Neste ano de 2025, temos a graça de celebrar o Jubileu do Ano Santo da Esperança, e a Paróquia Santa Teresa de Jesus, no bairro de Santa Teresa, de maneira especial, comemora o jubileu de 100 anos da dedicação da sua igreja matriz.
É importante não confundir o jubileu da dedicação de um templo com o aniversário de criação de uma paróquia. Segundo o Código de Direito Canônico, “a paróquia é uma certa comunidade de fiéis, constituída estavelmente na Igreja particular, cuja cura pastoral, sob a autoridade do bispo diocesano, está confiada ao pároco, como a seu pastor próprio” (cân. 515). Por sua vez, as igrejas são edifícios sagrados destinados ao culto divino, às quais os fiéis têm o direito de acesso para exercer, sobretudo publicamente, o culto divino (cân. 1214). Esses lugares se tornam sagrados pela dedicação ou pela bênção, conforme ritual prescrito nos livros litúrgicos (cân. 1205). Portanto, enquanto “paróquia” se refere a pessoas que constituem uma comunidade de fiéis, a “dedicação do templo” se refere à consagração de um edifício, e ambos podem ser comemorados, embora se refiram a coisas distintas.
A ereção canônica da Paróquia Santa Teresa de Jesus ocorreu no dia 29 de julho de 1916, atendendo aos pedidos de diversos fiéis que desejavam uma paróquia no bairro de mesmo nome. Logo na primeira festa da padroeira, em 15 de outubro de 1916, foi lançada e abençoada a primeira pedra fundamental do que seria a futura igreja matriz, em estilo neogótico, situada na Rua Áurea, 71. Num primeiro momento, a comunidade dos fiéis se reunia ainda em uma capelinha que já não mais existe, que funcionou como igreja matriz provisória, até que a nova igreja matriz, construída no terreno doado pelo Dr. Antônio Felício dos Santos, ficasse pronta no dia 14 de outubro de 1917 para os festejos de sua padroeira no dia seguinte.
No dia 27 de dezembro de 1924, ocorreu a sagração dos dois altares laterais em honra do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora de Lourdes, sepultando-se neles as relíquias retiradas dos ossos dos santos mártires Plauto e Paulino. A dedicação do templo e do altar-mor, onde também foram colocadas relíquias dos referidos mártires, porém, só viria a ocorrer validamente quase nove anos depois da fundação da paróquia: aos 11 dias de janeiro de 1925, em cerimônia presidida pelo arcebispo coadjutor Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra, à época do governo arquidiocesano de Dom Joaquim Cardeal Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti.
Passaram-se os anos e com os novos ares do Concílio Vaticano II, em 1965, monsenhor Joaquim Nabuco, pároco de 1919 até 1968, fez algumas modificações no templo: retirou os dois altares laterais (de Nossa Senhora de Lourdes e do Sagrado Coração de Jesus) e no lugar dos altares foram abertas duas portas, uma para a sacristia e outra para a antiga secretaria. O altar-mor foi desmontado e construído um novo altar com uma pedra de dez centímetros de grossura, podendo-se, a partir de então, celebrar de ambos os lados e concelebrar à volta. Foi retirada a balaustrada de comunhão, que ia de um lado ao outro da igreja, e também as estalas de ambos os lados, com o novo altar no centro. Além disso, foi instalado o toque elétrico dos sinos, que não tocavam mais por falta de sineiros. E na véspera da Festa da Assunção da Virgem Maria naquele ano, de licença especial do cardeal arcebispo, monsenhor Joaquim Nabuco sagrou privadamente o novo altar, recolocando, sem abri-la, a mesma caixa de prata com as relíquias dos santos mártires Plauto e Paulino, que estavam no altar que foi substituído.
O tempo passou e muitos sacerdotes passaram por Santa Teresa. Neste 11 de janeiro de 2025, quinto dia da Trezena de São Sebastião, a igreja matriz recebeu a visita da imagem do santo padroeiro da arquidiocese, e uma missa foi presidida pelo arcebispo, Cardeal Orani João Tempesta, com transmissão pelos meios de comunicação e mídias digitais da arquidiocese e da RedeVida de Televisão. Que seja um marco para o crescimento na unidade com a arquidiocese e com toda a Igreja no seu Ano Jubilar, e os frutos possam ser colhidos pelos próximos cem anos, em gratidão também pelos que nos precederam e trabalharam com afinco no último século.
Padre Vitor Aguillar da Silva, pároco da Paróquia Santa Teresa de Jesus, em Santa Teresa