A celebração jubilar vicarial com o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, reuniu o Vicariato Episcopal Santa Cruz no dia 23 de novembro, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Santa Cruz.
O encontro marcou mais uma etapa das visitas mensais do arcebispo às igrejas jubilares da Arquidiocese do Rio de Janeiro, momento em que fiéis, clero e lideranças pastorais se reúnem para celebrar o Ano Jubilar da Esperança.
A missa foi presidida por Dom Orani e concelebrada pelo bispo auxiliar e animador do vicariato, Dom Tiago Stanislaw, pelo pároco local, padre Jorge Pereira Bispo, que acolheu a comunidade, pelo vigário episcopal do vicariato, padre Rodrigo Vieira da Silva, e pelo vigário episcopal de Pastoral, cônego Cláudio dos Santos.
Um dos momentos mais significativos da celebração foi a recepção da Cruz do Jubileu do Regional Leste 1, entregue por Dom Paulo Celso Dias do Nascimento, bispo da Diocese de Itaguaí. Após peregrinar por todas as circunscrições eclesiásticas fluminenses, a cruz chegou ao território da Arquidiocese do Rio de Janeiro justamente pelo Vicariato Santa Cruz, ponto inicial de sua última etapa antes de seguir para os demais vicariatos e concluir o percurso na Catedral Metropolitana, na Festa da Unidade, no dia 28 de dezembro deste ano de 2025.
No início da missa, o arcebispo dirigiu palavras de acolhida ao clero e aos fiéis, ressaltando o sentido espiritual do encontro. “Celebramos a missa pelo Jubileu como acontece nas nossas visitas aos vicariatos: cada mês temos uma visita a uma igreja jubilar para que, além de receber as indulgências próprias, possamos encontrar o vicariato”, afirmou. Dom Orani destacou que o Ano Jubilar da Esperança se aproxima do fim, mas permanece como tempo favorável para renovar a fé e a missão. “Sempre é tempo de confirmar a nossa caminhada e a nossa vida”, disse.
Ao agradecer a condução pastoral do Vicariato Santa Cruz, o arcebispo reconheceu o empenho de seus responsáveis: “Agradeço ao padre Rodrigo, nosso vigário episcopal, que organizou este momento de encontro; a Dom Tiago Stanislaw, que acompanha esta região; e ao padre Jorge Bispo, que nos acolhe aqui na Paróquia da Conceição”.
Em seguida, destacou a importância da chegada da Cruz do Jubileu ao território arquidiocesano, sublinhando seu valor simbólico e missionário. “A cruz chega ao Rio de Janeiro na sua última etapa de peregrinação, para percorrer todos os vicariatos da Arquidiocese e, depois, concluir o Ano Jubilar na Catedral”, explicou. Ele recordou ainda que a cruz carrega símbolos das realidades de sofrimento e desafios vividos pelas dioceses do Regional Leste 1. “Nela estão incrustados os sinais das desesperanças de cada diocese, e nós somos responsáveis por anunciar a esperança que é Jesus Cristo”, enfatizou.
O arcebispo também expressou gratidão a Dom Paulo Celso, que acompanhou a entrega da cruz ao Vicariato Santa Cruz, marcando o início de sua peregrinação na Arquidiocese. Dirigindo-se ao clero presente, Dom Orani manifestou alegria e reconhecimento: “Aos sacerdotes deste vicariato, nosso abraço e alegria de revê-los, com generosidade e ânimo renovado”. E completou: “Esperamos que o Jubileu possa recarregar todas as energias para levar adiante a missão evangelizadora”.
Testemunho cristão exige compromisso concreto
Na homilia, Dom Orani recordou que o Jubileu encerra-se em 28 de dezembro, deixando para cada igreja jubilar um legado espiritual permanente. Ele sublinhou a importância das indulgências próprias deste tempo e a renovação do compromisso missionário da Arquidiocese do Rio. “É um grande momento de confirmarmos essa caminhada e todas as necessidades deste vicariato”, disse.
