Celebração jubilar do Vicariato Cascadura reúne fiéis na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Campinho

A Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no bairro do Campinho, Zona Norte do Rio de Janeiro, acolheu na noite de sexta-feira, 2 de agosto, a celebração jubilar do Vicariato Cascadura, dentro do contexto do Ano Jubilar Arquidiocesano. A Santa Missa foi presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, e contou com a presença de padres, diáconos, religiosos, religiosas, seminaristas e fiéis de diversas paróquias e comunidades que integram o vicariato.

Participaram da celebração o bispo auxiliar e referencial do Vicariato Cascadura, Dom Hiansen Vieira Franco, o vigário episcopal, padre Jorge Emilio Lutz Mazzini, o pároco anfitrião, padre Sebastião Natal de Rezende, além de diversos padres que atuam na região.

Na homilia, Dom Orani destacou o sentido profundo do jubileu à luz da Palavra de Deus proclamada na liturgia, especialmente a primeira leitura, extraída do livro do Levítico (Lv 25,1.8-17), que descreve as origens bíblicas do ano jubilar: “É por providência do Senhor que hoje, nesta celebração do Vicariato Cascadura, ouvimos a leitura sobre o jubileu no Antigo Testamento”, afirmou.

Segundo o arcebispo, a celebração do jubileu está enraizada na tradição do povo de Deus, como um tempo de recomeço, reconciliação e retorno às origens: “No quinquagésimo ano soará a trombeta e será o tempo do jubileu, onde tudo volta aos inícios, tudo recomeça, tudo se retoma”.

Dom Orani explicou que o jubileu bíblico, celebrado a cada sete semanas de anos — isto é, a cada cinquenta anos — inspirou os jubileus da Igreja, retomados no século XIII, com uma nova conotação, mas mantendo o espírito de renovação e perdão. “Depois de experiências com diferentes períodos, a Igreja passou a celebrar o jubileu ordinário a cada 25 anos, mas também há jubileus extraordinários, como o Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco”, explicou.

O arcebispo ressaltou que o jubileu não deve ser vivido como um rito formal ou apenas externo, mas como uma oportunidade concreta de renovação espiritual: “Não é apenas um ato formal de irmos ao local, rezarmos o credo, o Pai-Nosso, a Ave-Maria, confessarmos e comungarmos, mas o espírito de quem realmente sabe que deve recomeçar, retomar toda a sua vida”.

Ele sublinhou a importância das atitudes pessoais na vivência do jubileu, como a confissão, a comunhão e a oração pelo Santo Padre, que tornam possível a obtenção da indulgência plenária: “Somos chamados a viver esse retorno, esse recomeço, essa restauração da nossa vida, da nossa vocação, com entusiasmo”.

Dom Orani fez referência ao tema do Jubileu 2025, convocado pelo Papa Francisco, cujo lema é “Peregrinos da Esperança”, enfatizando a necessidade de reavivamento da fé batismal em todos os membros da Igreja: “Todos nós que somos batizados — bispos, padres, diáconos, casais, jovens, idosos — somos chamados a renovar com entusiasmo a vida cristã”.

Ele também destacou que a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Campinho, foi escolhida como uma das igrejas jubilares da Arquidiocese do Rio de Janeiro, em razão de sua antiguidade e de sua forte devoção mariana.

O encontro do Vicariato Cascadura neste local, segundo Dom Orani, deve impulsionar a renovação das pastorais, movimentos, irmandades e de toda a ação evangelizadora: “O Vicariato Cascadura se reúne aqui para renovar e reavivar todas as pastorais, todo o povo de Deus, para que sejamos cada vez mais presença cristã que contagia com a paz, a esperança e a vida nova”.

A homilia também abordou o Evangelho do dia, sobre o martírio de São João Batista (Mt 14,1-12). Dom Orani destacou a missão profética da Igreja, que, como João, é chamada a anunciar a verdade mesmo diante das perseguições: “A Igreja, ao viver sua missão profética no mundo, será perseguida para que se cale, para que não fale as verdades, mas somos chamados a proclamar quem é a nossa vida, nossa paz, nossa esperança: Jesus Cristo”.

Ao final de sua reflexão, o arcebispo fez memória das duas possibilidades de indulgência concedidas na celebração: a Indulgência Plenária própria do Ano Santo nas igrejas jubilares, e também a indulgência do Perdão de Assis, concedida no dia 2 de agosto em referência ao carisma de São Francisco: “Além da nossa oração, da confissão e da comunhão, também recebemos a remissão das penas temporais devidas pelos pecados perdoados, vivendo a indulgência do jubileu e do Perdão de Assis”.

Encerrando a homilia, Dom Orani exortou os fiéis a voltarem às suas comunidades reanimados na fé e comprometidos com a missão evangelizadora: “Que o Vicariato Cascadura, hoje reunido aqui, experimente a força que vem do alto, a força do Espírito de Deus, e volte para suas paróquias, movimentos e pastorais abertos, renovados, reavivados, cheios da graça de Deus”.

A celebração foi animada por um coral composto por representantes das paróquias do vicariato. Ao final da missa, os presentes puderam rezar diante da imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da comunidade local e sinal de esperança para os tempos jubilares vividos pela Arquidiocese do Rio de Janeiro.

 

Carlos Moioli

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