Na última audiência geral do ano, 27 de dezembro, realizada na Sala Paulo VI, o Papa Francisco mais uma vez voltou seu pensamento para as várias realidades de sofrimento em diferentes partes do mundo, de violência e de guerra, com olhar particular para a Ucrânia – no coração da Europa, e Palestina e Israel – no Oriente Médio, e lembrou que a guerra é um mal, pedindo orações pelo fim das guerras e dos conflitos no mundo inteiro.
“Por favor, não nos esqueçamos de orar por todos aqueles que sofrem as terríveis consequências da violência e da guerra, oremos especialmente pela atormentada Ucrânia e pelos povos da Palestina e de Israel. A guerra é um mal. Oremos pelo fim das guerras”, disse o Santo Padre.
No dia anterior, 26 de dezembro, durante a Oração do Ângelus, o Papa Francisco confiou a intercessão de Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão, pelos “povos devastados pela guerra”.
“À intercessão do primeiro mártir confio também a invocação de paz dos povos devastados pela guerra. A mídia nos mostra o que a guerra produz: vimos a Síria, vemos Gaza. Pensemos na martirizada Ucrânia. Um deserto de morte. É isso o que se deseja? Os povos desejam a paz. Rezemos pela paz. Lutemos pela paz”, pediu.
Dez países que necessitam de orações pela paz
Desde 1968, no dia 1º de janeiro, Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, a Igreja celebra o Dia Mundial da Paz. Há 55 anos, o Papa Paulo VI exortava todos a unirem-se nesse propósito, fazendo o convite “a que se dedique aos pensamentos e aos propósitos da paz uma celebração especial, no primeiro dia do ano civil”.
Contudo, em muitos cantos do mundo, o Natal e o início do novo ano não serão tempos de paz. Segue abaixo a relação de dez países que necessitam orações pela paz.
- TERRA SANTA (GAZA)
Em outubro, uma incursão em Israel por comandos armados do grupo terrorista Hamas causou uma comoção global. A resposta de Israel foram bombardeamentos e uma invasão terrestre em Gaza, com consequências devastadoras para a comunidade cristã local.
- UCRÂNIA
Desde 2014, a Ucrânia tem travado uma guerra defensiva contra a Rússia, intensificada em 2022 com uma invasão russa em grande escala. A Igreja acompanha o povo ucraniano nestes tempos difíceis.
- MIANMAR
O golpe de 2021 em Mianmar despertou resistência interna. A junta militar intensificou a perseguição às minorias étnicas, incluindo as comunidades cristãs.
- SUDÃO
Após o golpe de 2019, o Sudão sofreu outro golpe em 2021 e o general Abdel Fattah al-Burhan assumiu o poder. Em 2023, surgiram confrontos entre diferentes facções militares que desencadearam uma guerra civil e que afetam significativamente a comunidade cristã do país.
- BURKINA FASO
A violência no Burkina Faso faz parte do conflito regional do Sahel, onde grupos jihadistas impuseram regras radicais que também afetam a população cristã.
- CONGO
Há décadas, o país tem vivido episódios de violência, especialmente na região oriental, com conflitos que remontam à década de 1990. Estas tensões incluem confrontos com o país vizinho do Ruanda e a atividade de diversas milícias regionais. As tensões étnicas em diferentes regiões do país intensificaram-se, agravando ainda mais a instabilidade e o sofrimento da população.
- ETIÓPIA
Como resultado do conflito em Tigray, a Etiópia atravessa uma situação delicada com tensões internas. Em 2023, os confrontos entre as milícias Amhara e Oromia têm aumentado, intensificando a instabilidade e os problemas do país.
- CAMARÕES
Desde a independência, o povo camaronês tem sofrido conflitos internos porque a comunidade anglófona se sente discriminada pela maioria francófona do país. Desde 2016, há uma guerra civil interna em curso, chamada Guerra de Ambazonia, com lutas pela independência do sul dos Camarões. Milhares de pessoas morreram no conflito e mais de meio milhão foram forçadas a fugir das suas casas.
- ÍNDIA
Conflitos étnicos e religiosos ocorrem neste país, e entre eles vale destacar a violência desencadeada durante 2023 em Manipur, onde os ressentimentos étnicos se intensificaram a ponto de causar perseguições religiosas. Nos últimos anos, a política de supremacia hindu do partido BJP aumentou a intolerância para com os cristãos.
- HAITI
Após o assassinato do presidente Jovenal Moise, em 2021, o Haiti mergulhou num caos crescente, com gangues de rua exercendo controle em áreas-chave. A criminalidade e a pobreza persistem e há um aumento alarmante de assassinatos, sequestros e violência sexual, deixando a população numa grave situação de vulnerabilidade.
Fontes: Vatican News e Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN, em inglês)