O Concerto Jubilar realizado na Sala Cecília Meireles, no Largo da Lapa, em 23 de junho, Vigília da Natividade de São João Batista, homenageou o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, pelo seu aniversário natalício, comemorado no mesmo dia, e pelos 25 anos de ordenação episcopal, comemorados no dia 25 de abril.
Dom de Deus
No início do concerto, a apresentadora, Soraya Moreno, destacou: “São momentos de alegrias da vida e ministério de Dom Orani, nos quais temos o privilégio de celebrarmos juntos e unidos em um só coração e uma alma, agradecer e louvar o bom Deus que faz maravilhas”.
“Primeiro foi São José do Rio Pardo, a cidade paulista em que nasceu, viveu, tornou-se monge e se preparou para servir o Senhor além das fronteiras. Eleito sucessor dos Apóstolos, sua primeira missão foi em São José do Rio Preto, na região do antigo sertão de Avanhandava, seguida de Belém do Pará, coração e início da evangelização na Amazônia, em terras de Nossa Senhora de Nazaré”, ressaltou a apresentadora.
“Há 13 anos o Rio de Janeiro, a grande cidade moldurada pelo Redentor, contempla a fecundidade de seu ministério, na qual, de braços e coração abertos acolhe a todos, independentemente de quem seja. Aos que se achegam ou aos que ele vai ao encontro, sempre tem uma palavra que ilumina, orienta e transforma as realidades”, salientou.
Soraya Moreno partilhou: “Dom Orani consome sua vida pelo Cristo no anúncio do Evangelho. Para ele não existem cansaço nem distâncias. Incansável na missão, está em toda a parte, dia após dia. É o pastor de todos. Ninguém está excluído de sua atenção, proximidade e bênção”.
“Portador de boas notícias e de gestos cheios de humanidade, constrói pontes por meio da promoção da paz, do diálogo e da fraternidade. Faz e ensina fazer a “nossa parte” por um mundo novo e melhor. Também exorta a fazer o bem, a ir ao encontro do outro e, de forma especial, aos mais necessitados, pois os pobres é o próprio Cristo”, finalizou a apresentadora.
Concerto Jubilar
No repertório as músicas “Tudo é do Pai”, “Jesus alegria dos homens”, “Pannis Angelicus”, “Ave Maria”, “O Messias Hallelujah Chorus”, “Tudo posso”, “Halleluah”, “Ninguém te ama como eu”, “Romaria” e “The Prayer”, que foram interpretadas por Cláudio Castro, Cíntia Fortunato, Olivia Ferreira, Adriana Arydes, Karen Keldani, Allyson Castro e Léo Araujo.
O evento, animado pelo Coral Sagrado Coração de Jesus e a Orquestra Católica do Rio de Janeiro, foi promovido pela Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, e a produção visual e transmissão a cargo do Vicariato para a Comunicação Social. Durante o evento, foi apresentado um vídeo com pessoas dando testemunhos sobre o homenageado, produzido pela WebTV Redentor.
No final, Dom Orani e o bispo auxiliar Dom Roque Costa Souza, que também comemorou 10 anos de ordenação episcopal, receberam homenagens quando todos os músicos cantaram parabéns.
Testemunhos
Pelas datas comemorativas, Dom Orani recebeu inúmeras mensagens e testemunhos de seu fecundo ministério, de maneira especial, à frente da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
A vida é uma dádiva
“É uma grande alegria poder celebrar o dom da vida e do ministério episcopal de Dom Orani”, disse o seminarista Gabriel Stilpen, que está cursando o terceiro de teologia, configuração 3. “Para nós que nos preparamos para o sacerdócio ministerial, a vida de nosso pastor é um exemplo!”, disse.
“Um homem que doa verdadeiramente a sua vida pelas ovelhas, seja pela presença e paternidade em nosso meio, seja pela oblação oculta que muitas vezes oferece em suas orações. Me encanta saber que um jovem senhor já está acordado muitas vezes às 3h para rezar por si e pelo seu povo, e que depois sai pelas ruas de seu rebanho na arquidiocese e ainda se encontra com muitas outras pessoas também em seu gabinete, e muitas vezes, tudo isto num mesmo dia”, evidenciou Gabriel.
“Sua entrega de vida é uma dádiva! E sua vocação, especialmente a nos pastorear, um presente de Deus”, concluiu o seminarista Gabriel Stilpen.
