Terapia Assistida por Animais é o tema do mês na reunião do Grupo Plural de Psicólogos da arquidiocese

Os integrantes do Grupo Plural de Psicólogos (GPP), presentes à reunião do dia 28 de maio, participaram da palestra sobre a importância da Terapia Assistida por Animais à luz da logoterapia, que trouxe informações importantes sobre o trabalho que está sendo desenvolvido pelo projeto TeAcolheUerj no atendimento a pessoas com Transtornos do Espectro Autista (TEA).

O convidado deste mês foi o biólogo Alexandre Bello, professor associado da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), coordenador de Vigilância em Saúde na Pró-Reitoria de Saúde da Uerj e também especialista em logoterapia e análise existencial.

O professor Bello explicou que a AAS (sigla em inglês para Serviços Assistidos por Animais) é uma extensão da zooterapia, área de atuação que utiliza animais como coterapeutas no atendimento a crianças com problemas psicomotores, idosos, doentes mentais, pessoas com depressão, vítimas de violência ou em cuidados paliativos, entre outros pacientes.

Todos os animais que participam deste projeto são licenciados pelo Ibama, são nascidos e criados em cativeiro e possuem licença de livre acesso aos locais onde seja necessária a sua participação nesta atividade terapêutica, que promove o desenvolvimento emocional por meio do vínculo afetivo entre o animal e o paciente. Entre os benefícios alcançados com esta técnica estão a redução dos níveis de depressão e ansiedade, o estímulo à prática de esportes e a redução das prescrições de medicamentos, comprovados por estudos realizados desde 1965.

O biólogo comentou o histórico da interação entre os seres humanos e os animais, que remontam a eras passadas. Registros mostram que os gatos já conviviam com os homens desde 5.000 aC, enquanto os lobos (dos quais descendem os cães) já  acompanhavam nossos antepassados desde a Pré-História. Existem evidências da utilização de cavalos em atividades terapêuticas no século XIX (equoterapia) e, mais recentemente, os animais foram utilizados, nos anos 1960, no tratamento de doentes mentais pela famosa psiquiatra dra. Nise da Silveira.

Durante a palestra, o professor Alexandre Bello  apresentou o trabalho realizado pelo projeto TeAcolheUerj, tanto na Policlínica Universitária Piquet Carneiro (localizada no bairro São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro) quanto em ações abertas ao público em geral, como o Encontro de Famílias Atípicas e Zooterapia, realizado  em agosto do ano passado, no Parque de Gericinó, em Nilópolis. Os principais objetivos desse encontro foram estimular a convivência e interação social das pessoas com deficiência mental, desfocando as famílias do luto e focando na problemática da doença mental, trazendo novas possibilidades de convivência.

Neste contexto, a logoterapia se aplica como instrumento de exploração da interação homem-animal, nos seus três alicerces principais: a liberdade da vontade, a vontade do sentido e o sentido da vida, expressados pelos valores vivenciais, valores de atitude e valores de criação, promovendo a manifestação da vontade de sentido, a resiliência psicológica e a liberdade criativa.

Alexandre Bello comentou a existência de referências bibliográficas que propõem a possibilidade de cães terem a capacidade de reconhecer seus corpos como obstáculos físicos, pressupondo a existência de uma consciência corporal. Este estudo orienta o trabalho dos profissionais que fazem a avaliação dos animais que são selecionados para atuarem como coterapeutas no projeto, que hoje conta com a participação das seguintes espécies: cão, cavalo, gato, coelho, furão, gavião, jabuti e até uma jiboia.

A Policlínica Universitária Piquet Carneiro estará em breve incluída na lista de instituições inscritas no Sistema de Regulação (Sisreg) do governo, para atendimento das pessoas encaminhadas pelas unidades públicas de saúde.

Ao final da apresentação, os psicólogos puderam tirar suas dúvidas e fazer perguntas ao palestrante, que recebeu das mãos da coordenação do GPP o certificado de participação. Em seguida, o grupo deu as boas-vindas aos novos integrantes e homenageou os aniversariantes dos primeiros meses do ano, cantando o tradicional “Parabéns Prá Você”, com direito a bolo confeitado e lanche partilhado.

O Grupo Plural de Psicólogos é coordenado por Dom Antonio Augusto Dias Duarte, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio, e se reúne na última terça-feira do mês, às 15h, na sede da Mitra, localizada na Rua Benjamin Constant, 23, bairro da Glória, no Rio de Janeiro. Se você é psicólogo ou estudante de psicologia e deseja fazer parte do GPP, está convidado a participar das reuniões.

Você também pode conferir as fotos e registros desta e de outras reuniões no Instagram do GPP: @psicologosarqrio e também no Facebook.

 

Luis Paulo Dias, psicólogo

 

Categorias
Categorias