Redentor. A gestão do turismo nesse ambiente, especialmente em uma área tão sensível e cheia de visitantes, exige um equilíbrio delicado entre a preservação ambiental e a oferta de experiências turísticas.
O Santuário Cristo Redentor em janeiro deste ano bateu recordes de visitantes, o que alerta para urgência de projetos sustentáveis e o incentivo a práticas de turismo de baixo impacto para proteger a região e oferecer ao turista uma experiência rica de atrativos e ensinamentos. Assim, será possível alavancar o turismo de maneira responsável e harmoniosa, preservando um patrimônio natural e cultural de extrema importância para o Rio de Janeiro e para o mundo.
Toda viagem pode se transformar em um ato de cidadania global. Quando planejamos nossas viagens com cuidado, optando por opções sustentáveis e respeitosas, tornamo-nos defensores ativos de um planeta mais justo e sustentável. Ao fazer escolhas conscientes, não estamos apenas preservando belezas naturais e culturais para gerações futuras, mas, essencialmente, cultivando um mundo em que a harmonia entre o ser humano e a natureza seja a norma, não a exceção.
Padre Omar Raposo
Reitor do Santuário Cristo Redentor, pós-graduado em Sustentabilidade: meio ambiente, organizações e negócios sustentáveis.