Acolhendo com alegria a Cruz do Jubileu do Regional Leste 1 ao território arquidiocesano, o arcebispo explicou que a cruz reúne símbolos das dores e desafios das dioceses do Estado do Rio de Janeiro. “Na cruz estão incrustados os sinais da desesperança de cada diocese”, afirmou, destacando elementos relacionados à violência, crises ambientais, desigualdades sociais, defesa da vida e situações de vulnerabilidade humana.
O arcebispo convidou os fiéis a confrontarem essa realidade à luz da Palavra proclamada. “O Espírito do Senhor está sobre mim, Ele me ungiu para anunciar a boa notícia”, recordou, citando o Evangelho e a missão cristã de transformação (Lc 4,16-21). Ao mencionar os diversos sinais trazidos pela cruz — desde materiais recolhidos pela pastoral de rua até marcas da violência urbana — o arcebispo lembrou que o testemunho cristão exige compromisso concreto. “Somos chamados a anunciar a boa notícia a todas essas realidades do nosso Regional Leste 1”, disse.
Dom Orani também provocou uma reflexão pastoral, pedindo que cada vicariato identifique seus próprios desafios e se questione sobre como agir diante deles. “Se tivéssemos que colocar aqui os sinais de desesperança de cada vicariato, o que cada um apresentaria?”, questionou. Ele reforçou que todo o corpo eclesial — bispos, padres, diáconos, leigos e movimentos — deve assumir, com responsabilidade, a missão de irradiar esperança.
Ao final, o arcebispo enfatizou que a presença da Cruz do Jubileu em Santa Cruz deve inspirar renovação espiritual e compromisso missionário. “Como ser sinal de esperança?”, perguntou, convidando a comunidade a contemplar Cristo vivo e presente na caminhada jubilar. E concluiu reafirmando a missão da Igreja: “Que a presença de Cristo leve esperança ao coração das pessoas desanimadas e cansadas. Cabe a nós proclamar a boa notícia e nos comprometer com todos os irmãos e irmãs ao nosso redor”.
Transformar as realidades pela Cruz de Cristo
Ao final da celebração, o bispo da Diocese de Itaguaí, Dom Paulo Celso Dias do Nascimento, dirigiu uma mensagem de unidade, gratidão e esperança. Ele destacou a alegria da Diocese de Itaguaí em participar do percurso da Cruz do Jubileu do Regional Leste 1, entregue à Arquidiocese do Rio de Janeiro após sua peregrinação pelas dioceses fluminenses. “Nós, da Diocese de Itaguaí, ficamos muito felizes; somos dioceses irmãs com a nossa Arquidiocese do Rio, que é a nossa diocese mãe”, afirmou.
Ele recordou que a cruz, símbolo jubilar, deve continuar inspirando a missão evangelizadora das comunidades. “Que ela sempre nos inspire na missão, seguindo a Jesus; é Ele que reina nos nossos corações”, declarou.
Dom Paulo Celso enfatizou que somente a presença viva de Cristo sustenta a caminhada da Igreja. “Todos nós somos peregrinos de esperança, seguindo Jesus, que nos dá força e é a nossa rocha”, disse. Ele também convidou o Vicariato Santa Cruz a acolher o símbolo jubilar como instrumento de transformação. “Que o Vicariato Santa Cruz receba esse símbolo, que é a Cruz de Cristo, para transformar as realidades de desesperança em esperança, justiça, paz, amor e fraternidade.”
Ao expressar gratidão pela acolhida, Dom Paulo reforçou a comunhão entre as Igrejas particulares da região. “Estamos próximos, estamos juntos aqui na fronteira com o Rio de Janeiro. Itaguaí agradece o carinho e a acolhida de todos neste dia”, afirmou. Por fim, deixou uma bênção aos presentes: “Que Deus abençoe a todos vocês, todos que vieram de longe e de perto”.
Carlos Moioli