“Tudo para todos”
Na opinião do seminarista Rafael dos Santos, do 4° ano de teologia, “Dom Orani é um pastor zeloso, trata a todos com singular dedicação. Seus olhos veem ao longe, seu coração toca bem perto. Incansável, não mede esforços para estar presente e quando chega dá testemunho de alguém que ama Cristo a cada gesto”.
A vida de Dom Orani pode ser resumida, observou o seminarista Rafael, num ser “tudo para todos”. “Por algum tempo procurei entender de onde vinha tanta força e amor desse homem tão simples e percebi que entre um bairro e outro, num intervalo de um evento, no silêncio de sua casa, ou na madrugada sempre é possível encontrá-lo rezando. Vi que ali está a fonte que sustenta ele e confirma a todos nós. O bispo cardeal dessa grande metrópole continua a ser também um dedicado monge. Sou imensamente grato a Deus por ter nos dado tão bom pai”, destacou o seminarista Rafael dos Santos.
Homem da proximidade
“Falar de Dom Orani é, com certeza, falar daquilo que significa ter um coração generoso”, destacou o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, em Botafogo, padre Jorge Luiz Vieira da Silva.
‘’Dom Orani, um homem da proximidade; é dessa maneira que ele se manifesta e se apresenta aos padres, aos seminaristas e a todo o povo de Deus. E nessa proximidade ele nos dá a oportunidade de mostrarmos quem somos. E nesse acolhimento, que lhe é bem próprio, uma característica marcante sua, ele, realmente, pode dizer que nos conhece. E nos conhece porque se apresenta sem qualquer resistência em nos acolher”, disse padre Jorge Luiz.
Parafraseando o Papa Francisco, padre Jorge Luiz disse que Dom Orani é o “pastor com cheiro de ovelha, o pastor que se manifesta na sua docilidade, na sua disponibilidade em sempre encontrar uma brecha de atender os padres, o povo de Deus; embora, muitas vezes, esteja cansado, sabemos que esse cansaço é próprio de quem doa a vida”.
A vida de Dom Orani, observou padre Jorge Luiz, é perceber que, assim “como uma vela que vai sendo consumida no altar, é a vida do nosso cardeal; se consumir pela causa do Evangelho, se consumir por amor à Igreja, por amor aos padres, por amor a todo o povo de Deus”.
“Elevo ao Senhor esta ação de graças pela vida deste homem que nos ama com coração paternal”, concluiu padre Jorge Luiz.
“Ut Omnes Unum Sint”
Para o vigário episcopal para as Irmandades, monsenhor André Sampaio de Oliveira, o lema episcopal escolhido por Dom Orani: “Para que todos sejam um” (Jo 17,21) evoca o “testemunho corajoso de tantos mártires do nosso século”, incluindo também membros de outras Igrejas e comunidades eclesiais que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica, e que “dá nova força ao apelo conciliar, lembrando-nos a obrigação de acolher e pôr em prática a admoestação de Jesus”.
“Eu diria que este é o significativo empenho de Dom Orani, de que todo o elemento de divisão pode ser vencido e superado com o dom total de si próprio à causa do Evangelho. Cristo chama todos os seus discípulos à unidade. E a busca da unidade seja ao interno da própria vida eclesial na sua multiforme manifestação de dons, que no diálogo ecumênico e interreligioso se faz ímpar”, disse o vigário episcopal para as Irmandades, monsenhor André Sampaio, que acrescentou: “Este corajoso e dedicado pastor consome a sua vida na busca da unidade, da conciliação, do diálogo respeitoso, do encontro com todos, na acolhida, na defesa do excluído, na busca da ovelha nas periferias da sociedade. Lamentavelmente não compreendido e julgado injustamente, numa sociedade polarizada, segue bravamente sendo sinal de unidade e instrumento da misericórdia”.
Vida desposada por Cristo
“Sou imensamente grata a Deus pela oportunidade, junto com toda a minha comunidade, de conviver tão próximos e poder observar de perto o dom desta vida entregue por amor a Cristo e à Igreja, uma vida toda dedicada à evangelização”, disse Morgana Colombo Nadin, consagrada da Comunidade Católica Mar a Dentro, com casa de missão no Rio de Janeiro.
