Acompanhando as metas socioambientais para o município do Rio de Janeiro

O Vicariato para o Meio Ambiente e Sustentabilidade da Arquidiocese do Rio de Janeiro vem acompanhando o plano estratégico estabelecido pela Prefeitura Municipal da cidade para os anos 2021-2024, sobretudo no que diz respeito às metas relacionadas com mudanças climáticas e resiliência. Pelo relatório recentemente apresentado, correspondente aos anos 2021-2022, destacam: o plantio de 25 mil mudas plantadas, representando cerca de três toneladas em sequestro de carbono da atmosfera; 30 hectares de áreas reflorestadas no corredor verde Inhoaíba-Pedra Branca; três novas unidades de conservação no projeto Refloresta-Rio; a inauguração do Parque Nise da Silveira; a construção da maior horta urbana do mundo no Parque Madureira, correspondente ao tamanho de 15 campos de futebol; a substituição por lâmpada LED em todos os 450 mil pontos de luz da cidade, reduzindo o consumo de energia elétrica e representando uma economia de R$ 100 milhões aos cofres públicos; os serviços de limpeza e desassoreamento em 146,2 km de corpos hídricos, com a retirada de mais de 400 mil toneladas de carga; a instalação/reforma de 20 ecopontos da cidade, através do Recicla Entulho; a conclusão, pela Prioriza Geo, de algumas obras em áreas de risco, como a Rocinha, Vidigal, Mangueira, Tuiuti, Borel, Alemão, Itanhanguá, Costa Barros etc.

Para os próximos dois anos (2023-2024), precisamos acompanhar aquilo que está previsto de ser realizado nas metas estabelecidas, a saber: 1) O plantio de 120 mil mudas de árvores na arborização urbana, com o objetivo de ampliar as áreas verdes, sobretudo nas zonas norte e oeste, melhorar o microclima local e reduzir o déficit de árvores nos espaços públicos; 2) A redução em 5% das emissões de gases de efeito estufa; 3) A criação de 380 hectares de áreas florestais, principalmente na zona oeste; 4) A implantação de dois parques urbanos, um na Zona Norte e outro na Zona Oeste; 5) Ampliar em 10% a produção agrícola, aumentando a produção de alimentos do programa Hortas Cariocas em 30%; 6) Galgar os primeiros lugares no ranking brasileiro de produção de energia solar; 7) Modernizar 100% a iluminação pública, através de lâmpadas LED; 8) Reduzir em 11% o peso de resíduos enviados para o aterro e alcançar 9% de recuperação da parcela reciclável do lixo domiciliar; 9) Alcançar 80% de padrão de limpeza das vias públicas; 10) Ampliar os serviços de conservação e manutenção de cursos d’água, com limpeza e conservação numa extensão de mais de 300 km; 11) Expandir em 10% o tratamento de esgotamento sanitário no município; 12) Realizar obras em 44 localidades de mais alto risco de deslizamento; 13) Atender, no mínimo, cerca de 172 mil habitantes pelo programa de redução de risco de desastres; 14) Implantar o distrito de baixa emissão de carbono na região central em 35 mil m² de espaço público.

Sabemos o quanto é importante acompanhar, colaborar e oferecer subsídios para que tais metas sejam realmente realizadas, pois a concretização das mesmas poderá beneficiar a população onde se encontram nossos vicariatos e paróquias. Os diferentes grupos da Pastoral do Meio Ambiente da nossa arquidiocese poderiam colaborar refletindo, rezando, acompanhando e suscitando ações concretas que possam ajudar o setor público a atingir os ideais dessas metas, independente de ideologias e posições partidárias. A gravidade dos problemas socioambientais, num contexto de mudanças climáticas, exigirá de todos nós esforços de diálogo e construção de alianças em prol da nossa Casa Comum, missão que Deus colocou em nossas mãos para sermos bons cuidadores e administradores da Criação. Numa cidade como o Rio de Janeiro, marcada por contrastes e desafios sociais e ambientais, cresce a nossa responsabilidade de fazer alguma coisa para a melhoria da qualidade de vida, sobretudo das populações mais empobrecidas.

Padre Josafá Carlos Siqueira, SJ, vigário episcopal para o Meio Ambiente e Sustentabilidade

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