Vicariato Campo Grande celebra jubileu: Uma Igreja sinodal, peregrina e que caminha unida

Na festa litúrgica de Sant’Ana e São Joaquim, pais da Virgem Maria e avós de Jesus, a Paróquia Nossa Senhora do Desterro, em Campo Grande, acolheu a celebração jubilar do Vicariato Campo Grande, no dia 26 de julho.

Presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, a Santa Missa contou com a presença do bispo auxiliar referencial do vicariato, Dom Tiago Stanislaw, o vigário episcopal padre Luiz Carlos Pereira, o pároco anfitrião padre João Lucas Barbosa Alves e os sacerdotes da região.

A celebração fez parte da programação do Jubileu Arquidiocesano, promovido em sintonia com o Jubileu da Esperança convocado pelo Papa Francisco. “Cada mês, nós nos encontramos com um vicariato numa igreja jubilar da arquidiocese, para celebrar com os bispos, padres, diáconos, consagrados e o povo de Deus a peregrinação jubilar como sinal de nossa participação na proposta da Igreja”. Celebrar o jubileu é oportunidade para “retomar e continuar todo o trabalho bonito que é feito nas paróquias e comunidades com o povo de Deus”, especialmente nas áreas de evangelização, catequese e missão.

Dom Orani destacou a importância do Vicariato Campo Grande no crescimento da presença evangelizadora da Igreja na cidade e ressaltou a importância histórica da Paróquia Nossa Senhora do Desterro, anfitriã da celebração, apontando-a como “berço” de muitas outras paróquias da região. “Essa paróquia surgiu próxima da periferia, como presença profética da Igreja, que avança onde o povo chega”, lembrou. Diante do crescimento urbano da cidade, Dom Orani reforçou a necessidade de uma presença pastoral cada vez mais ampla e atuante, capaz de conduzir as pessoas ao encontro com Jesus Cristo, “nossa esperança, nossa vida, nossa paz”.

Ao agradecer aos padres, diáconos e fiéis pelo trabalho realizado, o arcebispo expressou o desejo de que o momento jubilar reavive o ardor missionário e evangelizador. “Pedimos a Deus que essa peregrinação fortaleça a missão e conceda graças para bem continuar esse belo e importante serviço à Igreja”, disse.

A homilia também abordou o significado da memória de Sant’Ana e São Joaquim, ressaltando o papel dos avós na transmissão da fé. “São muitos os avós que levam os netos à Igreja e passam a fé com o testemunho de vida. Essa é uma missão insubstituível na história da salvação”, disse o arcebispo. Ele lembrou que, segundo a tradição, o casal Joaquim e Ana, mesmo na velhice, recebeu a graça de gerar Maria, mãe de Jesus, “como parte do cumprimento das promessas de Deus”.

A data também coincidiu com a celebração do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, instituído pelo Papa Francisco. Dom Orani enfatizou a necessidade de maior atenção Pastoral à Terceira Idade: “A Igreja precisa estar próxima das pessoas idosas. Nem sempre temos uma pastoral organizada para elas, embora sejam bem atendidas em muitos lugares. É preciso ir além do aspecto social e reconhecer sua missão evangelizadora e catequética”.

Ao final, Dom Orani destacou o caminho missionário da arquidiocese, que vive o Segundo Sínodo sobre as Missões. “Estamos num tempo de missão permanente. E uma das missões é junto à pessoa idosa. Que sejamos uma Igreja atuante e animada, levando esperança, paz, fraternidade e valores a uma cidade que tanto precisa”, concluiu.

A celebração reforçou o dinamismo pastoral do Vicariato Campo Grande, que reúne dezenas de paróquias em uma das maiores regiões da arquidiocese. Ao celebrar seu jubileu, a comunidade renovou o compromisso de ser sinal de esperança e fé no coração da Zona Oeste carioca.

Igreja sinodal e peregrina

No final da celebração, o vigário episcopal do Vicariato Campo Grande, padre Luiz Carlos Pereira, ressaltou a força missionária e o espírito sinodal das comunidades locais, reunidas em torno dos 270 anos da paróquia anfitriã.

“Participar desta celebração jubilar é constatar que essa parte do povo de Deus representa uma Igreja sinodal e peregrina, na qual todos caminham juntos”, afirmou. Para o sacerdote, a história da evangelização no Vicariato é marcada por um trabalho contínuo de anúncio da Palavra e construção de comunidades. “Hoje colhemos os frutos dessa missão nas 33 paróquias presentes nesta região”, destacou.

Padre Luiz Carlos sublinhou ainda que, mesmo afastada do centro urbano da cidade, a Igreja em Campo Grande sempre se manteve atenta às necessidades do povo. “Foi voz ativa diante das urgências da sociedade, incentivando a oração, confiando na Providência Divina e fazendo da caridade uma manifestação concreta da esperança”, declarou.

O sacerdote também valorizou a sabedoria e o testemunho de fé dos idosos e avós, especialmente no contexto da celebração de Sant’Ana, copadroeira da Arquidiocese. “Eles foram e continuam sendo sinais de esperança, transmitindo fé, piedade e oração de geração em geração”, disse.

Ao lembrar o início das comemorações pelos 450 anos da criação da Prelazia do Rio de Janeiro e os 350 anos de sua elevação à diocese, padre Luiz Carlos convocou os fiéis à gratidão e à memória daqueles que dedicaram suas vidas à missão. “Somos parte desses 450 anos de graça e missão, e entregamos nossos corações gratos ao Senhor”, afirmou.

Por fim, agradeceu ao arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, pela presença e condução da celebração. “Que, inspirados por sua presença paternal, suas palavras e bênção, possamos continuar a jornada como peregrinos da esperança”, concluiu.

 

Carlos Moioli

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