Recordando a frase “Senhor, toma esta vida nova, antes que a espera me faça desgastar”, Morgana observou que este trecho da canção vibra nos passos, no dia a dia de Dom Orani.
“É possível observar ao longo destes anos, em São José do Rio Preto, passando por Belém, permanecendo aqui no Rio… o vigor que encontramos nele, esse ‘pastor das gentes’, vem do Espírito Santo de Deus, um vigor que não passa, não se esgota, mas ao contrário, é sempre tão forte que vai nos contagiando e incentivando a cada dia, a cada ano que passa”, disse a consagrada da Comunidade Mar a Dentro.
“Se o cansaço e as situações desafiadoras nos atentam ao comodismo com o desânimo, a determinação de Dom Orani, de seguir em frente e de encontrar os caminhos para fazer a vontade de Deus, nos constrange e nos desperta”, disse Morgana, que destacou: “De fato Dom Orani é um pastor com cheiro das ovelhas. Sua dedicação à Igreja é sinal para toda a nossa sociedade. Mas ainda, antes disso, antes do ser pastor, é para mim e para tantos homens e mulheres consagrados um exemplo da vida desposada por Cristo, que vive sua vocação em total entrega, e justamente por isso é sinal do Reino para o mundo, porque sua entrega o realiza, concretiza a vontade de Deus, e se torna luz para nós. Um homem que reflete a luz e a sabedoria de Cristo para nossa sociedade”.
Referência de diaconia
Segundo o diácono Luciano Rocha, idealizador da Missão Atos, “Dom Orani é mestre e pastor, mas a atualização de seus ensinamentos e pastoreio passa pela dimensão da paternidade. É como pai que dirige, aponta caminhos, ensina, repreende quando necessário, mas sempre olhando para a pessoa”.
O diácono Luciano partilhou quando conversou com o arcebispo sobre o ministério diaconal, por ocasião de sua ordenação há quatro anos, e de como ele suscitava o melhor do ministério a partir de seus traços de personalidade, aptidões e profissão.
“Um olhar atento à pessoa. Um olhar de cuidado. Um olhar de atenção não ao que se pode fazer, mas aquilo que se é para suscitar um melhor fazer a partir do ser. Dom Orani tem sido uma referência de diaconia, de entrega, de dedicação. Um pai que mostra a direção tornando-se a referência no caminho enquanto caminha junto”, destacou o diácono Luciano Rocha.
Construtor de pontes
Nas palavras da irmã M. Dioneia Lawand, do Movimento Apostólico de Schoenstatt, o dom da vida de Dom Orani se confunde com a graça do seu ministério sacerdotal. “Como sacerdote, homem de Deus e construtor de pontes, Dom Orani anuncia e nos conduz ao Deus vivo no meio de nós através da palavra, de todo o ser e vida”.
Irmã Dioneia observou que “A Divina Providência concedeu o presente do aniversário de Dom Orani ser exatamente no mês do Sagrado Coração, confirmando na vida de nosso pastor o que S. João Maria Vianey dizia: “O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus”.
“E deste seu amor ao rebanho todos nós somos testemunhas e agradecemos. Agradecemos e felicitamos Vossa Eminência com as mesmas palavras do padre Kentenich: “Cristo escolheu o senhor como sacerdote e percorre o mundo para abençoá-lo, por meio do senhor. No senhor, o próprio Cristo sacrifica, reza, ama, sofre e apascenta as ovelhas de nossa arquidiocese”, completou irmã Dioneia.
Presença e acolhimento
A coordenadora de programas sociais da Pastoral do Menor da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Geovana Silva, destacou que Dom Orani cuida e acompanha, com especial atenção, as pastorais sociais da arquidiocese, como por exemplo, a Pastoral do Menor.
“Constatamos com alegria o apoio incondicional que nosso pastor dá para as crianças, adolescentes e famílias vulneráveis; o acolhimento e presença nas unidades do Degase, com a escuta, visitas e bênçãos para os adolescentes em privação de liberdade. Também a atenção dispensada aos parceiros e parceiras das diversas esferas de governo, e o incentivo aos leigos e leigas da Pastoral do Menor para continuarem cuidando dos mais pobres”, disse.
“Assim caminhamos seguindo suas orientações, na certeza que estamos contribuindo para um mundo melhor”, concluiu Geovana Silva.
Carlos Moioli